Gostou do artigo? Compartilhe!

Hipóxia cerebral

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é hipóxia1 cerebral?

A hipóxia1 cerebral, ou encefalopatia2 hipóxica, é a insuficiência3 no fornecimento de oxigênio para o cérebro4. Quando prolongada, pode produzir a morte dos neurônios5 cerebrais, conduzindo à lesão6 cerebral hipóxica. Esse quadro clínico pode ser grave porque as células7 cerebrais precisam de um fluxo ininterrupto de oxigênio para funcionar adequadamente.

Se o suprimento de oxigênio ao cérebro4 for completamente eliminado, a circunstância é referida como anóxia8 cerebral.

Quais são as causas da hipóxia1 cerebral?

A hipóxia1 cerebral pode ocorrer em duas situações distintas: (1) se o fluxo sanguíneo permanece normal ou (2) se o fluxo sanguíneo for bloqueado por algum motivo. Nesse último caso, fala-se em isquema cerebral ou encefalopatia2 hipóxico-isquêmica.

No primeiro caso, isso pode ocorrer quando uma pessoa está se afogando, engasgando, sufocando ou com parada cardíaca. Lesão6 cerebral é outra causa também possível de hipóxia1 cerebral.

Na segunda hipótese, um acidente vascular cerebral9, uma parada cardíaca ou batimentos cardíacos irregulares podem impedir que o oxigênio e os nutrientes sejam transportados até o cérebro4.

Saiba mais sobre "Hipóxia1", "Isquemia10 cerebral transitória", "Parada cardiorrespiratória", "Acidente Vascular Cerebral9" e "Arritmias11 cardíacas".

Outras possíveis causas da privação de oxigênio para o cérebro4 incluem hipotensão arterial12, complicações anestésicas durante cirurgia, asfixia13, envenenamento por monóxido de carbono14, inalação de monóxido de carbono14 ou de fumaça, deslocar-se a grandes altitudes (acima de 2.400 metros), estrangulamento e outros quadros clínicos que dificultem a respiração.

Qual é o mecanismo fisiológico15 da hipóxia1 cerebral?

Uma deficiência de oxigênio para o cérebro4 pode ocorrer em quatro situações diversas:

  1. O abastecimento de oxigênio no ambiente é limitado. Este é um risco enfrentado, por exemplo, por alpinistas, mergulhadores e aviadores.
  2. Há um nível inadequado de oxigênio no sangue16, mesmo que os níveis ambientais do oxigênio sejam suficientes. Isso inclui a anemia17 e o envenenamento por monóxido de carbono14.
  3. Circulação18 sanguínea inadequada e/ou insuficiente no cérebro4. Isto é visto no ataque cardíaco e na parada cardíaca.
  4. O nível do oxigênio do cérebro4 é suficiente, mas o tecido19 cerebral não pode metabolizá-lo. Um exemplo disso é o envenenamento por cianureto.

Quais são as principais características clínicas da hipóxia1 cerebral?

Os sintomas20 da hipóxia1 cerebral podem variar de leves a severos e incluem perda temporária de memória, capacidade reduzida para movimentar o corpo, dificuldade em prestar atenção e tomar decisões acertadas. Outros sintomas20 mais severos podem ser convulsões, coma21 e morte cerebral22.

Embora a hipóxia1 cerebral possa ocorrer em qualquer idade, ela é uma complicação comum da parada cardíaca.

Leia sobre "Perda de memória", "Convulsões", "Estado de coma23" e "Morte cerebral22".

Como o médico diagnostica a hipóxia1 cerebral?

O diagnóstico24 clínico de hipóxia1 cerebral pode ser feito a partir dos sintomas20 e do histórico médico do paciente. Os exames complementares podem incluir exames de sangue16, ressonância magnética25, tomografia computadorizada26, ecocardiograma27, eletrocardiograma28 e eletroencefalograma29.

Como o médico trata a hipóxia1 cerebral?

O tratamento da hipóxia1 cerebral deve ser o mais imediato possível para restaurar rapidamente o fluxo do oxigênio para o cérebro4. A obtenção de um tratamento rápido reduz as chances de dano cerebral.

