Como acontece a espermatogênese?
O que é espermatogênese?
A espermatogênese é o processo de produção de espermatozoides1 nos testículos2 do organismo masculino humano. Ele é um processo contínuo e complexo, que se passa em várias etapas de diferenciação celular e que se desenvolve desde a puberdade até a morte do indivíduo.
Já no período embrionário, as células germinativas3 primordiais migram da parede da vesícula4 vitelínica para a gônada5 ainda indiferenciada, e todos os processos de amadurecimento se darão no interior dela.
Em resumo, a espermatogênese é o processo contínuo de produção de espermatozoides1 nos testículos2 masculinos, envolvendo mitose, meiose e diferenciação celular, resultando na formação de células6 reprodutivas maduras capazes de fertilizar um óvulo7. Ao final desse processo, temos um espermatozoide8 com características típicas (cabeça9, colo10 e cauda), agora pronto para realizar o processo de fecundação11.
Quais são as fases da espermatogênese?
Costuma-se descrever três fases da espermatogênese: (1) multiplicação, (2) crescimento e (3) maturação.
A espermatogênese começa nas células germinativas3 primordiais, presentes nos testículos2 desde muito cedo e que são as células-tronco12 que darão origem aos espermatozoides1. Durante a puberdade, essas células6 se dividem por mitose e dão origem às células6 chamadas espermatogônias (precursoras precoces dos espermatozoides1). As espermatogônias são células6 diploides que se dividem continuamente através de mitoses sucessivas.
Durante a fase de multiplicação, algumas espermatogônias permanecem como células-tronco12 para garantir a produção contínua de espermatozoides1 ao longo da vida. Outras espermatogônias se transformam em espermatócitos primários, que passam por um processo de meiose.
A meiose é um processo de divisão celular especializado que reduz o número de cromossomos13 pela metade. Os espermatócitos primários passam por duas divisões meióticas, resultando na formação de quatro células6 haploides chamadas espermátides.
Resumindo, a mitose produz células6 geneticamente idênticas, enquanto a meiose produz células6 com metade do número de cromossomos13 e promove a variabilidade genética.
As espermátides (precursoras imediatas dos espermatozoides1) são células6 imaturas que passam por uma série de mudanças estruturais e funcionais, incluindo a formação de uma cabeça9 alongada, um flagelo (cauda) e a redução do citoplasma14. Esse processo é chamado de espermiogênese. No final da espermiogênese, as espermátides se transformam em espermatozoides1 maduros, prontos para a fertilização15.
Os espermatozoides1 maduros são liberados nos túbulos seminíferos dos testículos2 e, em seguida, passam por um processo chamado de espermiação, onde adquirem mobilidade e capacidade de fertilização15. Eles são então armazenados no epidídimo16, um ducto enrolado localizado na parte posterior dos testículos2, até serem ejaculados durante a atividade sexual.
Leia sobre "Espermograma", "Polução noturna", "Ejaculação17" e "Maca peruana".
Quais são os distúrbios da espermatogênese?
Alguns distúrbios da espermatogênese incluem:
- Azoospermia18 não obstrutiva e oligospermia, quando há uma produção ou maturação inadequada de espermatozoides1 nos testículos2. Existem várias causas possíveis para a azoospermia18 não obstrutiva, incluindo: (a) problemas genéticos; (b) condições médicas que podem afetar a produção de espermatozoides1, como lesões19 testiculares, infecções20, varicocele21, radioterapia22 ou quimioterapia23, exposição a substâncias tóxicas, uso de certos medicamentos e algumas condições hormonais; (c) problemas imunológicos que podem atacar os espermatozoides1, impedindo sua produção ou maturação adequada; (d) bloqueios no sistema de transporte dos espermatozoides1, impedindo sua liberação no sêmen24 ejaculado. Em alguns casos, a causa exata da azoospermia18 não obstrutiva pode permanecer não identificada.
- Teratozoospermia, que se refere a uma alta proporção de espermatozoides1 com anormalidades morfológicas. Os espermatozoides1 podem apresentar cabeças, caudas ou outros componentes estruturais com conformações anormais.
- Necrozoospermia, que é a presença de espermatozoides1 mortos no sêmen24 ejaculado. Isso pode indicar problemas na produção, maturação ou transporte dos espermatozoides1.
- Criptozoospermia, que é caracterizada pela presença de apenas alguns espermatozoides1 móveis no sêmen24 ejaculado. Embora haja uma baixa contagem, que dificulta muito ou impede a reprodução25 normal, ainda é possível obter espermatozoides1 para técnicas de reprodução25 assistida.
- Disgenesia26 testicular, que se refere a um desenvolvimento anormal dos testículos2, resultando em uma produção inadequada de espermatozoides1. Pode estar associada a outras anomalias genéticas ou cromossômicas.
- Varicocele21, que é uma condição na qual as veias27 que drenam os testículos2 estão dilatadas. Isso pode causar aumento da temperatura local, prejudicando a espermatogênese.
Como o médico diagnostica os distúrbios da espermatogênese?
Os distúrbios da espermatogênese podem ser diagnosticados por meio de uma combinação de avaliação clínica, análise do histórico médico, exames físicos e testes laboratoriais especializados. Do ponto de vista da avaliação clínica e histórico médico, o profissional iniciará sua busca de diagnóstico28 fazendo perguntas detalhadas sobre os sintomas29 e histórico de doenças anteriores. O exame físico visa verificar a presença de anormalidades físicas nos testículos2, epidídimos, cordão espermático30 e áreas relacionadas.
Deve ainda ser feita uma análise de esperma31 (espermograma), que avalia a contagem, motilidade e morfologia dos espermatozoides1, com indicação das causas dos distúrbios da espermatogênese. Análises hormonais ajudarão a verificar os níveis hormonais, como os de testosterona, hormônio32 folículo33-estimulante (FSH) e hormônio32 luteinizante (LH), que podem indicar problemas na produção de esperma31.
Além dessas análises, podem ser empreendidos testes genéticos para identificar anormalidades cromossômicas ou mutações genéticas que possam afetar a espermatogênese.
Como o médico trata os distúrbios da espermatogênese?
O tratamento dos distúrbios da espermatogênese depende fundamentalmente da causa do problema, a qual deverá ser tratada com os recursos disponíveis. Devem ser evitados o consumo de álcool, tabaco e drogas recreativas, as toxinas34 ambientais e o superaquecimento dos testículos2 (uso excessivo de saunas ou roupas apertadas, por exemplo).
Em alguns casos, o médico pode prescrever suplementos ou medicamentos para melhorar a saúde35 do esperma31. Se houver desequilíbrios de hormônios, o médico pode prescrever terapia hormonal para corrigir esses problemas. Se houver impedimentos da reprodução25 natural, o médico poderá indicar técnicas de reprodução25 assistida.
Veja também sobre "Perigos do sexo oral", "Vasectomia: perguntas e respostas" e "Vasectomia: o pós-procedimento".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.