Anemia hemolítica - conceito, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
O que é hemólise1?
As hemácias2 (glóbulos vermelhos do sangue3) se formam e se desenvolvem na medula óssea4, que é o tecido5 esponjoso dentro dos ossos; a isso se denomina hematopoese. O corpo normalmente destrói glóbulos vermelhos velhos ou defeituosos, principalmente no baço6 ou em outras partes do corpo; a isso dá-se o nome de hemólise1.
Normalmente, existe um processo contínuo e equilibrado entre a formação e a destruição das hemácias2, as quais duram cerca de 90 dias na circulação7. Contudo, esse processo pode sofrer desvios patológicos no sentido de uma hemólise1 mais acentuada que o normal.
O que é anemia hemolítica8?
Certas condições podem fazer com que a hemólise1 aconteça com muita rapidez ou com muita frequência. A anemia hemolítica8 se dá nessas condições. Ela ocorre quando se tem um baixo número de glóbulos vermelhos devido a muita hemólise1 no corpo, que então não consegue repor esses glóbulos na velocidade necessária.
Existem muitos tipos de anemia hemolítica8, que os médicos diagnosticam com base na causa subjacente dela.
Quais são as causas da anemia hemolítica8?
A anemia hemolítica8 autoimune9 é rara e tem várias causas. A hemólise1 autoimune9 pode ser primária ou secundária a condições como infecções10, lúpus11 eritematoso12 sistêmico13, hepatite14 autoimune9 e influenza15.
As condições que podem levar à anemia hemolítica8 incluem doenças hereditárias do sangue3, distúrbios autoimunes16, insuficiência17 da medula óssea4 ou infecções10. Alguns medicamentos ou efeitos colaterais18 às transfusões de sangue3 também podem causar anemia hemolítica8.
Os distúrbios hereditários incluem deficiência de glicose19-6-fosfato desidrogenase, esferocitose hereditária e anemia falciforme20, entre outras causas. Causas adquiridas de hemólise1 incluem desordens imunes, produtos químicos tóxicos, drogas, agentes antivirais, danos físicos e infecções10.
Leia sobre "Transfusão21 de sangue3", "Transplante de medula22" e "Hemograma".
Qual é o mecanismo fisiológico23 da anemia hemolítica8?
Uma anemia hemolítica8 se desenvolverá quando a atividade da medula óssea4 não puder compensar a perda de eritrócitos24. A hemólise1 que leva à anemia hemolítica8 pode ser causada por distúrbios hereditários ou adquiridos. A etiologia25 da destruição prematura de eritrócitos24 é diversa e pode ser causada por condições como defeitos da membrana, hemoglobina26 anormal, defeitos eritrocitários27 enzimáticos, destruição imune de eritrócitos24, lesão28 mecânica e hiperesplenismo (aumento do volume do baço6 e da sua capacidade de reter e armazenar células sanguíneas29).
A hemólise1 pode ser um fenômeno extravascular30 ou intravascular31. A anemia hemolítica8 autoimune9 e a esferocitose hereditária são exemplos de hemólise1 extravascular30 porque os glóbulos vermelhos são destruídos no baço6 e em outros tecidos reticuloendoteliais. A hemólise1 intravascular31 ocorre na anemia hemolítica8 devido a válvulas cardíacas protéticas (artificiais), deficiência de glicose19-6-fosfato desidrogenase, púrpura32 trombocitopênica trombótica33, coagulação34 intravascular31 disseminada, transfusão21 de sangue3 incompatível ABO e hemoglobinúria paroxística noturna.
A hemólise1 também pode ser intramedular, quando precursores frágeis de eritrócitos24 são destruídos na medula óssea4 antes de serem liberados na circulação7. A hemólise1 intramedular ocorre na anemia perniciosa35 e na talassemia36, por exemplo. A hemólise1 está associada à liberação de desidrogenase de lactato37.
Saiba mais sobre "Hiperesplenismo", "Púrpura32", "Coagulação34 intravascular31 disseminada" e "Hemoglobinúria paroxística noturna".
Quais são as principais características clínicas da anemia hemolítica8?
