Reumatismos inflamatórios sistêmicos
O que são reumatismos inflamatórios sistêmicos1?
As doenças autoimunes2 são um grupo de desordens nas quais o sistema imunológico3 funciona mal e ataca seus próprios tecidos. Elas podem ser divididas em dois grupos gerais:
- As órgão-específicas, nas quais os anticorpos4 atacam um determinado órgão.
- As não-órgão-específicas (ou sistêmicas), nas quais os anticorpos4 atacam múltiplos sistemas orgânicos.
Saiba mais sobre "Doenças autoimunes2".
As doenças reumáticas autoimunes2 sistêmicas são um grupo de doenças autoimunes2 que incluem (clique sobre cada uma para conhecer mais):
- Artrite reumatoide5
- Lúpus6 eritematoso7 sistêmico8
- Síndrome9 de Sjögren
- Esclerose10 sistêmica
- Polimiosite
- Dermatomiosite
A artrite reumatoide5 é a doença mais prevalente nesse grupo; no entanto, o teste para identificá-la não é o teste laboratorial primário para artrite reumatoide5. Em vez disso, os diagnósticos procuram a presença de anticorpos4 anti-fator reumatoide ou mais anticorpos4 antipeptídeos citrulinados cíclicos.
Para as outras doenças do grupo, os resultados do teste podem ser críticos para determinar um diagnóstico11 correto. O campo médico que estuda esses tipos de condições e doenças é chamado de Reumatologia.
Quais são as causas dos reumatismos inflamatórios sistêmicos1?
As doenças reumáticas autoimunes2 sistêmicas (SARDs) são apenas um subconjunto de doenças causadas quando a tolerância imunológica do próprio tecido12 é de alguma forma perdida e nosso sistema imunológico3 começa a atacar os próprios tecidos da mesma maneira que um antígeno13 estranho, porque os defeitos no sistema imunológico3 não são completamente compreendidos. Uma hipótese atual é que uma série de eventos ocorra resultando no início de uma reação autoimune14.
Qual é o mecanismo fisiopatológico dos reumatismos inflamatórios sistêmicos1?
O primeiro passo neste processo de geração das doenças reumáticas autoimunes2 sistêmicas é a susceptibilidade15 genética. O genótipo16 de alguns indivíduos pré determina que seu sistema imunológico3 estará mais propenso a uma quebra na tolerância. Essa susceptibilidade15 genética parece estar ligada a múltiplos genes em vez de a um único gene. Isto é apoiado por evidências de que algumas doenças autoimunes2 são mais frequentemente encontradas em certos grupos étnicos em comparação a outros.
A segunda etapa é a ocorrência de um evento desencadeador que leva a uma quebra na tolerância. Para alguns indivíduos muito suscetíveis, esse evento de disparo pode ser a exposição a um gatilho ambiental. Esses gatilhos ambientais podem ser onipresentes ou muito limitados. Em outros, o evento desencadeante pode ser uma mudança no equilíbrio hormonal. Seja qual for o caso, o evento desencadeador inicia a quebra da tolerância e a cascata de eventos imunológicos que eventualmente levam à formação de uma doença autoimune14 começa.
O terceiro passo é o desenvolvimento de autoanticorpos e subsequente desenvolvimento de sintomas17 clínicos. Estudos têm mostrado que este processo pode levar três anos ou mais e, infelizmente, no momento em que o diagnóstico11 é feito, danos substanciais ao corpo já ocorreram.
Quais são as características clínicas dos reumatismos inflamatórios sistêmicos1?
Como as doenças reumáticas autoimunes2 sistêmicas são várias, os sintomas17 de cada uma podem variar muito. No entanto, alguns sintomas17 comuns incluem (1) dor nas articulações18, (2) perda de movimento em uma ou em várias articulações18 e (3) inflamação19 (inchaço20, vermelhidão e calor) da área afetada.
Leia sobre "Dor nas juntas ou artralgia21" e "Diferenças entre inflamação19 e infecção22".
Como o médico diagnostica os reumatismos inflamatórios sistêmicos1?
O teste anticorpo23 anti-nuclear (ANA) é um exame usado para rastrear a presença de autoanticorpos dirigidos a componentes no núcleo da célula24. Os médicos usam o teste ANA para avaliar a probabilidade de um determinado paciente ter uma doença reumática autoimune14 sistêmica (SARD).
A utilidade do ANA é detectar os anticorpos4 no início do processo da doença, sobretudo de artrite reumatoide5. Os resultados do ANA, em conjunto com a apresentação clínica, fornecem ao médico evidências sólidas para intervir com um tratamento adequado. Estudos demonstraram que, uma vez iniciado o tratamento, a formação de novos anticorpos4 diminui ou até cessa.
Como o médico trata os reumatismos inflamatórios sistêmicos1?
Atualmente não há cura para os reumatismos inflamatórios sistêmicos1. Os tratamentos concentram-se principalmente em manter o paciente o mais confortável possível e a resposta imune sob controle. Os tratamentos podem variar de anti-inflamatórios não esteroidais a drogas imunossupressoras e transplantes de células-tronco25. O tratamento deve ser individualizado e é dependente da gravidade da doença e da resposta ao regime medicamentoso selecionado.
Veja também sobre "Reumatismo26", "Artrite27" e "Corticoides".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.