Polimiosite: conceito, causas, fisiopatologia, diagnóstico, tratamento, prevenção e evolução
O que é polimiosite?
Polimiosite é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo1 que leva à dor e degenerescência dos músculos2. A polimiosite pode vir associada a manifestações dermatológicas e se chama, então, dermatomiosite.
Quais são as causas da polimiosite?
As causas da polimiosite ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que alguns vírus3 e certas reações autoimunes4 hereditárias desempenhem um papel importante no desenvolvimento desta enfermidade. Frequentemente a polimiosite está associada a um câncer5, sobretudo nos homens. A polimiosite e a dermatomiosite podem aparecer isoladamente ou fazerem parte de outros problemas do tecido conjuntivo1.
Qual é a fisiopatologia6 da polimiosite?
Os mecanismos imunitários de defesa do organismo identificam e atacam os elementos agressores estranhos, como fazem, por exemplo, com as bactérias e os vírus3. Quando, por qualquer motivo, se verifica uma alteração nesta capacidade, o organismo passa a reconhecer como estranhos os próprios componentes e o sistema de defesa passa a agredir a si próprio e a causar alterações de suas estruturas e funções. Quando isto ocorre, fala-se em enfermidades autoimunes4. Os músculos2 geralmente não ficam alheios a estas possibilidades e quando elas atingem as fibras musculares7, têm-se as miopatias inflamatórias, das quais as mais comuns são a polimiosite e a dermatomiosite.
Quais são os principais sinais8 e sintomas9 da polimiosite?
Em geral, a doença desenvolve-se mais agudamente nas crianças que nos adultos e quase sempre começa durante ou logo após uma infecção10. Nos adultos, os sintomas9 podem aparecer brusca ou gradativamente e incluem fraqueza muscular, que começa pelos braços, quadris e coxas11. Além de dor e inflamação12 generalizada nas articulações13 e músculos2, dificuldade de engolir, febre14, cansaço e emagrecimento. Tarefas simples como subir escadas ou levantar-se, quando assentado, ou simplesmente levantar a cabeça15 podem se tonar difíceis. Contudo, os músculos2 das mãos16, dos pés e da face17 nunca são afetados. O fenômeno de Raynaud18 (intensa vasoconstrição19 das artérias20 que irrigam os dedos e artelhos21) manifesta-se com muita frequência nas pessoas que sofrem de polimiosite. Embora não seja comum que a polimiosite afete órgãos internos, exceto a garganta22 e o esôfago23, pode comprometer os pulmões24, gerando tosse, inflamações25 e dificuldades respiratórias. Também podem aparecer úlceras26 no estômago27 ou no intestino, causando fezes sanguinolentas ou muito escuras.
Como o médico diagnostica a polimiosite?
Na história clínica e no exame físico devem ser especialmente pesquisadas a fraqueza muscular, dominante nos ombros, quadris e coxas11. Exames complementares mostrarão aumento dos valores das enzimas musculares no sangue28, revelarão alterações teciduais características no tecido29 examinado ao microscópio e anomalias elétricas dos músculos2. Uma biópsia30 muscular pode ser necessária para afastar outras alterações que podem afetar os músculos2. Os valores de certas enzimas musculares no sangue28 costumam ser usados para controlar a evolução da doença.
Como o médico trata a polimiosite?
O repouso é útil na maior parte dos casos de inflamação12 intensa. Em geral, um corticoide administrado por via oral por quatro a seis semanas (ou mais) em doses elevadas restabelece lentamente a força muscular e alivia a dor e o edema31. Pode ser necessário continuar com uma dose baixa de corticoide por muito tempo ou mesmo indefinidamente para evitar uma recidiva32. Quando o corticoide não faz efeito, administram-se medicamentos imunossupressores no lugar dele. Se estes medicamentos também não forem eficazes, pode-se recorrer à gamaglobulina33, por via endovenosa, substância que contém grandes quantidades de vários anticorpos34. Quando a polimiosite está associada a um câncer5, em geral não responde bem ao corticoide, mas o paciente experimenta uma melhora significativa se o tratamento do câncer5 for feito com sucesso.
Como prevenir a polimiosite?
A polimiosite é uma enfermidade de origem autoimune35 e, portanto, não existem medidas preventivas para evitá-la.
Como evolui a polimiosite?
Normalmente, a polimiosite evolui até a incapacidade, com fraqueza e deterioração dos músculos2. Em geral, a debilidade manifesta-se primeiramente nos segmentos proximais36 do corpo (ombros, quadris e coxas11), mas pode afetar os músculos2 de todo o corpo. Existe risco de morte para os adultos com doença grave e progressiva, dificuldade na deglutição37, desnutrição38, pneumonia39 ou insuficiência respiratória40.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.