Hiperfagia - características, diagnóstico e tratamento
O que é hiperfagia1?
Hiperfagia1 ou polifagia2 é uma sensação anormalmente forte de fome ou desejo de comer, muitas vezes sendo acompanhada pelo alimentar-se em excesso. Em contraste com o aumento fisiológico3 do apetite após certas atividades (o exercício, por exemplo), a polifagia2 não diminui após a alimentação e geralmente leva à ingestão rápida de quantidades excessivas e desnecessárias de alimentos.
A quantidade de alimento apropriada para cada pessoa é um tanto individual e depende do seu tamanho, metabolismo4 e cultura. A polifagia2 é marcada por um aumento na quantidade habitual de comida que uma pessoa consome ou na fome que ela experimenta.
Quais são as causas da hiperfagia1?
Um aumento transitório na fome é uma resposta fisiológica5 normal a certas atividades extenuantes, mas comer demais de modo persistente pode ser o resultado de problemas mais graves. A polifagia2 continuada nunca é um problema por si mesmo, mas sempre indica alguma condição ou transtorno médico subjacente. Frequentemente, é resultado de níveis anormais de glicose6 no sangue7, de modo que a hiperfagia1, junto com a polidipsia8 (aumento da sede) e a poliúria9 (aumento da urina10) constituem os três sintomas cardinais11 associados ao diabetes mellitus12.
Pode também estar associada à tensão pré-menstrual, ao hipertireoidismo13 e a outras doenças endócrinas. Também tem sido observada em doenças genéticas causadas por anomalias cromossômicas, em lesões14 do hipotálamo15, na eliminação de receptores vagais e devido a algum trauma que a pessoas possa ter enfrentado em algum momento da vida.
Uma polifagia2 transitória pode estar associada à gravidez16. E, em alguns casos, a hiperfagia1 pode se manifestar esporadicamente, sem causa aparente.
A alimentação em excesso nem sempre é causada por uma doença. Alguns exemplos comuns incluem as comemorações que giram em torno de uma refeição. Ou, ainda, a maior ingestão nutricional para compensar as calorias17 gastas durante alguma atividade, como acontece com os levantadores de peso, que sentem precisar de mais proteínas18 depois de suas performances.
Veja sobre "Diferenças entre fome e vontade de comer", "O comer compulsivo" e "Síndrome19 do comer noturno".
Quais são as características clínicas da hiperfagia1?
Na hiperfagia1, o ato de comer assume certas características de compulsividade: o ato em si pode até não ser prazeroso, mas a pessoa não consegue interrompê-lo. Não importa o quanto a pessoa consuma, a sensação de fome parece estar sempre presente.
A hiperfagia1 é caracterizada pela ingestão contínua de alimentos diversos, sendo mais comuns aqueles ricos em calorias17. Outros sintomas20 recorrentes são irritabilidade, variação de humor, aumento rápido de peso, taxas sanguíneas desreguladas e aumento do risco de hipertensão21 e diabetes22. Em alguns casos, há também sentimento de culpa e retraimento23 do convívio social.
Como o médico diagnostica a hiperfagia1?
O diagnóstico24 de hiperfagia1 é eminentemente25 clínico. O médico primeiro fará um histórico detalhado, incluindo outros sintomas20 que a pessoa tenha, há quanto tempo a polifagia2 vem acontecendo, qual a dieta habitual do paciente e sua história médica familiar. Com base nessas informações, o médico pode suspeitar do que está causando a polifagia2. Para confirmar, ele solicitará exames de sangue7, ou outros, para descartar quaisquer causas suspeitas, como diabetes22 ou hipertireoidismo13, por exemplo.Como o médico trata a hiperfagia1?
O tratamento da hiperfagia1 deve ser focalizado no tratamento da causa subjacente do transtorno. Reconhecer a causa da polifagia2 de uma pessoa é o primeiro passo para se livrar dela e de todas as suas complicações. Algumas condições que podem causar polifagia2, como diabetes22, hipertireoidismo13 e síndrome19 pré-menstrual podem ser tratadas com medicamentos, além de uma dieta saudável e um plano regular de exercícios físicos.
Se a polifagia2 se dever a uma causa mental, como ansiedade ou depressão, o paciente deve ser encaminhado a um especialista em saúde26 mental para ajudá-lo a encontrar o tratamento adequado. Nesses casos, a terapia cognitivo27-comportamental ou outra, antidepressivos ou ansiolíticos podem ser recomendados.
Se por acaso a hiperfagia1 se dever ao uso de algum remédio, o médico deve ser consultado quanto à possibilidade de suspendê-lo ou substituí-lo por outro.
Leia também sobre "Obesidade28", "Obesidade28 infantil" e "Cálculo29 do índice de massa corporal30 ou IMC31".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Uncommon Obesity e da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.