Artralgia: a famosa dor nas juntas
O que são artralgias1?
Artralgias1 (do grego: arthro = junção + algos = dor) são dores em uma ou mais articulações2. Costuma-se falar em monoartralgia quando uma única articulação3 é afetada e em poliartralgia quando são comprometidas várias articulações2. Muitos médicos usam esse termo para referir-se a qualquer tipo de dor nas articulações2, mas outras organizações fazem uma distinção entre artrite4 e artralgia5 e definem a artrite4 como "inflamação6 das articulações2". Contudo, a artrite4 pode também causar dor nas articulações2, como as demais artralgias1. Assim, alguns autores afirmam que se uma pessoa tem artralgia5 (dores nas articulações2), não necessariamente tem artrite4, embora o contrário não seja verdadeiro e se tem artrite4 (inflamação6 das articulações2) pode ter artralgias1. Assim entendidas, as artrites são uma doença e as artralgias1 apenas um sintoma7.
Quais são as causas das artralgias1?
Há diversas razões pelas quais as articulações2 podem se tonar dolorosas. Entre elas contam-se traumas, ferimentos, inflamações8, infecções9, transtornos imunes, reações alérgicas e doenças degenerativas10. As causas traumáticas mais comuns são fraturas ósseas, luxações, uso excessivo da articulação3, entorses11, distensões e ruptura de tendão12 muscular. Entre as inflamações8 estão a gota13, a osteoartrite14, a artrite reumatoide15 e a artrite4 infecciosa. Em pessoas idosas são comuns as causas degenerativas10, com perda do coxim16 de cartilagem17 que reveste as extremidades dos ossos nas articulações2, para permitir que os movimentos sejam suaves e não dolorosos. A predominância dessa osteodistrofia18 como causa de dores articulares aumenta com o desgaste promovido pela idade ou devido a doenças.
É comum que enfermidades sistêmicas apresentem artralgias1 como sintomas19. As artralgias1 de origem autoimune20, por exemplo, ocorrem na artrite reumatoide15, esclerodermia, síndrome21 de Sjögren, lúpus22 eritematoso23 sistemático e doenças do tecido conjuntivo24. Outras causas de artralgia5 podem ser bursites, efeitos colaterais25 ou reações alérgicas a medicamentos, osteomielite26, lúpus22 eritematoso23 sistêmico27, tendinites e tumores ósseos. Fatores como idade avançada, obesidade28 e atividades que colocam pressão repetitiva sobre a articulação3 e lesão29 articular anterior aumentam o risco de desenvolvimento de artralgia5.
Quais são os principais sinais30 e sintomas19 das artralgias1?
As dores articulares podem ser agudas ou crônicas e podem variar de intensidade, de leve a grave. Muitas delas se fazem acompanhar de rigidez e inchaço31 nas articulações2, mas podem vir sem eles. Elas podem ser agudas, maçantes, em pontadas, queimação ou latejantes e podem ser contínuas ou intermitentes32. Junto com elas pode acontecer uma sensação de queimação ou comichão, hipersensibilidade, rubor, calor, inchaço31 e restrição da mobilidade articular.
Nos idosos, a perda progressiva da cartilagem17 das extremidades dos ossos faz com que eles se atritem uns contra outros, o que conduz à dor e restrição ou perda da mobilidade comum à articulação3 em causa. A dor dessa osteodistrofia18 é pior após alguma atividade e ao final do dia. Pela manhã ou após uma inatividade prolongada ocorre uma rigidez, que pode perdurar por alguns minutos. Dependendo da causa, a artralgia5 pode afetar apenas uma ou várias articulações2 e ainda ser uni ou bilateral.
Como o médico diagnostica as causas das artralgias1?
O diagnóstico33 das causas das artralgias1 nem sempre é fácil, porque muitas condições comuns compartilham sintomas19 semelhantes. Esse diagnóstico33 envolve fazer uma boa coleta de dados médicos e realizar um minucioso exame físico. Algumas manobras semiológicas podem ajudar a determinar a natureza da artralgia5. A tomada de exames laboratoriais como o hemograma, por exemplo, e de imagens das articulações2, por meio de radiografias, tomografia computadorizada34 ou ressonância magnética35 complementam o diagnóstico33.
Como o médico trata as artralgias1?
O tratamento das artralgias1 irá variar em função da articulação3 afetada, da gravidade da lesão29, da dor e da causa subjacente e visa tanto tratar e solucionar a causa delas quanto aliviar os sintomas19. Algumas artralgias1 são transitórias, outras não. Os casos mais simples e passageiros podem ser tratados com repouso das articulações2 afetadas, analgésicos36 e aplicação de gelo, até que os sintomas19 terminem. Casos mais graves podem exigir prescrição de medicamentos específicos, ou mesmo cirurgia, inclusive para a substituição de articulações2 severamente danificadas.
Medicações como imunossupressores para a disfunção do sistema imunológico37, antibióticos quando há uma infecção38, podem ser usados ou descontinuados quando uma reação alérgica39 for a causa. As injeções de corticoides são um tratamento muito comum para a inflamação6 das articulações2, mas não devem ser repetidas com muita frequência. O manejo sintomático40 da dor pode incluir exercícios de alongamento, medicamentos de combate e tratamentos considerados apropriados para os demais sintomas19.
Quais são as complicações possíveis das artralgias1?
As complicações das artralgias1 não tratadas, dependendo da sua causa, podem ser sérias, incluindo desde deformidades visíveis da articulação3 afetada até incapacidade funcional, gangrena41 e amputações de membro.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.