Dor de dente? Pode ser alveolite!
O que é alveolite?
Como o próprio nome indica, alveolite é uma inflamação1 do alvéolo2, que é a parte do osso mandibular ou maxilar onde se aloja o dente3. A alveolite é uma das complicações mais comuns após uma extração de dente3. Há dois tipos de alveolite: a seca (sem pus4) e a purulenta5 (com pus4).
Quais são as causas da alveolite?
A alveolite seca ocorre quando a extração do dente3 resulta em fratura6 e o alvéolo2 fica “seco”, isto é, sem secreção. Já o tipo purulento7 quase sempre acontece posteriormente à alveolite seca, devido à infecção8 do alvéolo2, com produção de secreção purulenta5. A alveolite seca pode acontecer por falta de ponto cirúrgico, após a extração do dente3, propiciando a perda do coágulo9 sanguíneo mais facilmente, por bochecho feito pelo paciente nas primeiras 24 horas após a extração do dente3, fazendo com que se remova a proteção natural do alvéolo2 representada pelo coágulo9 do sangue10 ou por dentes fraturados durante a extração. A alveolite purulenta5 pode ser ocasionada quando o alvéolo2 for manipulado com instrumentos não devidamente esterilizados.
Alguns fatores favorecem a ocorrência da alveolite: suprimento sanguíneo insuficiente do alvéolo2, infecção8 prévia à extração, traumatismo11 do osso alveolar, tabagismo, aumento da atividade fibrinolítica e utilização de contraceptivos.
Qual é a fisiopatologia12 da alveolite?
Após a extração de um dente3 permanente, forma-se um coágulo9 sanguíneo no local de onde o dente3 foi removido, o qual é vital para proteger as terminações ósseas e neurais na cavidade esvaziada pela retirada do dente3. A alveolite ocorre durante o processo do reparo alveolar, quando acontece uma degradação precoce desse coágulo9, quando ele se desloca, se dissolve ou não é formado completamente. Isso deixa os nervos e ossos expostos e prontos para uma infecção8.
Esse quadro causa dor intensa na boca13 e na face14. Às vezes, um coágulo9 sanguíneo deslocado resulta de traumatismo11 ou força exercida sobre o alvéolo2 vazio. Infelizmente, não é fácil apontar o que causa esse deslocamento ou a falha inicial em sua formação completa.
Quais são as características clínicas da alveolite?
A alveolite seca dói muito porque as terminações nervosas do alvéolo2 ficam expostas. A simples passagem do ar aspirado já é suficiente para causar muita dor. Na alveolite seca, o alvéolo2 apresenta-se vazio devido à falta do coágulo9 sanguíneo que deveria tamponar o local. A alveolite purulenta5, além desses sintomas15, deixa um mau odor muito forte devido à presença do pus4. Podem ocorrer também os sinais16 e sintomas15 usuais de infecção8: inchaço17, vermelhidão e dor.
Como diagnosticar a alveolite?
A alveolite pode ser diagnosticada por uma inspeção18 local e pela história de uma extração dentária prévia. De um modo geral, ela não apresenta manifestação radiográfica, mas em alguns casos podem se verificar áreas de sequestros ósseos na região do alvéolo2 comprometido.
Como tratar a alveolite?
Na alveolite seca, o paciente deve usar um analgésico19, respeitando as características de cada pessoa e suas limitações medicamentosas. Existem alguns produtos de uso local que têm um efeito antálgico20 (pasta medicamentosa). Pode também ser feita anestesia21 local por bloqueio nervoso e irrigação do alvéolo2 abundantemente com soro22 fisiológico23.
Na alveolite purulenta5, é preciso a utilização de uma cureta para a remoção dos restos necróticos, além de antibióticos e bochechos com medicamentos que contenham malva, para acelerar a recuperação e diminuir o mau odor ocasionado pela fermentação de detritos e a presença de pus4. Nem sempre a dor da alveolite purulenta5 responde bem aos analgésicos24.
Como prevenir a alveolite?
O profissional deve observar rigorosamente a higiene nos procedimentos cirúrgicos e proceder às manobras corretas de manipulação de extração do dente3, além de fazer uso de recursos para isolar o interior do alvéolo2 do meio bucal, impedindo a entrada de detritos alimentares e a consequente fermentação. O paciente deve seguir estritamente o que for recomendado pelo dentista.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.