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Periodontite: tem como evitar?

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O que é periodontite?

A periodontite (do grego: peri = em volta de + odonto = dente1 + ite = inflamação2) é uma inflamação2 e/ou infecção3 grave do periodonto, estrutura anatômica que envolve os dentes, constituída por ligamentos4 e ossos e que dá suporte a eles.

Quais são as causas da periodontite?

A periodontite ocorre quando uma gengivite5 (inflamação2 da gengiva) não é tratada adequadamente ou quando o seu tratamento é retardado e os quadros infecciosos e inflamatórios passam das gengivas para os ligamentos4 e ossos que dão suporte aos dentes. A perda deste suporte faz com que os dentes fiquem soltos e acabem caindo. Como a placa6 bacteriana contém bactérias, é provável que haja infecção3 também, o que pode levar ao desenvolvimento de um abscesso7 dentário e aumentar a taxa de destruição óssea. Alguns fatores que podem aumentar as chances de periodontite incluem gengivite5, predisposição genética, maus hábitos de saúde8 bucal, fumo, diabetes9, idade avançada, diminuição da imunidade10, má nutrição11, medicamentos, alterações hormonais, abuso de álcool ou drogas e vários problemas dentários.

Qual é a fisiopatologia12 da periodontite?

A periodontite começa com a placa6 bacteriana, uma película pegajosa composta principalmente por bactérias, a qual se forma sobre os dentes quando amidos e açúcares dos alimentos interagem com as bactérias normalmente encontradas na boca13. Mesmo quando removidas pela escovação, essas placas14 se formam novamente, dentro de 24 horas. As placas14 que permanecem dois ou três dias endurecem e se transformam em tártaro15. O tártaro15 faz com que a placa6 seja mais difícil de remover. O tempo pelo qual a placa6 e o tártaro15 permanecem nos dentes aumenta o dano que podem causar.

Quais são as principais características clínicas da periodontite?

A periodontite é caracterizada por inflamação2 das gengivas, reabsorção do alvéolo16 dentário, degeneração17 membranosa, migração dos dentes e formação de abscessos18 peridentários. Os principais sinais19 da periodontite são mau hálito, mau gosto na boca13, gengivas avermelhadas ou arroxeadas, com aspecto brilhante, inchadas e sensíveis ao toque, que sangram com facilidade, e dentes soltos.

Como o médico ou o dentista diagnostica a periodontite?

O diagnóstico20 de periodontite geralmente é simples. Ele se baseia na descrição dos sintomas21 e no exame da boca13 do paciente. O médico/dentista examinará a boca13 em busca da presença de placas14 bacterianas e de tártaro15, além de verificar se há sangramento fácil. O profissional médico deverá encaminhar o paciente com um diagnóstico20 sugestivo de periodontite ao profissional Cirurgião-Dentista, que é o profissional da saúde8 que se responsabilizará pelo diagnóstico20 final e a, consequente, execução da terapêutica22 cirúrgica-farmacológica que o caso possa exigir. Para determinar a gravidade da periodontite, o dentista pode usar um instrumento dental para medir a profundidade da bolsa do sulco entre a gengiva e os dentes. Pode também tirar radiografias dentais para verificar se há perda óssea em áreas onde se observa profundidades maiores desses sulcos.

Como o dentista trata a periodontite?

Os principais objetivos do tratamento são reduzir a inflamação2, eliminar os abscessos18, se houver, e tratar as causas subjacentes. As superfícies ásperas dos dentes devem ser corrigidas e os aparelhos odontológicos devem ser readaptados, se houver a suspeita de que possam estar facilitando a ocorrência da infecção3. Outras causas subjacentes e outros distúrbios envolvidos devem ser tratados.

É importante fazer a limpeza profissional e caseira dos dentes, com escovação e fio dental, de modo a evitar o acúmulo de placas14 bacterianas e tártaro15. O dentista removerá o tártaro15 e as bactérias das superfícies dos dentes e abaixo da gengiva. Os antibióticos podem ser usados topicamente, para inserção no espaço entre os dentes e a gengiva, após uma limpeza profunda. Os antibióticos orais podem também ser necessários para eliminar completamente as bactérias.

Também pode ser necessária cirurgia para tratar o problema, pois abscessos18 muito profundos nas gengivas podem precisar ser abertos e drenados. Além disso, dentes soltos às vezes necessitam de um suporte artificial. Eventualmente, o dentista precisará remover um ou mais dentes para que a periodontite não piore e se espalhe para os dentes vizinhos.

Se a periodontite é avançada, o tecido23 da gengiva pode não responder a tratamentos não cirúrgicos e uma cirurgia dentária pode ser realizada. Quando se perde o tecido23 da gengiva, a gengiva recua e há necessidade de enxerto24 em alguns casos. Este procedimento ajuda a reduzir a recessão gengival, cobrir as raízes expostas e dar aos dentes uma aparência mais agradável.

Quando o osso é destruído, torna-se necessário um enxerto24 ósseo. Além disso, pode ser feita uma regeneração tecidual guiada ou a aplicação de um gel especial, o qual contém as mesmas proteínas25 encontradas no desenvolvimento do esmalte26 normal do dente1 para estimular o crescimento de tecidos saudáveis.

