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Cisto de ovário

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O que são cistos de ovário1?

As mulheres têm dois ovários2, um de cada lado do útero3, do tamanho e formato de uma amêndoa. Eles são parte do sistema reprodutivo feminino. Muitas mulheres têm cistos ovarianos em algum momento de suas vidas. Os cistos ovarianos são bolsas cheias de líquido que se formam no interior ou na superfície dos ovários2.

Quais são as causas e o mecanismo fisiológico4 dos cistos de ovários2?

A maioria dos cistos ovarianos se desenvolve como resultado do ciclo menstrual (cistos funcionais). Os ovários2 estão localizados no baixo-ventre em ambos os lados do útero3 e produzem óvulos, assim como hormônios.

Os ovários2 normalmente produzem a cada mês estruturas semelhantes a cistos chamados folículos. Os folículos produzem os hormônios estrogênio e progesterona e liberam o óvulo5 quando a mulher ovula. Em torno do ponto médio do ciclo menstrual, um óvulo5 sai do seu folículo6 e caminha pela trompa de Falópio. Um cisto folicular começa quando o folículo6 não se rompe ou solta o óvulo5, mas continua a crescer. Se um determinado folículo6 continua crescendo, ao invés de se romper e liberar o óvulo5, dá origem a um cisto funcional folicular.

Cisto no ovário

Quando um folículo6 libera o óvulo5, ele começa a produzir estrogênio e progesterona, hormônios necessários para a concepção7. Este folículo6 é agora chamado de corpo lúteo. O cisto funcional do corpo lúteo acontece quando um folículo6 libera seu óvulo5, restando o corpo lúteo, e o líquido se acumula dentro dele, fazendo com que o corpo lúteo se transforme em um cisto.

Outros cistos não relacionados ao ciclo menstrual incluem os cistos dermoides, cistoadenomas e endometriomas.

Saiba mais sobre "Ciclo menstrual", "Cistos ovarianos" e "Menstruação8".

Quais são as principais características clínicas do cisto de ovário1?

Os cistos funcionais de ovário1 geralmente são inofensivos, raramente causam dor e a maioria deles muitas vezes desaparece por conta própria dentro de alguns meses ou dentro de dois ou três ciclos menstruais. No entanto, alguns cistos ovarianos, especialmente aqueles que se rompem, podem causar sintomas9 graves.

São mais comuns a dor pélvica10 surda ou aguda, do lado do cisto, plenitude ou peso no abdômen, inchaço11 abdominal, movimentos intestinais dolorosos, relação sexual dolorosa, dor na parte inferior das costas12 ou coxas13, mastalgia14 (dores nas mamas15), náuseas16 e vômitos17.

Se houver sintomas9 graves de rompimento ou torção18 ovariana como dor pélvica10 grave ou aguda, febre19, desmaio ou tontura20 e respiração rápida, são necessárias providências imediatas.

Como o médico diagnostica o cisto de ovário1?

Um cisto no ovário1 pode ser encontrado durante um exame físico pélvico21 de rotina ou por outro motivo. O médico provavelmente recomendará testes para determinar o tipo de cisto e se a paciente precisa de tratamento ou só de acompanhamento, dependendo do tamanho do cisto e se é cheio de fluido, sólido ou misto.

Possíveis exames complementares incluem teste de gravidez22 (teste positivo pode sugerir cisto do corpo lúteo), ultrassonografia23 pélvica10, laparoscopia24 e teste de sangue25 CA 125, frequentemente elevado em mulheres com câncer26 de ovário1, embora níveis elevados de CA 125 também possam ocorrer em condições não cancerosas, como endometriose27, miomas uterinos e doença inflamatória pélvica28.

Leia sobre "Dor na relação sexual ou dispareunia", "Relações sexuais", "Ultrassonografia23 transvaginal" e "Marcadores tumorais".

Como o médico trata o cisto de ovário1?

O tratamento depende da idade da paciente, do tipo e tamanho do cisto e dos sintomas9. O médico pode sugerir uma espera vigilante, para ver se o cisto desaparece dentro de alguns meses; uma ultrassonografia23 pélvica10 de acompanhamento a intervalos para ver se o cisto muda de tamanho; pílulas anticoncepcionais, para evitar que os cistos ovarianos se repitam ou cirurgia para remoção do cisto que seja grande, não pareça um cisto funcional, esteja crescendo, continue por dois ou três ciclos menstruais ou cause dor.

Alguns cistos podem ser removidos sem remover o ovário1, mas em alguns casos o médico pode sugerir a remoção do ovário1 afetado e deixar o outro intacto.

Como prevenir o cisto de ovário1?

