Obesidade infantil
O que é obesidade1 infantil?
Considera-se obesidade1 infantil ao acúmulo excessivo de gordura2 corporal em uma criança de até 12 anos de idade, condição que afeta negativamente a saúde3 e/ou o bem-estar da pessoa. A criança é identificada como obesa quando seu peso corporal ultrapassa em 15% o peso médio correspondente a sua idade. Como métodos para determinar diretamente a gordura2 corporal são difíceis, o diagnóstico4 da obesidade1 se baseia principalmente no índice de massa corporal5 (IMC6). Devido ao grande aumento atual da prevalência7 da obesidade1 em crianças e de seus muitos efeitos adversos à saúde3, a obesidade1 infantil já não é apenas um problema estético, mas uma questão de saúde3 pública. Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de obesidade1 e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta. A taxa de sobrepeso8 e obesidade1 em crianças brasileiras aumentou de 4% na década de 1980 para 14% na década de 1990.
Veja como "Calcular o seu IMC6" e "Alterações ortopédicas em crianças obesas".
Quais são as causas impulsionadoras da obesidade1 infantil?
De um modo geral, consumir mais calorias9 do que o corpo precisa para seu funcionamento saudável leva a ganho de peso extra ao longo do tempo. A obesidade1 está relacionada a uma grande série de fatores. As crianças ganham peso com facilidade devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar, entre outros. Os adultos obesos tendem a ter filhos obesos e também com sérios problemas de saúde3, como diabetes10, doenças cardíacas e malformação11 do esqueleto12. Nem sempre as crianças obesas ingerem grande quantidade de comida, mas muitas comem mal e ingerem alimentos de alto valor calórico, vazios em nutrientes e que não precisam ser consumidos em grande quantidade para causar ganho de peso.
Um problema especial diz respeito à ansiedade e à depressão, tão comuns nos dias atuais. Não são apenas os adultos que sofrem de ansiedade provocada pelo estresse do dia a dia. As crianças e jovens também são alvos deste sintoma13, causados, por exemplo, por preocupações com provas na escola, medos, bullying, dentre outros. Muitas vezes a ansiedade faz as crianças comerem compulsivamente, mesmo sem fome. As crianças com depressão sofrem alterações do apetite, podendo emagrecer ou engordar. Além disso, a pessoa com depressão na maioria das vezes diminui suas atividades ou para de fazer exercícios físicos, se os fazia antes.
Leia mais sobre "Alimentação infantil", "Ansiedade infantil" e "Depressão em crianças".
Quais são as características pessoais e clínicas da criança obesa?
A obesidade1 infantil tem efeitos imediatos e de longo prazo na saúde3 física, social e emocional. As crianças com obesidade1 correm maior risco de ter outras condições crônicas de saúde3, como asma14, apneia15 do sono, problemas nos ossos e articulações16, diabetes mellitus17 tipo 2 e fatores de risco para doenças cardíacas. Crianças com obesidade1 são intimidadas e provocadas mais que seus pares com peso normal e são mais propensas a sofrer de isolamento social, bullying, depressão e baixa autoestima. Uma criança com obesidade1 tem maior probabilidade de continuar obesa quando adulta e um adulto com obesidade1 tem um risco maior de desenvolver doenças cardíacas, diabetes10 tipo 2, síndrome metabólica18 e muitos tipos de câncer19.
Como prevenir a obesidade1 infantil?
A prevenção da obesidade1 infantil deve iniciar já na gestação: a gestante deve ter bons hábitos alimentares e evitar excesso de ganho de peso na gravidez20. O aleitamento materno21 é um dos pilares da prevenção de obesidade1: criança amamentada no peito22 tem menos risco de desenvolver obesidade1. A partir do nascimento, os pais desempenham um papel primordial nessa questão, porque são eles (especialmente a mãe) quem criam os hábitos alimentares da criança. Simplesmente dizer: “ele não gosta disso”, “ele não gosta daquilo”, como se fossem preferências invencíveis da criança, oriundas da sua “natureza”, é uma forma simplista de lidar com o problema e eximir-se de toda responsabilidade. Normalmente as crianças afastam alimentos saudáveis e se apegam a outros não tão bons. E, assim, tem-se a formação de maus hábitos alimentares como a principal causa da obesidade1. A indústria alimentícia colabora com essa negligência23 dos pais, criando alimentos atrativos, mas sem cuidados nutricionais: excesso de carboidratos refinados; gorduras trans24, hidrogenada, saturada; corantes, edulcorantes e outras substâncias artificiais, inseridos nos produtos sem que haja equilíbrio nutricional. Por isso, é importante ter a orientação de um profissional especializado quando da introdução à alimentação complementar. É comum que a criança que está começando a alimentação complementar rejeite alguns alimentos (normalmente os de melhor qualidade nutricional). Afinal ela passou os seis primeiros meses de vida se alimentando apenas do leite materno! Cabe à mãe ser firme e não desistir de oferecer os alimentos convenientes. A criança logo se acostumará com eles e passará a aceitá-los sem problemas. A melhor maneira para prevenir a obesidade1 é criar hábitos alimentares saudáveis. Alimentos como bolachas, salgadinhos, doces, refrigerantes, sucos artificiais e demais guloseimas devem ficar fora do cardápio diário, que deve incluir alimentos nutritivos e ricos em fibras como frutas, verduras, legumes, cereais, leites e derivados, e ingestão de água.
Apesar da importância dos pais nesta questão, o poder público também tem responsabilidade na educação alimentar das crianças. Afinal, os órgãos públicos e as escolas também possuem relação direta com a educação infantil. É necessário implementar políticas públicas de educação nutricional e prevenção da obesidade1, a começar pelas cantinas dos estabelecimentos educacionais, que já estão começando a se adequar e a distribuir merendas mais saudáveis.
Leia também: "Aleitamento materno21" e "Alimentação no primeiro ano de vida".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.