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Síndrome de Plica

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O que é a síndrome1 de plica?

No contexto médico, "plicas" se refere a uma série de pregas ou dobras de tecido2 fibroso espesso que são encontradas no corpo humano3. A síndrome1 de plica em geral diz respeito à inflamação4 ou irritação da plica sinovial encontrada no joelho. A denominação "síndrome1 de plica" se refere comumente ao joelho porque essa articulação5 é muito mais frequentemente afetada que as demais.

Quais são as causas da síndrome1 de plica?

A síndrome1 da plica é causada por estresse ou uso excessivo do joelho. Ela é uma condição que ocorre quando há irritação ou inflamação4 da plica sinovial. Segundo muitos estudiosos do assunto, cerca de 10% da população desenvolve a síndrome1 de plica em algum momento de suas vidas.

Qual é o substrato fisiopatológico da síndrome1 de plica?

As plicas sinoviais das juntas se desenvolvem ainda no útero6 e costumam desaparecer com o crescimento do feto7, mas, em alguns casos, podem persistir e causar problemas. As plicas do joelho são pregas (dobras) na membrana que protege o joelho.

Para aproximadamente 50% das pessoas, existem quatro diferentes plicas normais nos joelhos: (1) plica suprapatelar, (2) plica infrapatelar, (3) plica medial e (4) plica lateral. Não é incomum que um paciente tenha inflamação4 em mais de uma dessas plicas.

As plicas mediais são o tipo mais comum de gerarem a síndrome1 de plica e são as mais comuns de se tornarem sintomáticas. As plicas laterais são as que mais raramente se tornam afetadas.

Nem todas as plicas causam dor. As plicas normais podem se tornar dolorosas como resultado de uma inflamação4. Essa inflamação4 pode levar a uma plica fibrótica apertada que pode se manifestar por meio de sintomas8 durante a flexão do joelho, quando leva ao impacto entre a patela9 e o fêmur10.

Leia sobre "Meu joelho estala", "Água no joelho", "Sinovite11" e "Dor nos joelhos".

Quais são as características clínicas da síndrome1 de plica?

Plica sinovial do joelho é uma prega de tecido2 que é encontrada na membrana sinovial12 do joelho. Quando essa prega se inflama ou se irrita, ela pode causar dor e limitação de movimento no joelho.

A síndrome1 de plica é comum entre os atletas, especialmente aqueles que praticam corrida ou ciclismo. Contudo, ela pode também resultar de lesões13 causadas por uma queda, um acidente de carro ou qualquer outro tipo de traumatismo14 afetando o joelho.

Os sintomas8 da síndrome1 da plica podem incluir dor na frente do joelho, sensação de estalido15 ou fricção ao flexionar ou estender o joelho, além de inchaço16 e sensibilidade ao redor da articulação do joelho17. Esses sintomas8 podem piorar com a atividade física ou após períodos prolongados sentado ou em pé.

Como o médico diagnostica a síndrome1 de plica?

O diagnóstico18 da síndrome1 de plica a partir da história clínica do paciente é baseado fundamentalmente nos sintomas8 e no exame físico. Um menisco19 rompido pode causar muitos dos mesmos sintomas8 da síndrome1 da plica. No entanto, um menisco19 rompido geralmente apresenta dor e sensibilidade na linha da articulação5, enquanto alguém com síndrome1 de plica provavelmente tem dor acima da linha da articulação5.

Radiografias anteroposteriores e de perfil do joelho devem ser tomadas quando houver suspeita de síndrome1 da plica, embora muitas vezes sejam normais mesmo se a síndrome1 estiver presente. Contudo, elas parecem melhor que a ressonância magnética20, cuja utilização é controversa. Mas, se a ressonância magnética20 for positiva, ela pode ser usada para confirmar o diagnóstico18.

As plicas são apenas ocasionalmente aparentes na ressonância magnética20. É mais fácil vê-las neste exame quando um derrame21 está presente. Normalmente, elas aparecerão com baixa intensidade de sinal22. Às vezes, plicas sintomáticas podem ser diferenciadas de plicas normais na ressonância magnética20 porque aquelas sintomáticas podem parecer espessas e podem ter sinovite11. Isso se opõe às plicas normais, que podem parecer finas. Como resultado, a ressonância magnética20 pode ser útil como parte do planejamento pré-operatório e é importante na avaliação de outras causas potenciais de dor no joelho.

Uma revisão da literatura revelou vários estudos que analisaram 492 joelhos e compararam a sensibilidade e a especificidade do exame físico com a ultrassonografia23 e a ressonância magnética20. Os resultados foram que o exame físico teve sensibilidade de 90% e especificidade de 89%, a ultrassonografia23 teve sensibilidade de 90% e especificidade de 83% e a ressonância magnética20 teve sensibilidade de 77% e especificidade de 58%. O padrão-ouro para o diagnóstico18 é a artroscopia24.

