Osteocondrose: conceito, causas, características clínicas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é osteocondrose1?
A osteocondrose1 é um grupo de distúrbios que afetam o crescimento ósseo em crianças e adolescentes. Ela deve, mais apropriadamente, ser considerada uma síndrome2, e não uma doença. A osteocondrose1 é uma perturbação autolimitada do crescimento ósseo normal, envolvendo principalmente os centros de ossificação na epífise óssea (a parte de um osso longo em sua extremidade que se desenvolve por um centro de ossificação diferente do corpo do osso). Por definição, osteocondrose1 é uma espécie de necrose3 isquêmica asséptica.
Várias doenças que se enquadram na categoria de osteocondrose1 afetam diferentes partes do corpo. Elas podem ser agrupadas em uma das três categorias com base no local onde ocorrem: (1) doenças articulares; (2) doenças físicas, principalmente cifose juvenil (doença de Scheuermann), que afeta a coluna vertebral4 e (3) doença não articular, principalmente a doença de Osgood-Schlatter, que afeta o joelho.
A osteocondrite dissecante é outra forma de osteocondrose1, que ocorre quando pequenos pedaços de cartilagem5 e osso são desalojados de seu local normal, devido à falta de fluxo sanguíneo, e flutuam dentro da articulação6. Ela pode ocorrer em qualquer articulação6 do corpo, mas é mais comum no joelho.
Saiba mais sobre “Fratura7 óssea”, “Fratura7 espontânea”, “Osteólise” e “Osteoporose8”.
Quais são as causas da osteocondrose1?
A osteocondrose1 não tem uma causa única e conhecida. Vários fatores têm sido propostos como possíveis causas de osteocondroses, os mais comuns dos quais são:
- Estresse no osso (trauma repetitivo)
- Suprimento sanguíneo reduzido para a área afetada
- Trauma atingindo o osso
- Atividade atlética e/ou lesões9 esportivas
- Predisposição genética
- Predisposição trombótica10
- Embolia11
- Deficiência de cobre
- Infecções12
- Fatores mecânicos de diversas naturezas
Embora certas doenças desse grupo possam afetar adultos mais velhos, é mais provável que afetem crianças e adolescentes cujos ossos ainda estão crescendo, em processo de osteogênese, e é mais comum em meninos que em meninas.
Qual é o substrato fisiológico13 da osteocondrose1?
Os eventos iniciais na patogênese14 da osteocondrose1 permanecem incertos, mas as evidências clínicas e radiológicas apontam para necrose3 isquêmica do centro de ossificação, localizado na epífise óssea. Esse processo é, pois, essencialmente de degeneração15 do núcleo ósseo epifisário e é quase certamente devido a (1) interferência no suprimento sanguíneo ou (2) falha do centro ósseo em aumentar a proliferação das células16 cartilaginosas na epífise óssea. Alterações secundárias podem se desenvolver de acordo com as características da região afetada.
O processo da doença pode envolver uma única epífise ou várias, em articulações17 diferentes. Os processos subjacentes parecem ser essencialmente os mesmos para doenças isoladas ou em múltiplos locais.
Quais são as principais características clínicas da osteocondrose1?
Em termos gerais, as osteocondroses são um grupo heterogêneo de lesões9 sem relações umas com as outras, levando a manifestações clínicas diversas que, no entanto, compartilham as seguintes características comuns: predileção por afetar o esqueleto18 imaturo, envolvimento da epífise óssea, quadro radiográfico dominado por fragmentação óssea ou cartilaginosa.
Alguns casos de osteocondrose1 podem ocorrer e se curar sem que a pessoa saiba que os teve. Quando há manifestações clínicas, isoladas ou combinadas, elas incluem: dor localizada, limitação dos movimentos das articulações17 adjacentes, inchaço19, perturbação da marcha, derrame20 reativo em uma articulação6 adjacente, distúrbios do crescimento e deformidades secundárias. Manifestações sistêmicas de inflamação21, como febre22, mal-estar, perda de peso, vermelhidão local e aumento da temperatura devem alertar os médicos para procurar outras causas além da osteocondrose1.
Como o médico diagnostica a osteocondrose1?
O primeiro passo rumo ao diagnóstico23 é obter um histórico médico detalhado do paciente. Em seguida deve-se realizar um exame físico com a ajuda dos métodos de imagens. Isso inclui radiografias, ressonância magnética24 ou tomografia computadorizada25. Dependendo dos achados, devem ser realizados exames neurológicos do canal medular. A ressonância magnética24 pode avaliar muito bem os discos intervertebrais, canal medular, nervos, vértebras, musculatura e ligamentos26.
O diagnóstico23 diferencial da osteocondrose1 inclui várias outras afecções27 ósseas e/ou articulares.
Como o médico trata a osteocondrose1?
Na maioria dos casos, os médicos sugerem manter a área do corpo onde há dor em relativo repouso. Para alguns tipos de osteocondrose1, exercícios e alongamentos podem ajudar a fortalecer os músculos28 e tendões29 ao redor da articulação6 afetada. Em casos raros de osteocondrite dissecante, a cirurgia pode ser necessária para remover os fragmentos30 ósseos liberados dentro das articulações17.
Como evolui em geral a osteocondrose1?
Como a osteocondrose1 é um distúrbio autolimitado, o resultado geralmente é bom. Muitas vezes, a síndrome2 passa desapercebida. Os danos duradouros são muito poucos, se o tratamento for bem feito. No entanto, se a cura for parcial ou incompleta o prognóstico31 é ruim e a doença torna-se uma fonte de dor e incapacidade crônica. Nesses casos, os pacientes podem precisar de substituição da articulação6, mais tarde na vida.
Em resumo, a perspectiva varia dependendo do tipo de osteocondrose1 que a pessoa possui e do tratamento empreendido.
Leia sobre "Dor atticular", “Artrite reumatoide32”, “Artrite33 reacional” e “Artrite33 séptica”.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.