Coccidinia - sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução
O que é o cóccix1?
O cóccix1 consiste na fusão de vértebras terminais da coluna vertebral2, que podem variar em um número de 3 a 5, sendo um osso pequeno, curvo, em forma de V, apresentando a base voltada para cima e o ápice para baixo. É uma das menores estruturas que se conhece do corpo humano3, articulada com o sacro4 mediante a articulação5 sacrococcígea, a qual permanece móvel durante toda a vida, só raramente experimentando uma fusão ao longo do desenvolvimento.
No momento do nascimento, as vértebras que o compõem encontram-se separadas e tendem a se fundir a partir da infância. Apesar de ser uma estrutura muito pequena, possui algumas funções importantes para entender o papel específico que exerce. Tem como principal função a sustentação do peso do corpo e auxilia na transferência do peso corporal nas mudanças de posição durante a movimentação corporal.
O que é coccidinia?
Coccidinia é o termo científico que descreve a inflamação6 da região do cóccix1. O quadro está associado à dor e à sensibilidade na ponta do cóccix1 entre as nádegas7. A dor no cóccix1 não é muito comum e normalmente não é sinal8 de nenhum problema grave. Estima-se que cerca de 1 a 2% da população mundial tenha sofrido desse problema em algum momento de suas vidas.
Leia também sobre "Hérnia de disco9", "Hérnia de disco9 extrusa" e "Dor na coluna".
Quais são as causas da coccidinia?
A coccidinia pode ser idiopática10, quando aparece espontaneamente ou sem causa identificável, mas também pode estar associada a causas específicas e conhecidas, como trauma local devido a uma queda (cair assentado, por exemplo), podendo, ademais ocorrer fratura11 ou deslocamento ósseo ou traumas repetitivos em alguns esportes, como ciclismo e remo, por exemplo.
Outras causas possíveis são: um tumor12 original ou metastático nas proximidades do cóccix1; um cóccix1 proeminente que por isso sofre maior pressão local; uma inflamação6 de ligamentos13 do cóccix1; dor referida, quando a dor no cóccix1 é devida a um problema em outro lugar, como hérnia de disco9 lombar, inflamação6 pélvica14, abscesso15 ou fístula16 peri-retal, cisto pilonidal, etc.; e neurose17, quando a dor é devida a um quadro psiquiátrico.
Por vezes, o parto pode fazer com que os músculos18 e ligamentos13 ao redor do cóccix1 se estiquem excessivamente e isso também pode resultar em coccidinia.
Quais são as características da coccidinia?
A dor da coccidinia geralmente está associada ao aumento da sensibilidade na região do cóccix1, causando dor na base da coluna, principalmente ao sentar-se. A coccidinia pode acontecer nos dois sexos, mas afeta principalmente as mulheres, podendo causar um desconforto significativo e prejudicar a execução das atividades diárias.
Na maioria dos casos, ela aparece depois de um traumatismo19 ou após a pessoa ter passado um longo período assentada. Incomoda principalmente no momento que a pessoa está assentada ou quando faz esforço para se levantar. Felizmente, na maioria das vezes, a dor desaparece espontaneamente dentro de um período de 3 meses.
Como o médico diagnostica a coccidinia?
O diagnóstico20 é eminentemente21 clínico, baseado nos sintomas22 e no histórico médico da pessoa. De um modo geral, os possíveis exames bioquímicos ou de imagem serão todos normais. Em alguns casos as avaliações por imagem (as mais utilizadas são a radiografia e a tomografia computadorizada23) podem identificar uma fratura11 ou uma peculiaridade anatômica na região que possa predispor ao problema.
Como o médico trata a coccidinia?
Se a dor não for muito forte, pode ser aliviada com analgésicos24 e anti-inflamatórios de venda livre. Se a dor for maior, um analgésico25 mais forte, como o tramadol, por exemplo, pode ser necessário, mas ele pode causar efeitos colaterais26, como prisão de ventre, dores de cabeça27 e tonturas28. Geralmente é prescrito por um tempo curto, pois pode ser viciante. Se for prescrito por mais tempo, a dose terá que ser reduzida gradualmente antes de ser interrompida para evitar sintomas22 de abstinência.
Outros tratamentos utilizados com sucesso incluem a infiltração com corticoides e anestésico local no segmento doloroso, podendo esses tratamentos estarem associados a manobras de fisioterapia29 de manipulação do cóccix1 por via retal, relaxamento e massagem do músculo levantador do ânus30.
Se a dor for muito intensa e não responder aos tratamentos prévios podem ser feitos bloqueios nervosos, com a injeção31 de anestésico local nos nervos que suprem o cóccix1, mas o efeito dessa prática pode durar apenas algumas semanas ou meses. A intervenção cirúrgica pode ser considerada na falha do tratamento clínico e pode envolver a remoção de parte ou totalidade do cóccix1.
Algumas medidas de autocuidado podem ajudar a evitar ou diminuir a dor: usar uma almofada especialmente projetada; evitar ficar sentado por muito tempo; usar roupas largas; aplicar compressas quentes e frias no cóccix1; e usar laxantes32 para tratar a constipação33, se for o caso de dificuldade de evacuar.
Veja sobre "Espondilolistese lombar", "Dores nas costas34" e "Reeducação postural global (RPG)".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NHS – National Health Service e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.