Os perigos do sexo oral
Há perigos na prática do sexo oral?
O sexo oral corresponde ao contato da boca1 de um dos parceiros com os genitais masculinos2 ou femininos do outro. O sexo oral em si não prejudica, nem é deletério para nenhum dos protagonistas, sendo uma fonte de prazer praticada por vários casais. Essa prática tanto pode ocorrer entre parceiros homossexuais masculinos ou femininos ou pares heterossexuais.
Chama-se felação3 quando o sexo oral é feito ao homem por uma mulher e cunilíngua se feito à mulher pelo homem. Nessa prática sexual há sempre um doador e um receptor e há a possibilidade de transmissão de doenças. Como os órgãos sexuais do doador apenas entram em contato com a saliva do receptor e ela, na maioria das vezes, não transmite vírus4, o risco de contágio5 é baixo. A questão torna-se mais complexa pelo fato de que, no sexo oral os parceiros muitas vezes se alternam nos papéis de ativo e passivo.
As secreções genitais deglutidas não fazem mal à saúde6. O sêmen7, por exemplo, formado por espermatozoides8, proteínas9, frutose10, vitaminas e sais minerais, mesmo se for engolido, não trará nenhum dano para o organismo, pois o estômago11 contém ácidos que destroem facilmente os vírus4 por ventura presentes. Em geral, as chances gerais de contrair doenças por meio do sexo oral são menores para ambos os parceiros que nas outras modalidades sexuais, mas não são nulas.
Quais são os perigos do sexo oral?
Basicamente, os perigos do sexo oral se resumem à possibilidade de transmissão de doenças. O contágio5 por herpes, a partir da boca1, é a forma mais comum de transmissão. O vírus4 pode se transformar em genital se a boca1 contaminada entrar em contato com uma parte íntima do parceiro. Outras doenças podem ser transmitidas como hepatite12 C, giardíase, amebíase, gonorreia13, AIDS, sífilis14 e candidíase15.
O vírus4 da AIDS entra no corpo também pelas mucosas16 e membranas. Assim como os bebês17 podem ser infectados pelo vírus4 HIV18 através do leite materno, uma pessoa pode ser infectada pela exposição oral a ele, como pode acontecer por meio do sêmen7 ou de outras secreções penianas ou vaginais depositadas na boca1.
O risco da transmissão de doenças, incluindo a AIDS, é maior se um dos parceiros tem uma doença sexualmente transmissível, como gonorreia13 ou sífilis14 ou se o seu parceiro tem cortes abertos, úlceras19, machucados na boca1, garganta20 infeccionada, amigdalite ou alguma doença na gengiva, oferecendo uma porta de entrada mais fácil para o vírus4.
O risco é significativamente maior para o receptor que para o doador dessas substâncias patógenas. Essa forma de transmissão da AIDS, no entanto, é rara, representando um risco infinitamente menor do que numa penetração vaginal ou anal.
Como evitar os perigos do sexo oral?
O único modo de evitar os perigos representados pelo sexo oral é usar preservativos, mas, em geral, esse recurso é muito mal aceito nesse tipo de prática sexual. Não se deve fazer sexo oral quando se percebe alguma lesão21 nos genitais do parceiro. Deve-se evitar escovar os dentes logo depois do sexo oral, para não traumatizar ou ferir as gengivas, criando portas de entrada facilitadas para microrganismos. Evite que as secreções sexuais possam atingir os olhos22, que também funcionam como vias de entrada.
A terapia anti-HIV18 não reduz o potencial de infecção23 do sêmen7 e não evita a infecção23 em relações sexuais desprotegidas. Não se deve também praticar sexo oral após sexo vaginal ou anal pela possibilidade de carrear para a cavidade oral24 os germes próprios daqueles outros locais.
Leia mais em "Variações sexuais: o sexo oral e o sexo anal", "Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). O que são?", "Afrodisíacos, desejo e excitabilidade sexual" e "Orgasmo: o que é? O que pode facilitá-lo ou dificultá-lo?"
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.