Donovanose - sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção
O que é donovanose?
A donovanose, também chamada de granuloma1 inguinal ou granuloma1 venéreo, é uma doença bacteriana crônica, sexualmente transmissível. É pouco frequente e ocorre principalmente em regiões tropicais ou subtropicais como América Latina, Caribe, Índia e Austrália, sendo pouco conhecida e, por isso, subdiagnosticada.
Quais são as causas da donovanose?
A donovanose é causada pela bactéria2 Klebsiella granulomatis, provavelmente transmitida por contato direto com lesões3, durante a atividade sexual. Embora seja basicamente de transmissão sexual, também pode ocorrer pela via fecal ou pela passagem do bebê pelo canal do parto com lesões3 da doença.
Entretanto, a causa da donovanose ainda é assunto controverso. A ocorrência em crianças e pessoas sexualmente inativas e a variedade da doença em parceiros sexuais de pacientes com lesões3 abertas são dados que se contrapõem ao estabelecimento definitivo de transmissão exclusivamente sexual da doença.
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Qual é o substrato fisiopatológico da donovanose?
A donovanose é uma doença bacteriana de evolução progressiva e crônica, que acomete, preferencialmente, pele5 e mucosas6 das regiões genitais, perianais e inguinais, podendo ocasionar lesões3 granulomatosas e destrutivas. Inicia-se por lesão7 nodular, única ou múltipla, de localização subcutânea8, que eclode produzindo ulceração9 bem definida e cresce lentamente.
É indolor e sangra com facilidade. A partir daí, as manifestações estão diretamente ligadas às respostas tissulares do hospedeiro, originando formas localizadas ou externas e, até mesmo, lesões3 viscerais, por disseminação hematogênica10.
Quais são as características clínicas da donovanose?
A donovanose é uma doença sexualmente transmissível, crônica e progressiva, que acomete preferencialmente a pele5 e mucosas6 das regiões da genitália11, da virilha e do ânus12. Os sinais13 e sintomas14 da doença geralmente surgem de 30 dias a 6 meses (média de 50 dias) após o contato com a bactéria2, sendo os principais o aparecimento de lesões3 ulcerativas na região genital que aumentam ao longo do tempo, com aspecto bem definido e que não doem, e/ou feridas ou caroços com aspecto vermelho vivo que crescem e que podem sangrar facilmente.
A ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele5 em volta e facilitar a infecção15 por outras bactérias, e pode haver também sintomas14 por todo o corpo, como dores nas articulações16, febre17 e mal-estar.
Como o médico diagnostica a donovanose?
A utilização de diagnóstico18 sindrômico e o uso prévio de antibióticos dificultam a localização de corpos Donovan nos exames citodiagnósticos e histopatológicos, exigindo a utilização de tecnologia não rotineira para comprovar o diagnóstico18 hipotético.
Como o médico trata a donovanose?
O tratamento é feito com o uso de antibióticos, de acordo com a orientação médica. Normalmente, é usada a Azitromicina ou, em alternativa a ela, a Doxiciclina, o Ciprofloxacino ou o Trimetoprim-sulfametoxazol. Após o tratamento, devem ser realizados exames periódicos para que se possa verificar se as bactérias estão conseguindo ser eliminadas.
Se as lesões3 forem extensas, pode ser recomendada a remoção delas por meio de cirurgia. A pessoa que está em tratamento não deve ter relações sexuais até que haja completa eliminação das bactérias, para evitar o contágio19 de outras pessoas.
Como evolui a donovanose?
Enquanto não tratada, a ulceração9 da donovanose, com predileção pelas regiões de dobras e região perianal, evoluem lenta e progressivamente. Elas costumam ser múltiplas e evoluir para necrose20. Normalmente, não ocorre adenite, embora mais raramente possam se formar pseudobubões na região inguinal, quase sempre unilaterais.
Como prevenir a donovanose?
A prevenção mais eficaz é evitar o contato íntimo enquanto ainda existirem sintomas14 da doença ou a presença de bactérias nas lesões3. Outra maneira de evitar a disseminação da doença é através do uso de preservativo em qualquer tipo de contato íntimo, verificando se o preservativo está cobrindo inteiramente o ferimento.
Quais são as complicações possíveis com a donovanose?
Devido ao fato das feridas da donovanose serem feridas abertas, representam, como complicação, uma porta de entrada para infecções21 secundárias, que ocorrem com relativa frequência. Outras complicações podem ser:
- inchaço22 crônico23 de uma das pernas ou dos genitais, devido à obstrução de vasos linfáticos;
- cicatrização com muita fibrose24 podendo levar a deformidades anatômicas e funcionais;
- disseminação da infecção15 pelo sangue25 para órgãos como baço26, pulmão27, ossos e globo ocular28, podendo levar à morte.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e da Biblioteca Virtual em Saúde.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.