Síndrome respiratória aguda grave (SARS)
O que é a síndrome1 respiratória aguda grave?
A síndrome1 respiratória aguda grave (SARS) é uma forma grave de pneumonia2 que causa desconforto respiratório agudo3 (dificuldade respiratória grave) e, às vezes, morte.
Qual é a causa da síndrome1 respiratória aguda grave?
A SARS é causada por um vírus4 identificado em 2003, denominado SARS-CoV. Pensa-se que ele seja um vírus4 que circula normalmente entre uma certa espécie animal ainda incerta (morcego?), que se espalha para outros animais (gatos?), nos quais não causam sintomas5. Uma mutação6 tornou o vírus4 capaz de afetar também pessoas humanas e ser transmitido entre elas. Os primeiros humanos infectados foram reconhecidos em um surto na província de Guangdong, no sul da China, em 2002.
A principal via de transmissão inter-humana do vírus4 é o contato das membranas mucosas7 com gotículas respiratórias. Embora a diarreia8 seja comum em pessoas com SARS, a rota fecal-oral não parece ser um modo comum de transmissão.
A transmissão pessoa-a-pessoa parece ter ocorrido principalmente durante a segunda semana de doença, o que corresponde ao pico de excreção de vírus4 nas secreções respiratórias e nas fezes.
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 respiratória aguda grave?
O período de incubação9 do vírus4 fica entre 2 a 10 dias, mas em alguns casos a SARS pode começar mais cedo ou mais tarde após o primeiro contato. Pessoas com sintomas5 ativos da doença são transmissoras, mas não se sabe por quanto tempo uma pessoa pode ser transmissora antes ou depois do aparecimento dos sintomas5.
Os sintomas5 iniciais são semelhantes aos da gripe10 e podem incluir febre11, dor muscular, letargia12, tosse, dor de garganta13 e outros sintomas5 não específicos. O único sintoma14 comum a todos os pacientes parece ser uma febre11 acima de 38° C. A SARS pode eventualmente levar à falta de ar e pneumonia2 (pneumonia2 viral direta ou pneumonia2 bacteriana secundária).
A doença parece estar sob controle, atualmente, mas embora nenhum caso tenha sido identificado desde 2004, é importante manter-se alerta e capaz de resposta rápida em caso de reaparecimento do vírus4. Uma nova cepa15 viral vem causando uma infecção16 parecida, mais contagiosa17, mas menos letal, tendo surgido em dezembro de2019 na cidade de Wuhan, na China, já tendo afetado até o momento milhares pessoas e se espalhado para alguns outros país além da China.
Saiba mais sobre "Pneumonia2 em adultos", "Falta de ar", "Oxigenioterapia" e "Ventilação18 mecânica".
Como o médico diagnostica a síndrome1 respiratória aguda grave?
Pode-se suspeitar de SARS em um paciente com qualquer um dos seguintes sintomas5 e circunstâncias: (1) febre11 de 38° C ou mais; (2) um histórico de contato com alguém diagnosticado com SARS nos últimos 10 dias ou (3) alguém que tenha viajado para regiões identificadas como áreas com transmissão recente da SARS.
Para que um caso seja considerado provável, uma radiografia de tórax19 deve ser positiva para pneumonia2 atípica ou síndrome1 do desconforto respiratório. Um diagnóstico20 definitivo deve ser confirmado em laboratório, pela detecção do vírus4.
Como o médico trata a síndrome1 respiratória aguda grave?
Não há tratamento específico para a SARS. O tratamento da doença é principalmente de suporte, com antipiréticos21, oxigênio suplementar e ventilação18 mecânica, conforme necessário. Medicamentos antivirais são usados, além de esteroides para reduzir o inchaço22 nos pulmões23. Os antibióticos são ineficazes, pois a SARS é uma doença viral.
Pessoas com SARS devem ser isoladas, preferencialmente em salas de pressão negativa, com precauções completas de enfermagem tomadas para qualquer contato necessário com esses pacientes, para limitar as chances de o pessoal médico ser infectado com SARS.
Alguns dos danos mais graves causados pela SARS podem ser pelo fato de o sistema imunológico24 do corpo reagir, no que é conhecido como tempestade de citocinas25.
Como prevenir a síndrome1 respiratória aguda grave?
O isolamento e a quarentena continuam sendo os meios mais eficazes para impedir a disseminação da SARS, em caso de surto. Outras medidas preventivas incluem lavar as mãos26, desinfecção27 de superfícies, usar máscara cirúrgica, evitar o contato com fluidos corporais de pessoas suspeitas, lavar com água quente e sabão os itens pessoais de alguém com SARS, manter as crianças com sintomas5 em casa e isolar-se o máximo possível para minimizar as chances de transmissão do vírus4.
Do ponto de vista de saúde28 pública devem ser adotadas medidas para controlar a propagação da doença. Essas intervenções devem incluir a detecção precoce da doença; isolamento de pessoas infectadas; uso de equipamento de proteção individual incluindo máscaras e roupas de isolamento. Também a circulação29 de pessoas deve sofrer um processo de triagem e controle.
A SARS mostrou-se mais grave e letal em pessoas idosas ou com sistema imunológico24 comprometido.
Quais as complicações possíveis da síndrome1 respiratória aguda grave?
Vários relatos de pacientes recuperados de SARS revelam sequelas30 graves a longo prazo. As mais típicas incluem, entre outras, fibrose31 pulmonar, osteoporose32 e necrose33 femoral. Alguns dos pacientes pós-SARS apresentaram transtorno de estresse pós-traumático e transtorno depressivo maior.
Leia sobre "Como não espalhar germes", "Gasometria arterial" e "Fibrose31 pulmonar ou Doença Intersticial34 Pulmonar".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da WHO – World Health Organization e da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.