O tratamento exato depende da causa e da severidade do quadro clínico. Para um caso leve causado por alpinismo, por exemplo, bastaria retornar imediatamente a uma altitude menor. Em casos mais severos, o paciente precisará de atendimento de emergência30 e de um respirador artificial.

Em certos casos o coração31 do paciente pode também precisar de ajuda. Medicamentos podem ser necessários para controlar a pressão arterial32 e/ou a frequência cardíaca. Outras medicações, como anticonvulsivantes ou anestésicos, podem também fazer parte do tratamento.

Como evolui a hipóxia1 cerebral?

A recuperação dependerá de quanto tempo o cérebro4 tenha ficado sem oxigênio. Via de regra, os pacientes cujos níveis de oxigenação no cérebro4 ficaram baixos por mais de oito horas têm um prognóstico33 pior.

 

ABCMED, 2017. Hipóxia cerebral. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1303368/hipoxia-cerebral.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hipóxia: Estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos que pode ocorrer por diversos fatores, tais como mudança repentina para um ambiente com ar rarefeito (locais de grande altitude) ou por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde as vias respiratórias superiores até os tecidos orgânicos.
2 Encefalopatia: Qualquer patologia do encéfalo. O encéfalo é um conjunto que engloba o tronco cerebral, o cerebelo e o cérebro.
3 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
4 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
5 Neurônios: Unidades celulares básicas do tecido nervoso. Cada neurônio é formado por corpo, axônio e dendritos. Sua função é receber, conduzir e transmitir impulsos no SISTEMA NERVOSO. Sinônimos: Células Nervosas
6 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
8 Anóxia: Diminuição acentuada da concentração de oxigênio a nível celular. Pode ser devido a um problema nos mecanismos respiratórios (p. ex. apnéia, edema de glote, etc) ou devido a problemas nas trocas de oxigênio a nível celular.
9 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
10 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
11 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
12 Hipotensão arterial: Diminuição da pressão arterial abaixo dos valores normais. Estes valores normais são 90 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 50 milímetros de pressão diastólica.
13 Asfixia: 1. Dificuldade ou impossibilidade de respirar, que pode levar à anóxia. Ela pode ser causada por estrangulamento, afogamento, inalação de gases tóxicos, obstruções mecânicas ou infecciosas das vias aéreas superiores, etc. 2. No sentido figurado, significa sujeição à tirania; opressão e/ou cobrança de posições morais ou sociais que dão origem à privação de certas liberdades.
14 Monóxido de carbono: Gás levemente inflamável, incolor, inodoro e muito tóxico ao organismo.
15 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
16 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
17 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
18 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
19 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
20 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
21 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
22 Morte cerebral: Um dos conceitos aceitos para MORTE CEREBRAL é o de que “O indivíduo que apresenta cessação irreversível das funções cardíaca e respiratória OU cessação irreversível de TODAS as funções de TODO o encéfalo, incluindo o tronco cerebral, está morto“. Esta definição estabeleceu a sinonímia entre MORTE ENCEFÁLICA e MORTE DO INDIVÍDUO. A nomenclatura MORTE ENCEFÁLICA tem sido preferida ao termo MORTE CEREBRAL, uma vez que para o diagnóstico clínico, existe necessidade de cessação das atividades do córtex e necessariamente, do tronco cerebral. Havendo qualquer sinal de persistência de atividade do tronco encefálico, não existe MORTE ENCEFÁLICA, portanto, o indivíduo não pode ser considerado morto. Como exemplos desta situação, podemos citar os anencéfalos, o estado vegetativo persistente e os casos avançados da Doença de Alzheimer. Ainda existem vários pontos de discussão sobre o conceito de MORTE CEREBRAL.
23 Estado de coma: Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte.
24 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
25 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
26 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
27 Ecocardiograma: Método diagnóstico não invasivo que permite visualizar a morfologia e o funcionamento cardíaco, através da emissão e captação de ultra-sons.
28 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
29 Eletroencefalograma: Registro da atividade elétrica cerebral mediante a utilização de eletrodos cutâneos que recebem e amplificam os potenciais gerados em cada região encefálica.
30 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
31 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
32 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
33 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.