Persistência do forame oval ou forame oval patente
O que é forame1 oval?
Forame1 oval, também chamado forame1 de Botallo, é um orifício no septo entre os dois átrios cardíacos2, direito e esquerdo. Ele está presente apenas na vida fetal e funciona como uma passagem do sangue3 mais oxigenado, vindo da veia umbilical, do átrio direito4 para o átrio esquerdo5. O sangue3 do átrio esquerdo5 não retorna para o átrio direito4 graças a uma válvula (septum primum) que oclui o forame1 no momento em que o átrio esquerdo5 se contrai.
Essa é a forma de circulação6 fetal, quando os pulmões7 ainda não estão funcionantes. No ventre materno, o feto8 não usa o sangue3 oxigenado vindo dos pulmões7, ainda não funcionantes, mas aproveita o que vem da circulação6 da mãe através do cordão umbilical9. Normalmente, tal abertura fecha-se minutos ou horas após o parto ou mesmo nos primeiros dias de vida do recém-nascido.
O que é a persistência do forame1 oval?
Após o nascimento, essa comunicação entre o átrio direito4 e o esquerdo se fecha espontaneamente em algumas horas, na maioria das vezes. Porém, em cerca de 1/3 das pessoas ela pode permanecer parcialmente aberta na vida adulta, permitindo a passagem de sangue3 do lado direito para o lado esquerdo do coração10 sem passar pelos pulmões7. Se o septo não se fecha corretamente, esse defeito se chama persistência do forame1 oval ou forame1 oval patente.
Há dois tipos de furos no coração10 que não devem ser confundidos. Um é chamado de defeito do septo atrial (DSA) e o outro de forame1 oval patente (FOP). Embora ambos sejam buracos na parede do tecido11 (septo) entre as câmaras superiores esquerda e direita do coração10 (átrios), suas causas são bem diferentes. Um defeito do septo atrial é uma falha de formação do tecido11 septal entre os átrios, e como tal é considerado um defeito congênito12 do coração10, algo com o qual se nasce. Geralmente um orifício de defeito do septo atrial é maior que o de um forame1 oval patente. Quanto maior o buraco, maior é a probabilidade de haver sintomas13.
FOPs, por outro lado, só podem ocorrer após o nascimento, quando o forame1 oval não se fecha. Como já dito, o forame1 oval é um buraco na parede entre os átrios esquerdo e direito de cada feto8 humano. Este buraco permite que o sangue3 contorne os pulmões7 do feto8, que não pode funcionar até que eles sejam expostos ao ar. Quando um recém-nascido entra no mundo e respira pela primeira vez, o forame1 oval fecha e, em poucos meses, ele já está completamente selado em cerca de 75% de nós. Quando permanece aberto, ele é chamado de forame1 oval patente. Para a grande maioria dos milhões de pessoas com um FOP, ele não será um problema, mesmo que o sangue3 esteja refluindo do átrio direito4 para o esquerdo. Os problemas podem surgir quando esse sangue3 contém um coágulo14.
Leia sobre "Arritmias15 cardíacas", "Bradicardia16" e "Cardiopatias congênitas17".
Quais são as causas da persistência do forame1 oval?
Não se conhece a causa exata da persistência do forame1 oval, mas algumas condições e fatores existentes durante a gravidez18 podem aumentar o risco dessa ocorrência: rubéola19 ou outras doenças virais, má nutrição20, uso de álcool, idade materna acima dos 40 anos e diabetes mellitus21.
Quais são as principais características clínicas da persistência do forame1 oval?
Normalmente o forame1 oval persistente não causa sintomas13, porém influencia a circulação6 sanguínea e pode gerar um episódio de embolização22, quando então o sintoma23 vai depender da região corporal que sofreu embolização22 e pode incluir paralisia24 de parte do corpo, alterações de comportamento e/ou da memória, alterações de visão25, dificuldade de fala, esfriamento de parte do corpo e dor abdominal. Nem todos esses sintomas13 estarão presentes em todos os indivíduos. É importante levar em consideração o tamanho da abertura do forame1, que quanto maior for, maior a probabilidade de gravidade desta condição.
Como o médico diagnostica a persistência do forame1 oval?
A persistência do forame1 oval pode ser identificada por um ecocardiograma26. Em alguns casos, o paciente deve tossir para aumentar a pressão no átrio direito4 e, assim, aumentar o fluxo sanguíneo da direita para a esquerda. A ultrassonografia27 feita através do esôfago28 contribui para dar uma visão25 mais detalhada dessa anomalia cardíaca. O doppler mostra a possível passagem de microêmbolos na circulação6 cerebral.
Veja sobre "Sopro cardíaco29", "Embolia30 pulmonar ou embolismo31" e "Coagulograma".
Como o médico trata a persistência do forame1 oval?
A pessoa com uma forma leve de persistência do forame1 oval não precisa de tratamento se não tem outro distúrbio associado. Pacientes que tiveram complicações como um acidente vascular cerebral32 ou um ataque isquêmico33 podem tomar anticoagulantes34 para diluir o sangue3. A pessoa com uma forma leve de forame1 oval patente não precisa de tratamento se não tem nenhum outro distúrbio relacionado. Em alguns casos, pode ser recomendado o fechamento percutâneo ou cirúrgico do forame1 oval.
Como evolui em geral a persistência do forame1 oval?
Com o passar do tempo, o fluxo anormal de sangue3 do lado direito do coração10 para o lado esquerdo pode causar problemas cardíacos graves, por isso esta condição precisa ser acompanhada por um cardiologista35, que tomará as medidas cabíveis para evitar tais complicações. Dentre elas estão complicações previsíveis, raras em bebês36 e crianças, mas presentes mesmo cerca de 30 anos mais tarde, que são insuficiência cardíaca37 direita, arritmias15, acidente vascular cerebral32 e hipertensão38 pulmonar.
Quais são as complicações possíveis da persistência do forame1 oval?
Pequenos coágulos podem atravessar para o lado esquerdo do coração10 e causar fenômenos embólicos com significativa repercussão. Essa é uma das principais causas de acidentes vasculares39 cerebrais em jovens e pode causar também um ataque cardíaco. Mesmo indivíduos assintomáticos apresentam riscos de embolização22 e precisam fazer um controle regular com um cardiologista35.
Leia também sobre "Acidente vascular cerebral32 em jovens", "Derrame40 Cerebral" e "Hipóxia41 cerebral".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, da Cleveland Clinic e da American Heart Association.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.