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Faloplastia - como é o procedimento?

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O que é faloplastia?

Faloplastia é a cirurgia que tem como objetivo construir ou reconstruir o pênis1. Comumente, essa cirurgia é usada para pessoas que desejam aumentar as dimensões de seu pênis1, tanto em comprimento como em espessura, e por aquelas que desejam realizar uma mudança de sexo, do feminino para o masculino.

Normalmente, o pênis1 atinge seu tamanho definitivo por volta dos 21 anos. A média de tamanho do pênis1 ereto2 tida como normal para o homem brasileiro está entre 13 e 15 centímetros.

A questão do tamanho do pênis1

A preocupação com o tamanho do pênis1 é uma questão muito comum entre os homens e, muitas vezes, alimentada por mitos, expectativas sociais e pressões culturais. É importante entender que o tamanho do pênis1 varia naturalmente de pessoa para pessoa, e a maioria dos homens de uma mesma etnia está dentro de uma faixa considerada normal.

Algumas diferenças existem entre as diversas etnias. Assim, é sabido que as pessoas negras têm, em média, um tamanho do pênis1 maior que as pessoas brancas ou amarelas, e que os orientais têm um pênis1 menor que as demais etnias. Isso é apenas uma média e não quer dizer que não haja pessoas negras com pênis1 pequenos ou pessoas orientais com pênis1 maiores.

A despeito de que o tamanho do pênis1 não seja o único fator relevante para um desempenho normal das suas funções urinárias e para uma vida sexual satisfatória, popularizou-se a ideia de que quanto maior o tamanho do pênis1, maior a satisfação obtida na vida sexual. A ideia generalizou-se a tal ponto que a maioria dos homens deseja ter um pênis1 maior do que tem e alguns chegam até mesmo a ter problemas psicológicos a partir da crença de terem um pênis1 menor do que gostariam, o que pode levar a um grande abatimento na sua autoestima.

Segundo o Dr. Luiz Otávio Torres, ex-presidente da International Society for Sexual Medicine, não existe relação entre o tamanho do pênis1 e a capacidade de ereção3, a qualidade da ejaculação4 e a percepção do prazer sexual. É importante não se deixar levar por padrões irreais impostos pela mídia, pela sociedade ou pela cultura.

Mesmo assim, muitos indivíduos sentem uma inadequação relacionada ao tamanho do pênis1 e buscam os consultórios para o procedimento cirúrgico da faloplastia, destinado a aumentar o tamanho do pênis1.

Leia sobre "Doenças do pênis1: quais são as mais comuns e como se manifestam".

Em que consiste a faloplastia?

A cirurgia da faloplastia é frequentemente realizada para construir um pênis1 em mulheres que desejam mudar seu sexo, ou em homens que desejam aumentar o tamanho de seu pênis1. A decisão de se submeter a uma faloplastia faz parte de um processo mais amplo de cuidados e aconselhamentos médicos anteriores. Recomenda-se que a pessoa interessada nesse tipo de cirurgia busque a orientação de profissionais de saúde5 especializados e discuta com eles suas expectativas, antes de tomar decisões sobre o procedimento cirúrgico. O processo também pode envolver avaliações psicológicas para garantir que o paciente esteja bem informado e preparado para as implicações físicas e emocionais da cirurgia.

Vale destacar que a faloplastia também pode ser realizada corretivamente em casos de trauma, malformações6 congênitas7 ou doenças que afetam a anatomia genital.

Existem diferentes técnicas de faloplastia e a escolha da técnica a ser empregada em cada caso depende de vários fatores, como a anatomia do paciente, suas metas estéticas e funcionais, bem como as preferências e o treinamento do cirurgião.

Algumas das técnicas comuns incluem a utilização de tecido8 de outras áreas do corpo (pele9 do antebraço10, da parte anterolateral da coxa11 ou do dorso12) para construir o pênis1 e, em alguns casos, a implantação de dispositivos protéticos para obter ereção3.

A faloplastia para aumento do comprimento do pênis1 consiste na secção dos ligamentos13 que unem a parte interna do pênis1 ao osso pubiano14. O pênis1 possui uma parte interna de 7 a 10 cm chamada crura, que é unida através de ligamentos13 ao referido osso, localizado na região pélvica15. São esses ligamentos13 que fazem o levantamento do pênis1 ereto2, às vezes de maneira até exagerada. Após a aplicação de anestesia16 local, é realizada uma pequena incisão17 pouco acima da base do pênis1, na região pubiana18, para que os ligamentos13 sejam seccionados. A secção dos ligamentos13 libera cerca de 2 cm a 4 cm da parte pendular do pênis1. Com o membro em flacidez fica mais bem evidenciado esse ganho no aumento peniano, que varia de pessoa para pessoa, não existindo, desse modo, um padrão fixo.

