Encefalopatia traumática crônica
O que é encefalopatia1 traumática crônica?
A Encefalopatia1 Traumática Crônica, antes conhecida como demência2 pugilística por acontecer caracteristicamente em lutadores de boxe, é um distúrbio neurodegenerativo que se acredita estar associado à exposição a traumatismos cranianos repetitivos. Os primeiros casos clínicos relatados foram descritos em pugilistas no início dos anos 1900.
Quais são as causas da encefalopatia1 traumática crônica?
A Encefalopatia1 Traumática Crônica é causada por pancadas repetitivas na cabeça3 durante um período de anos. Isso não significa um punhado de concussões: a maioria das pessoas diagnosticadas com essa condição sofreu centenas ou milhares de impactos leves ou moderados na cabeça3 ao longo de muitos anos, praticando esportes de contato ou servindo nas forças armadas (a quantidade exata de trauma necessário para que a condição ocorra é desconhecida). A Encefalopatia1 Traumática Crônica tem sido observada em pessoas a partir dos 17 anos, mas os sintomas4 começam a aparecer apenas alguns muitos anos após o início dos impactos na cabeça3.
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Qual é o mecanismo fisiológico7 da encefalopatia1 traumática crônica?
A neuropatologia da Encefalopatia1 Traumática Crônica pode ser dividida em alterações macroscópicas e microscópicas. A alteração neuropatológica bruta inicial, se houver, é um aumento dos cornos frontal e temporal do ventrículo lateral e do terceiro ventrículo. Em Encefalopatias8 Traumáticas Crônicas mais avançadas, as alterações macroscópicas incluem atrofia9 da matéria cinzenta e branca dos lobos10 frontal e temporal, diminuição do peso cerebral, entre outras.
Na Encefalopatia1 Traumática Crônica, uma proteína chamada Tau forma aglomerados que se espalham lentamente pelo cérebro11, matando as células12 cerebrais.
Quais são as principais características clínicas da encefalopatia1 traumática crônica?
A Encefalopatia1 Traumática Crônica é uma condição lentamente progressiva, que pode começar anos ou décadas após traumas cranioencefálicos repetitivos e é distinta de sintomas4 persistentes de pós-convulsão13. Clinicamente, a maioria dos indivíduos que sofre traumatismos cranioencefálicos leves estão entre militares veteranos (explosões e concussões, por exemplo) e esportistas em esportes de contato (como boxe, futebol americano, luta livre, hóquei no gelo, rúgbi e futebol, por exemplo).
A longo prazo, essas pessoas podem apresentar uma constelação de sintomas4 crônicos, incluindo transtornos de humor, cognitivos14, comportamentais e motores. Acredita-se que os sintomas4 podem ser divididos em três categorias:
- Neuropsiquiátricos (impulsividade aumentada, explosividade, violência, raiva15, depressão, apatia16, abuso de substâncias, comportamento suicida).
- Cognitivos14 (atenção prejudicada, função executiva17, memória).
- Motora (Parkinsonismo, disfagia18, disartria19, má coordenação).
Os primeiros sintomas4 da encefalopatia1 traumática crônica incluem problemas de memória de curto prazo, irritabilidade, deficiências de funções executivas, depressão, labilidade emocional, descontrole de impulsos / raiva15, comportamentos suicidas e abuso de substâncias. Há duas apresentações principais da encefalopatia1 traumática crônica:
- Uma variante de comportamento/humor que ocorre em uma idade mais jovem (média de 35 anos).
- Uma variante cognitiva20 que ocorre em uma idade mais avançada (idade média de 60 anos).
Leia sobre "Depressões", "Perda de memória" e "Transtorno bipolar do humor".
Como o médico diagnostica a encefalopatia1 traumática crônica?
Atualmente, a Encefalopatia1 Traumática Crônica só pode ser diagnosticada de modo definitivo após a morte, por meio de análise do tecido21 cerebral, com o uso de produtos químicos especiais para tornar visíveis os grupos da proteína Tau. Os médicos então pesquisam áreas do cérebro11 para aglomerados de Tau com um padrão específico para Encefalopatia1 Traumática Crônica.
Como o médico trata a encefalopatia1 traumática crônica?
Não há ainda como tratar a Encefalopatia1 Traumática Crônica, até porque a doença não pode ser diagnosticada oficialmente senão depois da morte. No entanto, há muitas coisas que se pode fazer para aliviar os sintomas4 que estejam causando mais dificuldade aos pacientes, com terapias direcionadas de modo específico.
Mudanças de humor, incluindo depressão, irritabilidade e ansiedade podem ser tratadas com medicações e com terapia cognitivo22-comportamental. Dores de cabeça3 podem ser tratadas com massagem, acupuntura ou medicamentos. Determinar o tipo de dor de cabeça3 é útil para escolher as melhores opções de tratamento. Os problemas de memória podem ser abordados com treinamento de memória, incluindo estratégias de anotações consistentes, que podem ser úteis para a continuidade das atividades cotidianas do paciente, apesar da crescente dificuldade com a memória.
Como evolui a encefalopatia1 traumática crônica?
A Encefalopatia1 Traumática Crônica geralmente piora com o tempo e pode resultar em demência2, mesmo que os traumas sobre o cérebro11 tenham cessado. Em estágios tardios, pode evoluir para piora da memória e da função executiva17, agravando a agressão, as incapacidades motoras e a demência2.
Como prevenir a encefalopatia1 traumática crônica?
Como um meio de prevenção dos traumatismos cranianos repetitivos, têm sido discutidas mudanças nas regras de alguns esportes. Por causa da elevada ocorrência no boxe, há um movimento entre os médicos desde 1950 para proibir esse esporte.
A imobilização da cabeça3 durante uma exposição a explosões, por exemplo, impede ou diminui os déficits de aprendizado e memória associados à Encefalopatia1 Traumática Crônica.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.