Distúrbios da testosterona
O que é a testosterona?
A testosterona é um dos hormônios mais conhecidos do corpo humano1, fundamental tanto para os homens quanto para as mulheres, embora mais importante para os primeiros. É o principal hormônio2 masculino. Nas mulheres, a testosterona existe em menor quantidade que nos homens.
Nos homens, a testosterona é produzida principalmente nos testículos3 e, nas mulheres, nos ovários4 e na glândula5 adrenal. A testosterona tem mais de 200 funções no organismo, as quais se alteram significativamente, conforme os níveis desse hormônio2 se tornam diminuídos ou aumentados.
Nos homens, a testosterona opera diversas mudanças físicas e mentais. Na puberdade, aumenta a gravidade da voz, o crescimento do pênis6 e de outras características masculinas, como a barba e a distribuição de pelos, por exemplo. Ela também é responsável pelo desenvolvimento do desejo sexual e aumento do prazer sexual, que cresce até os 30 anos e diminui desde então. Além disso, ela responde pela fertilidade (produção de espermatozoides7), pela saúde8 mental, pela sensação de maior ou menor energia, por variações do humor, pela distribuição da gordura9 corporal, pela função de cognição10, pelo correto funcionamento do coração11 e pela formação de músculos12 e ossos.
Nas mulheres, esses hormônios também possuem um papel muito importante para o bom funcionamento de várias funções do organismo, tais como função ovariana, crescimento e força óssea e aumento da libido13, entre outras.
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O que são os distúrbios da testosterona?
O nível ideal de testosterona circulando na corrente sanguínea varia muito de pessoa para pessoa e depende de diversos fatores, como a idade, por exemplo, e pode sofrer alterações durante um mesmo dia. As atividades físicas são também responsáveis por alterar consideravelmente o nível de testosterona no organismo masculino. Qualquer variação na quantidade da testosterona pode resultar em alterações metabólicas e comprometer algumas de suas funções.
A testosterona no organismo pode ser medida por uma de duas maneiras simples: pelo exame de sangue15 e pelo teste de saliva. Em média, considerando as bases gerais, uma variação normal de testosterona no homem está entre 300 a 900 ng (nanogramas) por decilitro de sangue15. A testosterona atinge o pico durante a puberdade, mas homens com menos de 25 anos apresentam uma quantidade maior e isso é muito natural. Já as mulheres produzem uma proporção bem menor comparada aos homens, entre 15 a 70 ng/dl. Além disso, as taxas diminuem progressivamente a partir dos 30 anos, portanto, homens mais velhos terão uma taxa menor de testosterona no sangue15.
Quais são os efeitos da testosterona baixa?
A diminuição da produção da testosterona pode ser devido a danos no testículo16, como o câncer17 testicular, por exemplo, a doenças hepáticas18, à diabetes19 do tipo 2 e à obesidade20.
Os principais sintomas21 da diminuição de testosterona nos homens, entre outros, são:
(1) redução dos pelos corporais e faciais
(2) baixo interesse sexual
(3) disfunção erétil
(4) cansaço fora do normal
(5) mudanças significativas no humor
(6) perda de massa muscular
(7) aumento do tamanho da mama22
(8) gordura9 corporal acumulada
(9) ondas de calor
(10) aumento de peso
(11) deficiências do poder de cognição10
(12) mal funcionamento do coração11
(13) alterações da constituição óssea e da formação muscular
(14) intolerância à glicose23
(15) aumento do risco de doenças cardiovasculares24
Nas mulheres com testosterona baixa também podem ocorrer problemas na saúde8 mental, como depressão, baixa da libido13, problemas na concentração, ossos mais fracos e, consequentemente, maior risco de fraturas. Uma mulher com baixo nível de testosterona também não possui o suficiente para ajudar a produzir novas células sanguíneas25, manter o desejo sexual ou aumentar os níveis de outros hormônios reprodutivos.
Outros sintomas21 de baixa testosterona em mulheres podem ser: lentidão, fraqueza muscular, fadiga26, distúrbios do sono, diminuição da satisfação sexual, ganho de peso, questões de fertilidade, ciclos menstruais irregulares, secura vaginal e perda de densidade óssea (osteoporose27).
Como o médico trata os distúrbios da testosterona?
A terapia de reposição hormonal com testosterona é a forma mais utilizada no tratamento dos homens com déficit de hormônio2 masculino e tem como objetivo restabelecer os níveis normais do hormônio2.
As formas mais utilizadas são as injeções intramusculares de testosterona de curta ação, que necessitam de aplicações a cada 15 dias. São tratamentos eficazes e de baixo custo, embora sejam necessárias múltiplas aplicações. Recentemente, foram lançadas no Brasil as testosteronas tópicas para a reposição hormonal masculina. A reposição de testosterona deve ser feita por toda a vida.
Por outro lado, o uso de testosterona pelas mulheres, com finalidades estéticas ou esportivas, e não clínicas, pode levar a efeitos indesejados como acne28, excesso de pelos, queda de cabelo29, aumento do risco cardiovascular, engrossamento da voz, aumento do clitóris, além de dependência psicológica, transtorno da imagem corporal e transtornos alimentares.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e do Hospital Daher.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.