Infecção crônica pelo vírus da Hepatite B: diagnóstico, tratamento e prevenção
O que é a infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B?
A infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B (HBV) é uma condição de grande impacto em saúde4 pública, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e figura entre as principais causas de cirrose5 e carcinoma6 hepatocelular. Ela é definida como a persistência do antígeno7 de superfície (HBsAg) por mais de seis meses após a infecção1 inicial.
O HBV é um vírus2 de DNA da família Hepadnaviridae, transmitido principalmente por via parenteral (sangue8 e fluidos corporais), sexual, perinatal (de mãe para filho no parto) e, mais raramente, por contato com objetos contaminados. A infecção1 pode ser aguda, muitas vezes com resolução espontânea, ou evoluir para a forma crônica, sobretudo quando adquirida na infância ou em indivíduos imunossuprimidos.
A cronicidade ocorre em cerca de 90% dos recém-nascidos infectados, 25–50% das crianças menores de 5 anos e menos de 5% dos adultos.
Qual é o substrato fisiopatológico da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B?
O HBV infecta os hepatócitos sem ser diretamente citotóxico9. O dano hepático decorre da resposta imune do hospedeiro, mediada principalmente por linfócitos T citotóxicos10. Após a infecção1, o vírus2 se replica nos hepatócitos e pode integrar parte de seu DNA ao genoma da célula11 hospedeira. A resposta imune insuficiente, comum em infecções12 adquiridas na infância, permite a persistência do vírus2 em forma de DNA circular covalentemente fechado (cccDNA) no núcleo celular, que funciona como reservatório para replicação contínua.
A inflamação13 crônica leva à fibrose14 hepática15 progressiva e, em alguns pacientes, à cirrose5. Além disso, a integração do DNA viral pode induzir instabilidade genômica e mutações, aumentando o risco de carcinoma6 hepatocelular.
Quais são as características clínicas da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B?
A infecção1 crônica pode permanecer assintomática por anos ou décadas, dificultando o diagnóstico16 precoce. Quando há manifestações, incluem fadiga17, mal-estar, dor abdominal no quadrante superior direito e, em fases mais avançadas, icterícia18, ascite19, edema20 periférico e sinais21 de insuficiência hepática22.
Clinicamente, a evolução é descrita em fases:
- Imunotolerância: típica em infecções12 perinatais, com replicação viral intensa (HBsAg e HBeAg positivos), mas sem inflamação13 hepática15 significativa (ALT normal).
- Imunorreatividade (hepatite3 crônica ativa): aumento da atividade inflamatória, com elevação de ALT pela resposta imune.
- Portador inativo: baixa replicação viral, HBeAg negativo, HBsAg positivo, inflamação13 mínima ou ausente.
- Reativação: retorno da atividade inflamatória em portadores inativos, frequentemente associado a mutações do vírus2.
Como o médico faz o diagnóstico16 da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B?
O diagnóstico16 se baseia em sorologia, testes moleculares e exames de imagem ou histologia. A presença de HBsAg por mais de seis meses confirma cronicidade. HBeAg indica alta replicação viral, enquanto anti-HBe sugere menor replicação. Anti-HBc IgG está presente em infecções12 crônicas ou passadas.
O PCR23 quantitativo para DNA do HBV avalia replicação ativa e orienta decisão terapêutica24. Níveis elevados de ALT/AST indicam inflamação13 hepática15.
Ultrassonografia25, elastografia transitória (FibroScan®) e tomografia auxiliam na detecção de fibrose14 avançada, cirrose5 ou carcinoma6 hepatocelular. A biópsia26 hepática15 pode ser indicada em casos selecionados para avaliar atividade inflamatória e fibrose14.
O diagnóstico16 diferencial inclui hepatite3 C, hepatite3 autoimune27 e esteato-hepatite3 não alcoólica.
Veja sobre "Insuficiência hepática22", "Exames do fígado28 ou provas de função hepática15" e "Hepatograma29".
Como é o tratamento da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B?
O tratamento visa suprimir a replicação viral, reduzir a inflamação13 hepática15 e prevenir complicações. Nem todos os pacientes requerem intervenção imediata; a decisão depende da fase da doença, da carga viral, dos níveis de ALT e da presença de fibrose14 ou cirrose5.
As principais abordagens incluem:
- Antivirais orais (análogos de nucleosídeos/nucleotídeos, como entecavir e tenofovir): são primeira escolha, eficazes na supressão viral e com baixa taxa de resistência, indicados para hepatite3 crônica ativa e cirrose5.
- Interferon alfa peguilado: estimula resposta imune, mas seu uso é limitado pelos efeitos adversos e menor tolerabilidade.
- Monitoramento clínico: pacientes em imunotolerância ou portadores inativos devem ser acompanhados regularmente com sorologia, PCR23 para HBV-DNA e exames de imagem.
- Medidas gerais: evitar álcool, manter dieta equilibrada, vacinar contra hepatite3 A e tratar comorbidades30 metabólicas.
A cura funcional, definida pela perda do HBsAg e soroconversão para anti-HBs, é rara, e na maioria dos casos o tratamento é prolongado, frequentemente por tempo indeterminado.
Evolução da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B
A evolução depende da carga viral, do grau de resposta imune e da adesão ao tratamento. Em pacientes não tratados, a infecção1 pode permanecer estável (portador inativo) ou evoluir para fibrose14, cirrose5 em até 20% após 20–30 anos e carcinoma6 hepatocelular, especialmente em cirróticos. O tratamento adequado retarda ou interrompe a progressão e reduz substancialmente o risco de complicações.
Prevenção da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B
A prevenção é altamente eficaz. A vacina31 contra o HBV, aplicada em três doses, é segura e garante imunidade32 duradoura, devendo ser administrada universalmente a recém-nascidos, crianças e adultos não imunizados. Bebês33 de mães HBsAg positivas devem receber imunoglobulina34 específica (HBIG) associada à primeira dose da vacina31 nas primeiras 12 horas de vida, reduzindo drasticamente o risco de transmissão vertical.
Outras medidas incluem sexo seguro, esterilização adequada de materiais médicos, triagem rigorosa de sangue8 e derivados, além da não utilização de agulhas compartilhadas.
Quais são as complicações possíveis da infecção1 crônica pelo vírus2 da hepatite3 B?
As principais complicações são cirrose5 hepática15, carcinoma6 hepatocelular, hepatite fulminante35 (rara, mas grave) e manifestações extra-hepáticas36, como glomerulonefrite37 membranosa e poliarterite nodosa.
Leia também sobre "Hepatites38", "Hepatite3 A", "Hepatite3 B" e "Hepatite3 C".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Hospital Albert Einstein e da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.