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Bioimpedância - Para que serve e quando deve ser realizada?

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O que é impedância?

Impedância é uma medida da oposição que um circuito elétrico oferece ao fluxo de corrente elétrica alternada. Por outro lado, a resistência elétrica é a oposição ao fluxo de corrente elétrica contínua. A impedância depende das propriedades elétricas dos componentes do circuito, bem como da frequência da corrente aplicada.

O que é bioimpedância?

A bioimpedância é uma técnica baseada na análise da condutividade/resistência elétrica dos tecidos biológicos. É utilizada para medir a composição corporal de uma pessoa, fornecendo informações sobre a quantidade de gordura1, músculo e água presentes no corpo.

O princípio básico da bioimpedância é que diferentes tecidos têm diferentes graus de condutividade elétrica. A água possui alta condutividade, enquanto a gordura1 tem baixa condutividade e os músculos2 têm uma condutividade relativamente média entre os dois.

Como é uma técnica indireta, a bioimpedância pode apresentar certa margem de erro. Fatores como a hidratação do corpo, a temperatura, a idade e o sexo da pessoa podem influenciar nos resultados. Portanto, é recomendado que os dados obtidos com ela sejam interpretados levando em consideração outros aspectos clínicos.

Leia sobre "Índice de massa corporal3", "Calorias4", "Os mecanismos da fome" e "Como ganhar massa muscular".

Como se procede ao exame de bioimpedância?

Como preparação para o exame, para que ele indique os valores corretos de massa gorda5 e magra, deve-se evitar comer, beber café ou fazer exercício físico nas 4 horas anteriores ao exame, beber 2 a 4 copos de água 2 horas antes do exame, não ingerir bebidas alcoólicas nas 24 horas anteriores e não passar creme nos pés ou nas mãos6. Recomenda-se usar peças leves e pequenas de vestuário, pois ajuda a certificar que os resultados são os mais exatos possíveis.

Os aparelhos de bioimpedância conseguem avaliar a porcentagem de gordura1, músculo, ossos e água do corpo porque uma corrente elétrica passa pelo corpo através de placas7 de metal instaladas em uma balança, bastando subir nelas descalço e sem meias ou segurar uma placa8 de metal à frente do corpo, que pode existir em um outro tipo de aparelho menor.

A diferença maior entre esses dois métodos de bioimpedância é que, na balança, os resultados são mais precisos para a composição da metade inferior do corpo, enquanto no aparelho que se segura nas mãos6, o resultado refere-se à composição do tronco, braços e cabeça9. Desta forma, a maneira mais rigorosa de saber a composição corporal é utilizar uma balança que combine os dois métodos.

Essa corrente viaja facilmente pela água e, por isso, tecidos muito hidratados, como os músculos2, deixam a corrente passar rapidamente. Já a gordura1 e os ossos possuem pouca água e, dessa forma, a corrente tem maior dificuldade para passar. Assim, a diferença entre a resistência da gordura1 e a velocidade com que ela passa em tecidos como os músculos2, por exemplo, permite que o aparelho calcule o valor que indica a quantidade de massa magra10, gordura1 e água.

A medida da resistência elétrica é feita e, com base nessa medida, são aplicados algoritmos para estimar a composição corporal. Essas informações podem ser úteis em diversos contextos, como avaliação do estado nutricional, monitoramento de progresso em programas de exercícios físicos e acompanhamento de pacientes em tratamentos médicos.

O exame é muito utilizado em academias de ginástica e como complemento em consultas com nutricionistas, para adequar o plano alimentar e de treino de exercícios físicos, ou para avaliar os resultados de tratamentos previamente estabelecidos. Ele deve ser evitado em gestantes e em portadores de marca-passo11.

Quais são os resultados esperados de um exame de bioimpedância?

