Hepatite B pode ser transmitida também pela saliva. Saiba mais sobre ela
O que é hepatite1 B?
A hepatite1 B é uma doença infecciosa crônica que ataca o fígado2, causada por um vírus3 transmitido principalmente pelo contato sexual ou por agulhas infectadas e que pode progredir para cirrose4 hepática5 ou câncer6 do fígado2.
Quais são as causas da hepatite1 B?
A hepatite1 B é causada pelo vírus3 da hepatite1 B ou HBV, que desencadeia um processo inflamatório crônico7. O vírus3 pode ser transmitido de doentes ou de portadores assintomáticos para outras pessoas através do sangue8, saliva, sémen, secreções vaginais e do leite materno. O contágio9 pode ocorrer por meio de contato sexual (por isso a hepatite1 B é considerada uma doença sexualmente transmissível); de agulhas contaminadas; diretamente da mãe para o feto10, durante o parto; através de pequenos ferimentos na pele11 ou nas mucosas12 e por transfusões de sangue8.
A transmissão do vírus3 HBV é muito mais fácil que a do HIV13 (vírus3 causador da AIDS), já que ele persiste por mais tempo fora do corpo e é capaz de sobreviver no ambiente por até uma semana. No entanto, pode ser facilmente destruído por uma lavagem cuidadosa ou através de esterilização pelo calor.
Quais são os sintomas14 da hepatite1 B?
Em 25% dos casos, depois de um período de incubação15 de 30 a 180 dias, e de infecção16 de 2 a 12 meses, surge uma hepatite1 aguda caracterizada por:
- Icterícia17
- Febre18
- Falta de apetite
- Mal-estar
- Urina19 cor de vinho ou de coca-cola
- Náuseas20
- Comichão
- Urticária21
- Rash22 cutâneo23
Estes sintomas14 podem durar de 2 a 12 semanas e depois disso, na dependência da resposta do sistema imunitário24, o doente pode curar-se. Essa forma aguda pode passar despercebida, pela suavidade dos sintomas14 ou porque a doença permanece assintomática. Por outro lado, se a resposta for muito agressiva, pode ocorrer uma forma fulminante de hepatite1 B, que culmina na morte. Se a resposta for insuficiente, o indivíduo pode tornar-se portador crônico7 e ser assintomático durante muitos anos (75% dos casos). Na maioria das vezes, quando esses pacientes procuram o médico já há sinais25 de insuficiência hepática26 crônica, como icterícia17, aumento do baço27, ascite28 (acúmulo de líquido na cavidade abdominal29) e encefalopatia30 hepática5. Dentre esses pacientes, alguns se tornam permanentemente portadores sem sintomas14, outros têm uma hepatite1 não progressiva e apenas em alguns se desenvolve um curso gradualmente evolutivo da enfermidade.
Como o médico diagnostica a hepatite1 B?
O diagnóstico31 da hepatite1 B se faz através da detecção de anticorpos32 contra a doença. Contudo, deve-se procurar diferenciar aqueles que já tiveram a doença aguda e estão curados daqueles que ainda têm uma hepatite1 crônica ativa. Para isso, são usadas técnicas elaboradas de detecção de diferentes antígenos33 e anticorpos32 que surgem em diferentes estágios da doença. Também deve proceder-se a exames de sangue8 para determinar o valor das transaminases hepáticas34. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma biópsia35 de fígado2, para fechar o diagnóstico31.
Como é o tratamento da hepatite1 B?
Não há tratamento eficaz para a hepatite1 B. A única medida eficaz contra ela é a prevenção pela vacina36.
Na maioria dos casos, o tratamento tem o objetivo de aliviar os sintomas14 e procura evitar possíveis complicações. Não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais na fase aguda. Os portadores da forma crônica, por seu lado, nem sempre demandam tratamento imediato, mas quando ele se faz necessário, existem remédios que inibem a replicação do vírus3 e atuam no controle da resposta inflamatória.
Como evolui a hepatite1 B?
Inicialmente os hepatócitos (células37 do fígado2) atingidos conseguem se regenerar, mas se os danos são repetidos a produção de tecido conjuntivo38 fibroso leva à cirrose4 e à insuficiência hepática26. A replicação aumentada dos hepatócitos aumenta a probabilidade de ocorrer um carcinoma39 hepatocelular (câncer6 de fígado2), já que a maioria das mutações genéticas que resultam no câncer6 ocorre durante a multiplicação celular. A evolução dessa forma da doença depende de fatores como a proliferação do vírus3, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção16 por outros vírus3.
Como se prevenir da hepatite1 B?
Uma das maneiras de prevenir a hepatite1 B é a vacina36. Ela é constituída pelos antígenos33 HBs, sem nenhuma partícula viral. Em virtude de ser muito amplo o espectro de pessoas susceptíveis, a vacina36 deve ser tomada por todo mundo, em três doses: a segunda dose deve ser dada 30 dias após a primeira e a terceira dose seis meses depois da primeira. Prioritariamente, ela deve ser aplicada a recém-nascidos e crianças que não foram vacinadas ao nascer, a adultos com vida sexual ativa, a pessoas que convivem com pacientes com a enfermidade, a pessoas que necessitam transfusões de sangue8 frequentes ou que tenham que se submeter à hemodiálise40, aos usuários de drogas injetáveis, aos profissionais de saúde41, aos doadores de órgãos, aos policiais, manicures e podólogos, aos portadores de HIV13 e de imunodeficiências e às vítimas de abuso sexual. Em doentes, a única prevenção é a abstinência de comportamentos de risco (sexo promíscuo e uso de seringas partilhadas) e o uso sistemático de camisinhas nas relações sexuais.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.