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Sinusite odontogênica

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O que é sinusite1 odontogênica?

Infecção2 odontogênica (do grego: odoso = dente3 + genos = nascimento) é uma infecção2 que se origina num dos dentes ou tecidos adjacentes. Ela pode permanecer localizada na região onde começou ou se espalhar para áreas adjacentes ou distantes, como acontece com a sinusite1 odontogênica.

A sinusite1 odontogênica é uma inflamação4 da mucosa5 dos seios6 aéreos paranasais, que surge como resultado de um foco de infecção2 nos dentes. De uma maneira mais ampla, trata-se de uma doença dos seios6 da face7 causada como complicações de problemas dentários.

Leia sobre "Sinusites", "Resfriado comum", "Tipos de sinusite1" e "Coriza8".

Quais são as causas da sinusite1 odontogênica?

A sinusite1 odontogênica está sempre relacionada a infecções9 dentárias da arcada superior, sobretudo de dentes molares e pré-molares. Pode surgir após extrações dentárias, tratamentos de canais, implantes, exacerbação aguda de doença periodontal10, osteomielite11 da mandíbula12 superior e cistos radiculares de supuração13. Ocorre pela comunicação que pode se estabelecer entre a boca14 e o seio maxilar15.

Quais são as principais características clínicas da sinusite1 odontogênica?

A sinusite1 odontogênica pode ser aguda ou crônica. A forma aguda da doença é caracterizada por dor na bochecha16 ou sob o olho17 e, às vezes, na metade do rosto; nariz18 entupido de um lado, com uma sensação de peso ou desconforto; corrimento purulento19 da narina do lado onde há inflamação4; dentes doloridos ao morder e queda da acuidade do olfato. O estado geral de saúde20 apresenta-se deteriorado, com febre21, alteração do sono, dor de cabeça22 e calafrios23. Durante a palpação24, há dor na região da bochecha16 da mandíbula12 superior. Pode haver uma linfadenite25 satélite, localizada no pescoço26.

A forma crônica da doença é caracterizada por ocorrência periódica de dor e sensação de plenitude nas bochechas e descarga frequente de uma cavidade nasal27. A saúde20 geral quase sempre é normal.

Na sinusite1 odontogênica os dentes, salvo o que deu origem ao problema, são saudáveis ou podem ser levemente afetados por cáries28, infecções9 ou outras condições patológicas leves.

Saiba mais sobre "Tratamento de canal dentário", "Implante29 dentário", "Periodontite", "Gengivite30", "Cáries28 dentárias" e "Dor de dente3".

Como o médico diagnostica a sinusite1 odontogênica?

O diagnóstico31 de sinusite1 odontogênica deve começar por uma história clínica minuciosa que revelará uma infecção2 dental, associada a um exame físico bem feito. Isso muitas vezes é suficiente, mas pode ser complementado por exames radiológicos dos seios6 da face7 ou seios paranasais32. Uma melhor identificação do problema pode ser feita pela tomografia computadorizada33.

O principal diagnóstico31 diferencial deve ser feito entre a sinusite1 rinogênica e a sinusite1 odontogênica. Na primeira, o acometimento dos seios paranasais32 é bilateral e na sinusite1 odontogênica apenas de um dos lados, aquele do comprometimento dental.

Como o médico trata a sinusite1 odontogênica?

O tratamento da sinusite1 odontogênica envolve o otorrinolaringologista e o dentista. O otorrinolaringologista trata a sinusite1 com o objetivo de dar-lhe uma solução antibacteriana e antisséptica. O dentista trata ou remove o dente3 afetado, eliminando assim a fonte de infecção2. Para eliminar ou minorar os sintomas34 podem ser ministrados vasoconstritores nasais e fisioterapia35.

A sinusite1 crônica nem sempre pode ser curada após a eliminação da fonte de infecção2, ou seja, o tratamento dentário. Em alguns casos, é aconselhável realizar operações no seio maxilar15, a fim de remover o tecido36 doente em sua expansão. O uso de antibióticos é mandatório, mas a cirurgia de drenagem37 pode ser necessária. Além desses tratamentos também existe tratamento fisioterapêutico de manobras de desobstrução com alívio dos sintomas34, chamado de drenagem37 rinofaríngea.

Como evolui a sinusite1 odontogênica?

