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Menstruação atrasada - quais os motivos?

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Quanto dura o ciclo menstrual normal?

Na maioria das mulheres, o ciclo menstrual normal dura cerca de 28 dias. No entanto, um intervalo entre 25 e 35 dias é considerado normal. O ciclo menstrual tem início no primeiro dia da menstruação1 e termina quando a menstruação1 seguinte se inicia. A menstruação1 ocorre durante os anos férteis da vida da mulher, que se iniciam na adolescência e duram até a menopausa2.

O ciclo menstrual é dividido em três fases:

  1. Fase folicular: começa no primeiro dia da menstruação1 e dura cerca de doze dias.
  2. Fase ovulatória: dura cerca de oito dias, durante os quais ocorre a ovulação3 (normalmente no meio do ciclo).
  3. Fase lútea: prepara o útero4 para o início da próxima menstruação1.

Ao final dessas três fases, não ocorrendo gravidez5, dá-se a menstruação1. No entanto, o ciclo menstrual sofre a interferência de muitos fatores inevitáveis que fazem com que ele fique irregular e sofra atrasos.

Conheça melhor como é o ciclo menstrual lendo: "Ciclo menstrual: como ele é?".
Como saber o dia da ovulação3? Conheça o método da arborização em "Dia da ovulação3: o que é o método da arborização?" e em "Ovulação3: o fenômeno da arborização pode ajudar a saber o dia da ovulação3 por um método natural alternativo".

Quais são as causas de atraso menstrual?

O atraso menstrual geralmente gera uma grande reação emocional. De susto na mulher que não deseja estar grávida e de júbilo naquela que está esperando pela gravidez5.

A menstruação1 pode estar atrasada porque a mulher está grávida, mas nem sempre este é o motivo. Na maioria das vezes, o atraso menstrual não é motivado por uma gravidez5, pois inúmeras outras situações como ansiedade, nervosismo, estresse, emoções fortes, alterações hormonais ou mesmo o consumo exagerado de cafeína ou de bebidas alcoólicas pode levar ao atraso da menstruação1.

Também certos remédios, algumas doenças sistêmicas e mudanças rápidas nos níveis de gordura6 corporal podem alterar o ciclo menstrual. Além disso, algumas pílulas anticoncepcionais podem ser responsáveis por interromper os ciclos menstruais ou torná-los irregulares. Ainda além destas causas, logo após a menarca7 e na menopausa2, os ciclos menstruais são irregulares e a menstruação1 tende a atrasar. Uma menina que há pouco teve sua primeira menstruação1 pode ter ciclos menstruais irregulares durante os próximos cinco anos, com atrasos menstruais. Por sua vez, a menopausa2, que pode ocorrer já aos 40 anos, pode ter o mesmo efeito. Em todos esses casos, é “normal” não ter menstruação1.

O atraso na menstruação1 pode durar de três dias a um ou dois meses e não ser motivo para preocupações, mas sempre que ele se estender por mais de cinco dias, o médico deve ser consultado para que a causa possa ser identificada e tratada, quando necessário.

Leia também: "Sintomas8 Precoces de Gravidez5" e "Diagnóstico9 precoce de gravidez5: você está ou não está grávida?".

Quais são as principais características clínicas da menstruação1 atrasada?

É muito importante saber se o atraso menstrual se deve ou não à gravidez5, porque as atitudes a seguir são muito diferentes. Se houve contato sexual desprotegido cerca de 14 dias antes, a grande probabilidade é de que a mulher esteja grávida, sobretudo se os ciclos menstruais anteriores eram regulares. A mulher deve, então, fazer um teste de gravidez5. Se o teste for negativo, é muito provável que não esteja grávida e que o atraso se deva a outras causas, como em atletas ou pessoas com excesso de atividade física; dietas muito restritivas; má alimentação ou distúrbios alimentares como anorexia10 ou bulimia11; excesso de estresse ou alterações hormonais.

Como o médico diagnostica as causas da menstruação1 atrasada?

A primeira suspeita das causas do atraso menstrual é a gravidez5, a não ser que a mulher possa dar informações muito confiáveis que excluam essa possibilidade, o que nem sempre é o caso. Essa possibilidade pode ser confirmada ou não por meio dos testes de gravidez5. As demais causas dependem de uma avaliação clínica e de alguns testes laboratoriais confirmatórios.

Como o médico trata a menstruação1 atrasada?

Muitos casos de atrasos menstruais que não se devam à gravidez5 resolvem-se por si mesmos, independentemente de qualquer tratamento medicamentoso e sem que uma causa se torne conhecida, bastando tranquilizar a mulher. Outros casos dependem de mudanças nos hábitos de vida. Quando existe uma causa orgânica definida, ela deve ser tratada pelos meios próprios.

 

ABCMED, 2016. Menstruação atrasada - quais os motivos?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/1266778/menstruacao-atrasada-quais-os-motivos.htm>. Acesso em: 6 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Menstruação: Sangramento cíclico através da vagina, que é produzido após um ciclo ovulatório normal e que corresponde à perda da camada mais superficial do endométrio uterino.
2 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
3 Ovulação: Ovocitação, oocitação ou ovulação nos seres humanos, bem como na maioria dos mamíferos, é o processo que libera o ovócito II em metáfase II do ovário. (Em outras espécies em vez desta célula é liberado o óvulo.) Nos dias anteriores à ovocitação, o folículo secundário cresce rapidamente, sob a influência do FSH e do LH. Ao mesmo tempo que há o desenvolvimento final do folículo, há um aumento abrupto de LH, fazendo com que o ovócito I no seu interior complete a meiose I, e o folículo passe ao estágio de pré-ovocitação. A meiose II também é iniciada, mas é interrompida em metáfase II aproximadamente 3 horas antes da ovocitação, caracterizando a formação do ovócito II. A elevada concentração de LH provoca a digestão das fibras colágenas em torno do folículo, e os níveis mais altos de prostaglandinas causam contrações na parede ovariana, que provocam a extrusão do ovócito II.
4 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
5 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
6 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
7 Menarca: Refere-se à ocorrência da primeira menstruação.
8 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
9 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
10 Anorexia: Perda do apetite ou do desejo de ingerir alimentos.
11 Bulimia: Ingestão compulsiva de alimentos, em geral seguida de indução do vômito ou uso abusivo de laxantes. Trata-se de uma doença psiquiátrica, que faz parte dos chamados Transtornos Alimentares, juntamente com a Anorexia Nervosa, à qual pode estar associada.
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