Embora não haja maneira de prevenir cistos ovarianos, os exames pélvicos29 regulares ajudam a garantir que as alterações nos ovários2 sejam diagnosticadas o mais cedo possível. A observação atenta pela mulher do seu ciclo mensal, incluindo sintomas9 menstruais incomuns, ajudam a levantar suspeitas precoces. Outros sintomas9 que devem ser levados em conta como possíveis indicadores precoces de cistos ovarianos são: dor pélvica10 em curso, perda de apetite, perda de peso e plenitude abdominal.

Quais são as complicações possíveis do cisto de ovário1?

Os cistos dermoides e cistoadenomas podem se tornar grandes, fazendo com que o ovário1 saia da posição. Isso aumenta a chance de torção18 dolorosa do ovário1, chamada torção18 ovariana. Torção18 ovariana também pode resultar na diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo para o ovário1.

Um cisto que rompe pode causar dor intensa e sangramento interno. Quanto maior o cisto, maior o risco de ruptura. A atividade vigorosa que afeta a pelve30, como a relação vaginal, também aumenta o risco.

Veja também sobre "Pílulas anticoncepcionais", "Doenças sexualmente transmissíveis", "Quinze sintomas9 de câncer26 que muitas mulheres ignoram" e "Preventivo31 ou Exame de Papanicolau32".

 

ABCMED, 2018. Cisto de ovário. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/1324558/cisto-de-ovario.htm>. Acesso em: 12 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Ovário: Órgão reprodutor (GÔNADAS) feminino. Nos vertebrados, o ovário contém duas partes funcionais Sinônimos: Ovários
2 Ovários: São órgãos pares com aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm de largura e 1,5cm de espessura cada um. Eles estão presos ao útero e à cavidade pelvina por meio de ligamentos. Na puberdade, os ovários começam a secretar os hormônios sexuais, estrógeno e progesterona. As células dos folículos maduros secretam estrógeno, enquanto o corpo lúteo produz grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno.
3 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
4 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
5 Óvulo: Célula germinativa feminina (haplóide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO.
6 Folículo: 1. Bolsa, cavidade em forma de saco. 2. Fruto simples, seco e unicarpelar, cuja deiscência se dá pela sutura que pode conter uma ou mais sementes (Ex.: fruto da magnólia).
7 Concepção: O início da gravidez.
8 Menstruação: Sangramento cíclico através da vagina, que é produzido após um ciclo ovulatório normal e que corresponde à perda da camada mais superficial do endométrio uterino.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Pélvica: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
11 Inchaço: Inchação, edema.
12 Costas:
13 Coxas: É a região situada abaixo da virilha e acima do joelho, onde está localizado o maior osso do corpo humano, o fêmur.
14 Mastalgia: Dor nas mamas. Costuma ser um distúrbio benigno em mulheres jovens devido a um desequilíbrio hormonal durante o ciclo menstrual. Mas, pode ter outras causas.
15 Mamas: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
16 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
17 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
18 Torção: 1. Ato ou efeito de torcer. 2. Na geometria diferencial, é a medida da derivada do vetor binormal em relação ao comprimento de arco. 3. Em física, é a deformação de um sólido em que os planos vizinhos, transversais a um eixo comum, sofrem, cada um deles, um deslocamento angular relativo aos outros planos. 4. Em medicina, é o mesmo que entorse. 5. Na patologia, é o movimento de rotação de um órgão sobre si mesmo. 6. Em veterinária, é a cólica de alguns animais, especialmente a do cavalo.
19 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
20 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
21 Pélvico: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
22 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
23 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
24 Laparoscopia: Procedimento cirúrgico mediante o qual se introduz através de uma pequena incisão na parede abdominal, torácica ou pélvica, um instrumento de fibra óptica que permite realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
25 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
26 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
27 Endometriose: Doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. Endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação. Os locais mais comuns da endometriose são: Fundo de Saco de Douglas (atrás do útero), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto ), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga e parede da pélvis.
28 Doença inflamatória pélvica: Infecção aguda que compromete o trato genital feminino (ovários, trompas de Falópio, útero). Manifesta-se por dor, febre e descarga purulenta pela vagina.
29 Pélvicos: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
30 Pelve: 1. Cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ossos ilíacos), sacro e cóccix; bacia. 2. Qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
31 Preventivo: 1. Aquilo que previne ou que é executado por medida de segurança; profilático. 2. Na medicina, é qualquer exame ou grupo de exames que têm por objetivo descobrir precocemente lesão suscetível de evolução ameaçadora da vida, como as lesões malignas. 3. Em ginecologia, é o exame ou conjunto de exames que visa surpreender a presença de lesão potencialmente maligna, ou maligna em estágio inicial, especialmente do colo do útero.
32 Papanicolau: Método de coloração para amostras de tecido, particularmente difundido por sua utilização na detecção precoce do câncer de colo uterino.
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