Já a faloplastia para mudança de sexo é um procedimento complexo que envolve várias etapas. As técnicas cirúrgicas podem evoluir ao longo do tempo, mas algumas etapas gerais incluem:

  1. Remoção dos órgãos sexuais femininos (ovários19 e útero20).
  2. Construção do pênis1, envolvendo a utilização de tecidos do próprio paciente, como retalhos de pele9 do antebraço10, da coxa11 ou do dorso12.
  3. Conexão dos dutos urinários, agora redirecionados para a extremidade do novo pênis1, para permitir a micção21.
  4. Construção de um escroto22 e da glande do pênis1.
  5. Inserção de falsos testículos23 (artificiais) no escroto22.
  6. Em algumas cirurgias, um dispositivo erétil (opcional) pode ser implantado para possibilitar a ereção3.

No entanto, cada pessoa pode ter necessidades e expectativas diferentes e nem todos os procedimentos devem ser realizados da mesma forma em todas as pessoas. Os procedimentos devem ser individualizados em cada caso. As opções podem variar com base na anatomia e nas preferências individuais.

Traumas ou lesões24 graves podem resultar em danos significativos ao pênis1 e a faloplastia pode ser uma opção para reconstruir ou reparar as estruturas afetadas. Além disso, algumas doenças, como certos tipos de câncer25, podem exigir a remoção parcial ou total do pênis1 e, nesses casos, a faloplastia pode ser feita para restaurar a aparência e a função original do órgão.

Quais são os riscos e as complicações possíveis com a faloplastia?

A faloplastia é um procedimento complexo que envolve riscos, como qualquer cirurgia. Muitas pessoas experimentam complicações, mas um cirurgião experiente reduz esses riscos a um mínimo.

As complicações a longo prazo têm menos probabilidade de acontecer quando detectadas precocemente. Embora sejam pouco comuns, elas podem incluir infecções26; perda fálica parcial, se o neopênis não mantiver o fluxo sanguíneo adequado; estenose27 uretral28; e fístula29 urinária.

Veja também sobre "Ejaculação4 precoce", "Ejaculação4 rerógrada", "Priapismo30" e "Micropênis".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da U.S. National Library of Medicine.

ABCMED, 2024. Faloplastia - como é o procedimento?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/1467662/faloplastia-como-e-o-procedimento.htm>. Acesso em: 27 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
2 Ereto: 1. Que se mantém erguido, levantado; erecto. 2. Que se encontra em equilíbrio ou aprumado. 3. Que endureceu, que se tornou túrgido.
3 Ereção: 1. Ato ou efeito de erigir ou erguer. 2. Inauguração, criação. 3. Levantamento ou endurecimento do pênis.
4 Ejaculação: 1. Ato de ejacular. Expulsão vigorosa; forte derramamento (de líquido); jato. 2. Em fisiologia, emissão de esperma pela uretra no momento do orgasmo. 3. Por extensão de sentido, qualquer emissão. 4. No sentido figurado, fartura de palavras; arrazoado.
5 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
6 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
7 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
8 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
9 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
10 Antebraço:
11 Coxa: É a região situada abaixo da virilha e acima do joelho, onde está localizado o maior osso do corpo humano, o fêmur.
12 Dorso: Face superior ou posterior de qualquer parte do corpo. Na anatomia geral, é a região posterior do tronco correspondente às vértebras; costas.
13 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
14 Pubiano: Região relativa à ou própria de púbis ou do osso púbico. Este é o mais anterior dos três principais ossos que formam a pelve ou pélvis.
15 Pélvica: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
16 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
17 Incisão: 1. Corte ou golpe com instrumento cortante; talho. 2. Em cirurgia, intervenção cirúrgica em um tecido efetuada com instrumento cortante (bisturi ou bisturi elétrico); incisura.
18 Pubiana: Região relativa à ou própria de púbis ou do osso púbico. Este é o mais anterior dos três principais ossos que formam a pelve ou pélvis.
19 Ovários: São órgãos pares com aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm de largura e 1,5cm de espessura cada um. Eles estão presos ao útero e à cavidade pelvina por meio de ligamentos. Na puberdade, os ovários começam a secretar os hormônios sexuais, estrógeno e progesterona. As células dos folículos maduros secretam estrógeno, enquanto o corpo lúteo produz grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno.
20 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
21 Micção: Emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga.
22 Escroto:
23 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
24 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
25 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
26 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
27 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
28 Uretral: Relativo ou pertencente à uretra.
29 Fístula: Comunicação anormal entre dois órgãos ou duas seções de um mesmo órgão entre si ou com a superfície. Possui um conduto de paredes próprias.
30 Priapismo: Condição, associada ou não a um estímulo sexual, na qual o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido habitual. Essa ereção é involuntária, duradora (cerca de 4 horas), geralmente dolorosa e potencialmente danosa, podendo levar à impotência sexual irreversível, constituindo-se numa emergência médica.
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