Como o médico trata a síndrome1 de plica?

O tratamento da síndrome1 de plica pode incluir fisioterapia25, anti-inflamatórios, aplicação de calor ou frio e, em casos graves, cirurgia. É importante procurar atendimento médico em caso de dor ou desconforto persistente no joelho, a fim de receber um diagnóstico18 adequado e tratamento imediato.

Em muitos casos, a síndrome1 de plica pode ser tratada sem cirurgia. O tratamento então implica em repouso, aplicação de compressas frias ou quentes, uso de anti-inflamatórios ou infiltração de esteroides. A fisioterapia25 deve visar sobretudo fortalecer os músculos26 dos quadris e os isquiotibiais.

Se esses tratamentos clínicos não resolverem a questão, o paciente deve ser submetido a uma ressecção artroscópica.

Como evolui a síndrome1 de plica?

Na maioria das vezes, a síndrome1 de plica é fácil de manejar apenas com exercícios e terapias físicas. Mesmo que o paciente necessite de um procedimento cirúrgico, ele será menos invasivo do que outros tipos de cirurgia do joelho.

Como prevenir a síndrome1 de plica?

Embora seja impossível prevenir completamente a síndrome1 de plica, há algumas coisas que a pessoa pode fazer para diminuir os riscos dela. Por exemplo:

  • não fazer uso excessivo da articulação do joelho17;
  • ficar alerta para os limites do nível de conforto quando incorporar novos exercícios à rotina;
  • e manter a força e a mobilidade das pernas, tornozelos e pés.
Veja também: "Luxação27 da patela9", "Ruptura de menisco19", "Condromalácia ou joelho de corredor" e "Artroplastia do joelho".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2023. Síndrome de Plica. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-saude/1435350/sindrome-de-plica.htm>. Acesso em: 4 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
2 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
3 Corpo humano: O corpo humano é a substância física ou estrutura total e material de cada homem. Ele divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A anatomia humana estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano.
4 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
5 Articulação: 1. Ponto de contato, de junção de duas partes do corpo ou de dois ou mais ossos. 2. Ponto de conexão entre dois órgãos ou segmentos de um mesmo órgão ou estrutura, que geralmente dá flexibilidade e facilita a separação das partes. 3. Ato ou efeito de articular-se. 4. Conjunto dos movimentos dos órgãos fonadores (articuladores) para a produção dos sons da linguagem.
6 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
7 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
8 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
9 Patela: 1. Osso sesamoide situado na parte anterior do joelho, ela era anteriormente denominada rótula. 2. Na anatomia zoológica, nos arácnidos, é o segmento entre a tíbia e o fêmur.
10 Fêmur: O mais longo e o maior osso do esqueleto; está situado entre o quadril e o joelho. Sinônimos: Trocanter
11 Sinovite: Inflamação da membrana sinovial, uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste estruturas como tendões musculares, cápsulas articulares e bolsas sinoviais.
12 Membrana Sinovial: Membrana interna de uma cápsula articular, que reveste uma articulação móvel e livre. É frouxamente ligada à cápsula fibrosa externa e secreta LÍQUIDO SINOVIAL. Sinônimos: Sinovium; Sinóvio
13 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
14 Traumatismo: Lesão produzida pela ação de um agente vulnerante físico, químico ou biológico e etc. sobre uma ou várias partes do organismo.
15 Estalido: Som breve, seco, de menos intensidade do que um estalo.
16 Inchaço: Inchação, edema.
17 Articulação do joelho:
18 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
19 Menisco: 1. Figura composta por uma parte côncava e outra convexa; objeto em forma de crescente, de meia-lua. 2. Na anatomia geral, é uma lâmina fibrocartilaginosa, em forma de crescente, interposta entre duas superfícies articulares (como o joelho) para facilitar seu deslizamento. 3. Na física dos fluidos, é a superfície de um líquido contido em um tubo capilar, côncava ou convexa segundo a tensão superficial. 4. Em óptica, é uma lente de forma convexo-côncava ou côncavo-convexa, cujas bordas têm espessura menor que a parte central.
20 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
21 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
22 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
23 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
24 Artroscopia: Procedimento invasivo que permite examinar o interior de uma articulação utilizando um dispositivo especialmente projetado para tal, que utiliza uma fonte de luz externa e fibra óptica para transmitir as imagens produzidas (artroscópio). Através deste podem também ser realizados diferentes tratamentos cirúrgicos.
25 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
26 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
27 Luxação: É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação.
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