  1. A quantidade de massa gorda5 pode ser dada em % ou em Kg, dependendo do tipo de aparelho. Os valores recomendados de massa gorda5 variam em proporção de acordo com o sexo e a idade. Os resultados apurados devem ser comparados com tabelas previamente construídas. Idealmente, o valor de massa gorda5 deve estar no intervalo referido como normal. Já os atletas, devem possuir um valor de massa gorda5 inferior ao normal.
  2. A massa magra10 indica a quantidade de músculos2 e água no organismo, sendo que algumas balanças e aparelhos mais modernos já fazem a diferença entre os dois valores. Para a massa magra10, os valores a serem obtidos devem ser expressos em Kg e serem comparados com tabelas de valores normais. A massa magra10 deve estar no intervalo de valores definidos como normais, mas os atletas costumam apresentar valores superiores, devido a uma maior construção de músculos2.
  3. Quanto maior for a quantidade de músculo, maior será a quantidade de calorias4 gastas por dia, o que permite eliminar mais facilmente o excesso de gordura1 do corpo. Essa informação pode ser dada em quilos de músculo ou em porcentagem. A quantidade de massa muscular mostra apenas o peso dos músculos2 dentro da massa magra10, sem contar com a água e outros tecidos corporais, por exemplo.
  4. Os valores de referência para a quantidade de água em homens é de 55 a 65% e em mulheres de 45 a 60%. Estes valores ajudam a saber se o organismo está ou não bem hidratado, o que evita câimbras12, rupturas e lesões13, garantindo uma melhora progressiva na performance e nos resultados do treino.
  5. O valor de densidade óssea é muito importante para avaliar os benefícios da atividade física em idosos ou pessoas com osteopenia ou osteoporose14, uma vez que a prática regular de exercício físico permite fortalecer os ossos e, muitas vezes, tratar a perda de densidade óssea.
  6. Os valores da gordura1 visceral podem variar entre 1 e 59, sendo dividido em dois grupos. Valores saudáveis, entre 1 e 12; valores prejudiciais, entre 13 e 59. Embora a presença de gordura1 visceral possa ajudar a proteger os órgãos, o excesso dela é prejudicial e pode provocar várias doenças, como pressão alta, diabetes mellitus15 e insuficiência cardíaca16.
  7. O metabolismo17 basal é a quantidade de calorias4 que o corpo gasta para funcionar e seu número pode variar a partir da idade, sexo e atividade física da pessoa. Conhecer esse valor é muito útil para pessoas que estão fazendo dieta para emagrecer ou para engordar, sendo um guia de quantas calorias4 a menos ou a mais devem ser ingeridas. Além disso, os aparelhos também podem apresentar a taxa de metabolismo17 atual recomendada. Para se aumentar a taxa de metabolismo17, deve-se aumentar a quantidade de massa magra10, pois o músculo é um tecido18 que gasta mais calorias4 que a gordura1, contribuindo, assim, para a queima da gordura1 corporal armazenada.
Veja também sobre "Como funciona o controle do apetite", "Whey Protein", "Creatina" e "Sobre o uso de testosterona".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos site do Hospital Israelita Albert Einstein e da Rede D’Or São Luiz.

ABCMED, 2023. Bioimpedância - Para que serve e quando deve ser realizada?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1442050/bioimpedancia-para-que-serve-e-quando-deve-ser-realizada.htm>. Acesso em: 27 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
2 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
3 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
4 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
5 Massa gorda: É a porção de massa do organismo constituída de gordura armazenada (encontrada no tecido subcutâneo) e gordura essencial (encontrada nas vísceras, responsável pelo funcionamento fisiológico normal). A massa gorda é o resultado em quilos do percentual de gordura existente no organismo. Por exemplo, um indivíduo de 100 quilos e com percentual de gordura de 38%, pode ter o valor da massa gorda calculado em 38 quilos.
6 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
7 Placas: 1. Lesões achatadas, semelhantes à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
8 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
9 Cabeça:
11 Marca-passo: Dispositivo implantado no peito ou no abdômen com o por objetivo de regular os batimentos cardíacos.
12 Câimbras: Contrações involuntárias, espasmódicas e dolorosas de um ou mais músculos.
13 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
14 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
15 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
16 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
17 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
18 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
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