Como evolui a periodontite?

A periodontite pode evoluir para problemas mais graves de saúde8, como infecções27 ou abscessos18 dos tecidos moles circunvizinhos (celulite28 facial, por exemplo), infecção3 dos maxilares29 (osteomielite30), reaparecimento da periodontite, abscesso7 dentário, perda ou deslocamento dos dentes.

Como prevenir a periodontite?

A periodontite é uma doença simples e comum, porém perfeitamente possível de ser prevenida. É recomendável que as pessoas susceptíveis façam limpeza dentária profissional com intervalos menores de seis meses. Algumas medidas caseiras podem ajudar a prevenir a periodontite, tais como realizar limpezas dentais regulares, usar uma escova macia, escovar os dentes três vezes por dia, usar fio dental diariamente e usar um enxaguatório bucal.

Quais são as complicações possíveis da periodontite?

A periodontite, quando não tratada, pode causar perda de dentes, aumento do risco de ataques cardíacos ou acidentes vasculares31 cerebrais e outros problemas de saúde8 graves, como o nascimento de bebês32 prematuros, diabetes9 mal controlada, problemas respiratórios e artrite reumatoide33.

 

ABCMED, 2016. Periodontite: tem como evitar?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-bucal/821814/periodontite-tem-como-evitar.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Dente: Uma das estruturas cônicas duras situadas nos alvéolos da maxila e mandíbula, utilizadas na mastigação e que auxiliam a articulação. O dente é uma estrutura dérmica composta de dentina e revestida por cemento na raiz anatômica e por esmalte na coroa anatômica. Consiste numa raiz mergulhada no alvéolo, um colo recoberto pela gengiva e uma coroa, a parte exposta. No centro encontra-se a cavidade bulbar preenchida com retículo de tecido conjuntivo contendo uma substância gelatinosa (polpa do dente) e vasos sangüíneos e nervos que penetram através de uma abertura ou aberturas no ápice da raiz. Os 20 dentes decíduos ou dentes primários surgem entre o sexto e o nono e o vigésimo quarto mês de vida; sofrem esfoliação e são substituídos pelos 32 dentes permanentes, que aparecem entre o quinto e sétimo e entre o décimo sétimo e vigésimo terceiro anos. Existem quatro tipos de dentes
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
5 Gengivite: Condição em que as gengivas apresentam-se com sinais inflamatórios e sangramentos.
6 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
7 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
8 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
9 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
10 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
11 Má nutrição: Qualquer transtorno da alimentação tanto por excesso quanto por falta da mesma.A qualidade dos alimentos deve ser balanceada de acordo com as necessidades fisiológicas de cada um.
12 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
13 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
14 Placas: 1. Lesões achatadas, semelhantes à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
15 Tártaro: Em odontologia, é um depósito duro, formado especialmente por sais de cálcio e de magnésio, que se localizam na borda dos dentes ou sob as gengivas e precisa ser retirado regularmente para evitar complicações dentárias.
16 Alvéolo: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
17 Degeneração: 1. Ato ou efeito de degenerar (-se). 2. Perda ou alteração (no ser vivo) das qualidades de sua espécie; abastardamento. 3. Mudança para um estado pior; decaimento, declínio. 4. No sentido figurado, é o estado de depravação. 5. Degenerescência.
18 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
19 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
23 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
24 Enxerto: 1. Na agricultura, é uma operação que se caracteriza pela inserção de uma gema, broto ou ramo de um vegetal em outro vegetal, para que se desenvolva como na planta que o originou. Também é uma técnica agrícola de multiplicação assexuada de plantas florais e frutíferas, que permite associar duas plantas diferentes, mas gerações próximas, muito usada na produção de híbridos, na qual uma das plantas assegura a nutrição necessária à gema, ao broto ou ao ramo da outra, cujas características procura-se desenvolver; enxertia. 2. Na medicina, é a transferência especialmente de células ou de tecido (por exemplo, da pele) de um local para outro do corpo de um mesmo indivíduo ou de um indivíduo para outro.
25 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
26 Esmalte: Camada rígida, delgada e translúcida, de substância calcificada que reveste e protege a dentina da coroa do dente. É a substância mais dura do corpo e é quase que completamente composta de sais de cálcio. Ao microscópio, é composta de bastões delgados (prismas do esmalte) mantidos conectados por uma substância cimentante, e apresenta-se revestido por uma bainha de esmalte. (Tradução livre do original
27 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
28 Celulite: Inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo subjacente, geralmente produzida por um agente infeccioso e manifestada por dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral.
29 Maxilares: Estrutura óssea da boca (que fixa os dentes). É constituída pela MANDÍBULA e pela MAXILA.
30 Osteomielite: Infecção crônica do osso. Pode afetar qualquer osso da anatomia e produzir-se por uma porta de entrada local (fratura exposta, infecção de partes moles) ou por bactérias que circulam através do sangue (brucelose, tuberculose, etc.).
31 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
32 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
33 Artrite reumatóide: Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.
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