As cores da pele humana
O que são as cores da pele1 humana?
A cor normal da pele1 humana varia do preto mais escuro aos tons esbranquiçados mais claros, com variadas tonalidades intermediárias. As diferenças entre a cor da pele1 nas diferentes populações parecem ter evoluído por meio da seleção natural, devido às diferenças no ambiente.
No entanto, a cor natural da pele1 não é totalmente uniforme em todo o corpo de um indivíduo; por exemplo, a pele1 da palma da mão2 e da sola do pé é mais clara do que a pele1 da maioria das outras partes, e isso é especialmente perceptível em pessoas de pele1 mais escura. Num mesmo indivíduo pode haver uma significativa diferença de coloração entre a pele1 exposta ao sol e a que nunca fica exposta.
O significado social atribuído às diferenças na cor da pele1 tem variado entre as culturas e ao longo do tempo, conforme demonstrado em relação ao status social e à discriminação.
O que causa as diferentes cores da pele1 humana?
As diferentes cores da pele1 entre os indivíduos são causadas pela interação entre a pigmentação dela, que é geneticamente determinada a partir da herança advinda dos pais biológicos, e a exposição ao sol.
A cor real da pele1 de diferentes humanos é afetada por muitas substâncias, a mais importante das quais é o pigmento melanina3, produzido na pele1 em células4 chamadas melanócitos5 e que é o principal determinante da cor da pele1 em humanos de pele1 escura. A cor da pele1 em pessoas com pele1 clara é determinada principalmente pelo tecido conjuntivo6 branco-azulado sob a derme7 (camada média da pele1) e pela hemoglobina8 que circula nas veias9 da derme7.
A cor avermelhada subjacente à pele1 torna-se mais visível, especialmente no rosto, quando, como consequência de exercícios físicos ou excitação sexual, ou estimulação do sistema nervoso10 (raiva11, constrangimento, por exemplo), as arteríolas12 se dilatam.
Em todo o mundo existe uma correlação direta entre a distribuição geográfica da radiação ultravioleta do sol (RUV) e a distribuição da pigmentação da pele1. As áreas que recebem maiores quantidades de RUV, geralmente localizadas mais perto do Equador, tendem a ter populações de pele1 mais escura, e áreas distantes dos trópicos, mais próximas dos polos, que têm menor intensidade de RUV, comportam populações de pele1 mais clara.
Leia sobre "Cuidados com a pele1", "Queimadura de sol ou eritema13 solar" e "Bronzeamento artificial".
Teorias que procuram compreender a questão das cores naturais da pele1 humana
As evidências, teorias e especulações para explicar as diferentes colorações são várias. A principal hipótese para a evolução da cor da pele1 humana propõe que os humanos arcaicos eram de pele1 escura e, à medida que as populações começaram a migrar para o norte, a restrição evolutiva de manter a pele1 escura diminuiu proporcionalmente à distância ao norte de uma população migrada, resultando em uma grande variedade de tons de pele1.
Em algum momento, algumas populações do norte experimentaram seleção positiva para pele1 mais clara devido a que ela produziu um aumento da produção de vitamina14 D da luz solar e os genes para pele1 mais escura desapareceram dessas populações. As migrações subsequentes para diferentes ambientes de diferentes intensidades de RUV e a mistura entre as populações resultaram na variedade de pigmentações da pele1 que vemos hoje.
A cor da pele1 também foi afetada por práticas culturais, como ingestão de alimentos, uso de roupas e coberturas corporais, vida dentro de abrigos, etc.
Além disso, os pesquisadores observaram que as mulheres, em média, têm peles significativamente mais claras que os homens, devido a uma menor pigmentação dela, porque as mulheres precisam de mais cálcio durante a gravidez15 e a lactação16 e a produção de cálcio depende da síntese de vitamina14 D, que por sua vez depende da luz solar.
Por outro lado, pensa-se que a pele1 também pode escurecer como resultado do bronzeamento devido à exposição ao sol para fornecer proteção parcial contra a fração ultravioleta que produz danos e mutações no DNA das células4 da pele1.
Alterações patológicas da cor da pele1
A cor da pele1 pode sofrer dois tipos patológicos de alteração da cor, transitórias ou permanentes: (1) alteração global, como no albinismo, na icterícia17 ou na cianose18, por exemplo, e (2) alterações circunscritas estáticas ou variáveis. Essas últimas são ditas hipercromias, quando se trata de manchas ou regiões de cor mais escura que a pele1 normal da pessoa, ou hipocromias, quando se trata de manchas ou regiões mais claras que a pele1 normal da pessoa.
O albinismo é um distúrbio congênito19 caracterizado pela ausência parcial ou total de melanina3 na pele1, cabelos e olhos20, conferindo a essas estruturas uma coloração excessivamente esbranquiçada. A icterícia17, popularmente conhecida como "amarelão", é uma síndrome21 em que a pele1, as mucosas22 e a conjuntiva23 adquirem uma coloração amarelo-laranja em decorrência do acúmulo de pigmentos biliares no organismo. Ela ocorre fisiologicamente em um grande número de recém-nascidos, mas em adultos sinal24 de alguma patologia25. A cianose18 acontece quando a hemoglobina8 das hemácias26 não está corretamente oxigenada e torna o sangue27 mais escuro, e ele confere pele1 uma coloração azul-arroxeada, que pode ser vista sobretudo nas extremidades, nas mucosas22 e nos leitos ungueais28.
Hipercromias são manchas escuras circundadas por uma pele1 de coloração habitual, resultantes do aumento da melanina3. Exemplos: lentigo solar e melasma29. Hipocromia30 são manchas mais claras, circundadas por uma pele1 de coloração habitual, resultantes da diminuição da melanina3 na pele1, cujo exemplo maior talvez seja o vitiligo31.
Veja também sobre "Pele1 com manchas pode ser melasma29", "Protetor solar ou filtro solar" e "Lesões32 pré-cancerosas da pele1".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.