A gravidade da anemia38 depende de o início da hemólise1 ser gradual ou abrupto e da extensão da destruição dos eritrócitos24. A hemólise1 leve pode ser assintomática, enquanto a anemia38 na hemólise1 grave pode ser fatal e causar angina39 e descompensação cardiopulmonar.
A apresentação clínica da anemia hemolítica8 pode diferir dependendo da etiologia25. Os sinais40 e sintomas41 devem-se à anemia38, à extensão da compensação da anemia38, ao tratamento anterior e ao distúrbio subjacente. Os pacientes com anemia hemolítica8 mínima ou de longa duração podem ser assintomáticos, e a hemólise1 frequentemente é encontrada incidentalmente durante os exames laboratoriais de rotina.
As manifestações clínicas podem incluir o seguinte: na hemólise1 intravascular31, a deficiência de ferro devido à hemoglobinúria crônica pode exacerbar a anemia38 e a fraqueza; na anemia38 grave ocorrem taquicardia42, dispneia43, angina39 e fraqueza; a hemólise1 persistente pode resultar no desenvolvimento de cálculos biliares com dor abdominal, presença de pele44 cor de bronze, diabetes45 e urina46 escura, devido à hemoglobinúria.
Os pacientes podem apresentar também febre47, sinais40 e sintomas41 neurológicos, insuficiência renal48 e trombocitopenia49. Úlceras50 de perna podem se desenvolver em pacientes com anemias hemolíticas. Tromboembolismo51 venoso pode ocorrer em 15% a 33% dos adultos com anemia hemolítica8. Crianças com anemia hemolítica8 também apresentam risco aumentado de trombose52.
Veja sobre "Anemia falciforme20", "Anemia ferropriva53", "Anemia38 na gravidez54" e "Anemias em geral".
Como o médico diagnostica a anemia hemolítica8?
O diagnóstico55 da anemia hemolítica8 deve ser feito com base na história clínica, nos exames físico e laboratoriais e outras causas de anemia38 devem ser descartadas. Ao exame físico em um indivíduo com anemia hemolítica8, o médico pode constatar sinais40 de anemia38, complicações da hemólise1 e evidência de doença subjacente na pele44, conjuntiva56, apresentar unhas57 pálidas, além de taquicardia42, taquipneia58 e hipotensão59.
Pode ocorrer também icterícia60 moderada, doença hepática61 e obstrução biliar. A esplenomegalia62 pode não estar presente em todos os distúrbios hemolíticos e a presença dela pode sugerir algum outro distúrbio subjacente, como a leucemia63 linfocítica crônica, alguns linfomas ou lúpus11 eritematoso12 sistêmico13, por exemplo.
Linfadenopatia, juntamente com a esplenomegalia62, é sugestivo de leucemia63 linfocítica crônica. Úlceras50 nas pernas podem estar presentes. As manifestações clínicas podem incluir, ainda, hiperpigmentação irregular, dor na língua64 e sintomas41 gastrointestinais.
Para o diagnóstico55 da anemia hemolítica8, devem ser realizados os seguintes exames laboratoriais complementares: hemograma com contagem de plaquetas65; teste de Coombs direto; teste para comprovação de hemólise1; identificação do anticorpo66 ligado à superfície das hemácias2 e pesquisa de crioaglutininas.
A ultrassonografia67 ou a tomografia computadorizada68 podem ser necessárias para definir o tamanho do baço6.
Como o médico trata a anemia hemolítica8?
Existem diferenças no manejo dos vários tipos de anemias hemolíticas, com o tratamento dependendo do tipo e da causa. Em casos de emergência69, pode ser necessária transfusão21 sanguínea. Para anemia hemolítica8 causada por doença autoimune9, podem ser utilizadas drogas que reprimem o sistema imunológico70. Quando os glóbulos vermelhos são destruídos em ritmo acelerado, o organismo pode precisar de ácido fólico extra e suplementos de ferro para repor o que está sendo perdido.
Como evolui a anemia hemolítica8?
O prognóstico71 para pacientes72 com anemia hemolítica8 depende da causa subjacente. No geral, as taxas de mortalidade73 são baixas nas anemias hemolíticas. Os riscos são maiores em pacientes idosos e naqueles com comprometimento cardiovascular.
Leia também sobre "Esplenomegalia62" e "Ácido fólico".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.