Se a sinusite1 odontogênica não for adequadamente tratada, a inflamação4 pode se espalhar para os seios6 adjacentes e provocar doenças como esfenoidite (inflamação4 do osso esfenoide38), etmoidite (inflamação4 do osso etmoide39) e, em casos raros, desenvolver osteomielite11 da mandíbula12 ou abscesso40.

Quais são as complicações possíveis da sinusite1 odontogênica?

A sinusite1 odontogênica em si já é uma complicação de problemas dentários. A complicação mais grave da sinusite1 odontogênica inclui abscessos41 e celulite42 de cavidades.

Veja também sobre "Sinusite1", "Osteomielite11", "Abscessos41" e "Celulite42".

 

ABCMED, 2018. Sinusite odontogênica. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1324283/sinusite-odontogenica.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
2 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
3 Dente: Uma das estruturas cônicas duras situadas nos alvéolos da maxila e mandíbula, utilizadas na mastigação e que auxiliam a articulação. O dente é uma estrutura dérmica composta de dentina e revestida por cemento na raiz anatômica e por esmalte na coroa anatômica. Consiste numa raiz mergulhada no alvéolo, um colo recoberto pela gengiva e uma coroa, a parte exposta. No centro encontra-se a cavidade bulbar preenchida com retículo de tecido conjuntivo contendo uma substância gelatinosa (polpa do dente) e vasos sangüíneos e nervos que penetram através de uma abertura ou aberturas no ápice da raiz. Os 20 dentes decíduos ou dentes primários surgem entre o sexto e o nono e o vigésimo quarto mês de vida; sofrem esfoliação e são substituídos pelos 32 dentes permanentes, que aparecem entre o quinto e sétimo e entre o décimo sétimo e vigésimo terceiro anos. Existem quatro tipos de dentes
4 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
5 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
6 Seios: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
7 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
8 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
9 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Periodontal: Relativo ao ou próprio do tecido em torno dos dentes, o periodonto. O periodonto é o tecido conjuntivo que fixa o dente no alvéolo.
11 Osteomielite: Infecção crônica do osso. Pode afetar qualquer osso da anatomia e produzir-se por uma porta de entrada local (fratura exposta, infecção de partes moles) ou por bactérias que circulam através do sangue (brucelose, tuberculose, etc.).
12 Mandíbula: O maior (e o mais forte) osso da FACE; constitui o maxilar inferior, que sustenta os dentes inferiores. Sinônimos: Forame Mandibular; Forame Mentoniano; Sulco Miloióideo; Maxilar Inferior
13 Supuração: Secreção de pus. Pode significar infecção no tecido afetado.
14 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
15 Seio Maxilar: Um dos seios paranasais pareados, localizados no corpo da maxila. Comunica-se com o meato médio da cavidade nasal.
16 Bochecha:
17 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
18 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
19 Purulento: Em que há pus ou cheio de pus; infeccionado. Que segrega pus. No sentido figurado, cuja conduta inspira nojo; repugnante, asqueroso, sórdido.
20 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
21 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
22 Cabeça:
23 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
24 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
25 Linfadenite: Inflamação dos gânglios linfáticos, que se manifesta por aumento do tamanho dos mesmos, dor e elevação da temperatura local. Pode ser produzida em resposta a uma infecção bacteriana, viral ou uma doença neoplásica.
26 Pescoço:
27 Cavidade Nasal: Porção proximal da passagem respiratória em cada lado do septo nasal, revestida por uma mucosa ciliada extendendo-se das narinas até a faringe.
28 Cáries: Destruição do esmalte dental produzida pela proliferação de bactérias na cavidade oral.
29 Implante: 1. Em cirurgia e odontologia é o material retirado do próprio indivíduo, de outrem ou artificialmente elaborado que é inserido ou enxertado em uma estrutura orgânica, de modo a fazer parte integrante dela. 2. Na medicina, é qualquer material natural ou artificial inserido ou enxertado no organismo. 3. Em patologia, é uma célula ou fragmento de tecido, especialmente de tumores, que migra para outro local do organismo, com subsequente crescimento.
30 Gengivite: Condição em que as gengivas apresentam-se com sinais inflamatórios e sangramentos.
31 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
32 Seios paranasais: Seios paranasais são cavidades preenchidas de ar localizadas no interior dos ossos do crânio e da face, que se comunicam com a cavidade nasal.
33 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
34 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
35 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
36 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
37 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
38 Osso Esfenóide:
39 Osso Etmóide:
40 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
41 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
42 Celulite: Inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo subjacente, geralmente produzida por um agente infeccioso e manifestada por dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral.
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