Distúrbio neurocognitivo - conceito, causas, diagnóstico, tratamento, evolução
O que é distúrbio neurocognitivo?
Transtorno neurocognitivo ou síndrome1 cerebral orgânica, antigamente chamada demência2, é um termo geral que descreve a função mental diminuída devido a uma doença médica que não seja uma doença psiquiátrica. Ainda hoje, o termo demência2 é frequentemente usado como sinônimo porque os diversos transtornos envolvem deficiências cognitivas e declínios semelhantes, que afetam mais frequentemente pessoas idosas.
Há nove condições médicas que afetam de maneira semelhante as funções mentais, como a memória, o raciocínio e a capacidade de pensar logicamente, algumas das quais também afetam o sistema motor.
A doença de Alzheimer3 é responsável pela maioria dos casos, mas eles também incluem a degeneração4 frontotemporal, a doença de Huntington, a doença dos corpos de Lewy, o traumatismo5 cranioencefálico, a doença de Parkinson6, a doença por príons (doença da vaca louca) e problemas de demência2 devido à infecção7 pelo HIV8.
Saiba mais sobre "Mal de Alzheimer9", "Demência2 frontotemporal", "Doença de Huntington" e "Doença de Parkinson6".
Quais são as causas do distúrbio neurocognitivo?
Os distúrbios neurocognitivos são condições adquiridas que representam uma patologia10 cerebral subjacente que resulta em um declínio nas suas faculdades. Elas não são condições normais do desenvolvimento; são causadas por danos cerebrais em áreas que afetam o aprendizado e a memória, o planejamento e a tomada de decisões, a capacidade de usar e entender a linguagem, a coordenação entre mão11 e olho12 e a capacidade de agir dentro das normas sociais. Para ser diagnosticado como um distúrbio neurocognitivo, os sintomas13 devem estar associados a uma condição médica e não a um outro problema de saúde14 mental e não pode haver evidência de delirium15, um distúrbio transitório separado com sintomas13 semelhantes. As principais condições associadas com transtorno neurocognitivo são: lesão16 cerebral causada por trauma, condições anômalas de respiração, transtornos cardiovasculares, transtornos degenerativos17, demência2 por causas metabólicas, condições relativas a drogas e ao álcool, infecções18 e complicações do câncer19.
Quais são as principais características clínicas do distúrbio neurocognitivo?
Os sintomas13 mentais e comportamentais dos nove distúrbios neurocognitivos reconhecidos são semelhantes, sejam eles leves ou severos. Todos envolvem algum grau maior ou menor de comprometimento neurológico. Embora os sintomas13 dos distúrbios neurocognitivos possam variar com base na doença, no geral, toda síndrome1 cerebral orgânica causa agitação, confusão, perda de longo prazo e perda grave e de curto prazo da função cerebral.
Os distúrbios neurocognitivos são categorizados como de natureza leve ou severa, dependendo da gravidade dos sintomas13. O transtorno neurocognitivo leve também é chamado de leve comprometimento cognitivo20, enquanto o transtorno neurocognitivo severo é considerado demência2 completa. Embora afetem mais comumente pessoas idosas, alguns deles (como traumatismo5 cranioencefálico e HIV8) podem afetar pessoas mais jovens.
Leia sobre "Perda de memória", "Delirium15 ou estado confusional em idosos" e "Demência2".
Como o médico diagnostica o distúrbio neurocognitivo?
Os exames complementares dependem do tipo do distúrbio neurocognitivo, mas podem incluir exames de sangue21, eletroencefalograma22, tomografia computadorizada23, ressonância magnética24 e punção lombar.
Como o médico trata o distúrbio neurocognitivo?
O tratamento do distúrbio neurocognitivo depende da condição médica subjacente. Muitas condições são tratadas principalmente com reabilitação e cuidados de suporte para ajudar a pessoa com atividades perdidas devido a áreas em que a função cerebral foi afetada. Medicamentos podem ser necessários para reduzir comportamentos agressivos que podem ocorrer com algumas das condições, corrigir depressões e/ou ansiedades e problemas de memória dentre outros sintomas13. A psicoterapia e o apoio psicossocial para os pacientes e familiares são necessários para uma compreensão clara e um manejo adequado do transtorno e para manter uma melhor qualidade de vida para todos os envolvidos.
Como evolui o distúrbio neurocognitivo?
Alguns poucos distúrbios neurocognitivos são de curto prazo e reversíveis, mas muitos são de longo prazo ou pioram com o tempo.
Quais são as complicações do distúrbio neurocognitivo?
Pessoas com transtorno neurocognitivo geralmente perdem a capacidade de interagir com os outros ou de agir por conta própria, necessitando de cuidados e acompanhamento de outras pessoas.
Veja também sobre "Psicoterapia", "Demência2 vascular25", "Envelhecimento saudável" e "Como exercitar o cérebro26".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.