Conheça mais sobre a Poliglobulia ou Policitemia
O que é poliglobulia?
Poliglobulia ou policitemia1 é uma doença rara, caracterizada pela excessiva quantidade de eritrócitos2 (glóbulos vermelhos) no sangue3, resultante de uma produção exagerada dessas células4 pela medula óssea5. Nos casos em que a causa desta produção excessiva não é identificada, fala-se em poliglobulia primária; quando há uma doença subjacente conhecida, denomina-se poliglobulia secundária.
Quais são as causas da poliglobulia?
Entre os 50 a 60 anos de idade, pode ocorrer um descontrole nos mecanismos responsáveis pela síntese dos eritrócitos2, sem uma razão aparente, levando a um aumento significativo na produção destas células sanguíneas6 e, consequentemente, à poliglobulia primária. A poliglobulia secundária é ocasionada por diferentes patologias e circunstâncias médicas que resultam num intenso aumento da produção de eritrócitos2 pela medula óssea5. Isso pode ocorrer em indivíduos que vivem em grandes altitudes, bem como em resposta a diferentes afecções7, como, por exemplo, patologias broncopulmonares, certas malformações8 cardíacas, intoxicações ou em alterações hereditárias que levem a um defeito na hemoglobina9 e à presença de certos tumores.
Qual é a fisiopatologia10 da poliglobulia?
Os glóbulos vermelhos (eritrócitos2, também chamados hemácias11) são produzidos pela medula óssea5. Eles são responsáveis por levar o oxigênio dos pulmões12 para o resto do corpo. Tipicamente, o aumento da produção desses glóbulos é causado pela falta de oxigenação tecidual que leva a uma estimulação da produção de eritropoetina13 (hormônio14 responsável por estimular a medula óssea5) e, como consequência, a uma elevação na produção de eritrócitos2, objetivando aumentar o transporte de oxigênio para controlar a situação. Tal processo ocorre naturalmente em indivíduos que vivem em grandes altitudes, bem como em resposta a diferentes afecções7 que prejudicam a oxigenação do sangue3, nas quais há insuficiência15 do funcionamento da hemoglobina9 ou alterações hereditárias que levem a um defeito dela. A presença de certos tumores também pode ocasionar uma elevação na produção de eritropoetina13.
Quais são as principais características clínicas da poliglobulia?
A poliglobulia se manifesta por meio de sintomas16 como fadiga17, cefaleia18, dispneia19, vertigem20, zumbidos nos ouvidos, visão21 embaçada, dificuldade de concentração, sonolência, adormecimento das extremidades, sudorese22 e ardor23 generalizado. Como consequência do aumento de produção de eritrócitos2 sanguíneos, ocorre, entre outras coisas, um aumento da viscosidade24 do sangue3, o que causa dificuldades circulatórias. Geralmente, ocorrem também alterações na cor da pele25, sendo que na poliglobulia primária ela se apresenta avermelhada, enquanto que quando o problema tiver origem na reduzida oxigenação tecidual, a pele25 apresenta-se azulada ou arroxeada (cianose26). O espessamento do sangue3 também pode ocasionar alterações na coagulação27, que passa a formar trombos28 e coágulos. Ao mesmo tempo, podem ocorrer hemorragias29 nasais e/ou gengivais, pois a quantidade elevada de células sanguíneas6 impossibilita a formação de coágulos normais. Em alguns casos, pode haver esplenomegalia30 (aumento do tamanho do baço31), uma vez que a função do baço31 de destruir eritrócitos2 é forçada para além do normal. A estimulação da medula óssea5 resulta em aumento de produção não só dos eritrócitos2, mas também de leucócitos32 e plaquetas33.
Como o médico diagnostica a poliglobulia?
A poliglobulia pode ser suspeitada a partir do histórico médico do paciente, mas o exame de sangue3 é o padrão ouro de diagnóstico34. Nos exames de sangue3, os níveis de hemoglobina9 são superiores a 16,5 g/dl em mulheres e 18,5 g/dl em homens adultos. O hematócrito35 normalmente tem um valor maior do que 48 g/dl em mulheres e 52 g/dl em homens. O diagnóstico34 da causa da poliglobulia, no entanto, exigirá outros exames.
Como o médico trata a poliglobulia?
O tratamento da poliglobulia dependerá de sua causa. O tratamento da poliglobulia primária, de causa provavelmente genética, é feito pela retirada de sangue3 com uma seringa36, 2 a 3 vezes por semanas, para que o valor do eritrócito se normalize. Contudo, a produção de eritrócitos2 pela medula óssea5 pode ser tão intensa que se faz necessária a aplicação de radioterapia37 e/ou quimioterapia38 para freá-la. Nos casos da poliglobulia secundária, a solução consiste na resolução do fator desencadeante, juntamente com as extrações de sangue3. Se, por qualquer motivo, a flebotomia39 não for recomendada, o médico pode lançar mão40, preventivamente, dos antiagregantes plaquetários.
Como evolui a poliglobulia?
Algumas condutas como reduzir o peso, parar de fumar e fazer exercícios regulares podem melhorar a oxigenação dos tecidos e diminuir a necessidade de produção de novas hemácias11.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.