Cirurgia de catarata
O que é catarata1?
A catarata1 é uma condição ocular comum que afeta a visão2, caracterizada pela opacificação progressiva do cristalino3, que é a lente natural do olho4, localizada atrás da íris5 e da pupila. O cristalino3 é responsável por focalizar a luz que entra no olho4 sobre a retina6 e assim ajudar na formação de imagens claras e nítidas.
Com o progredir da idade, o cristalino3 se torna turvo e opaco, dificultando a passagem de luz. Isso resulta em uma visão2 embaçada, turva ou nebulosa. A catarata1 geralmente se desenvolve lentamente ao longo do tempo e pode afetar um ou ambos os olhos7.
A catarata1 é mais comum em pessoas idosas devido ao envelhecimento natural do cristalino3, mas pode ocorrer em pessoas jovens devido a fatores como traumas ou doenças oculares, uso prolongado de certos medicamentos, problemas metabólicos e exposição excessiva à radiação ultravioleta, entre outros.
O tratamento mais comum para a catarata1 é a cirurgia de remoção do cristalino3 opaco e sua substituição por uma lente sintética equivalente, chamada de lente intraocular.
Como é feita a cirurgia de catarata1?
A cirurgia de catarata1 é um procedimento oftalmológico relativamente comum e destinado a remover o cristalino3 opacificado do olho4 e substituí-lo por uma lente intraocular artificial. A técnica da cirurgia evoluiu muito rapidamente nos últimos anos. Embora o procedimento seja bastante seguro, deve-se operar um olho4 de cada vez e o intervalo entre a cirurgia de cada olho4, na maioria dos casos, é de no mínimo quinze dias, podendo ser muito maior, se assim o desejarem o paciente e o oftalmologista8.
A cirurgia geralmente é realizada em um hospital ou clínica oftalmológica por um cirurgião oftalmologista8 especializado. Antes do procedimento, serão aplicadas gotas anestésicas nos olhos7 para garantir que o paciente não sinta dor durante a cirurgia. Em alguns casos, pode ser usada uma anestesia9 local mais forte, uma sedação10 ou até mesmo uma anestesia9 geral, dependendo da recomendação do médico.
Em seguida, o cirurgião fará uma microincisão (extensão de cerca de 1,75mm) na córnea11, a parte transparente da frente do olho4, usando as técnicas tradicionais com lâmina ou então com o laser. Como passo seguinte, o cirurgião usará uma técnica chamada facoemulsificação, na qual um instrumento ultrassônico emite ondas sonoras de alta frequência para fragmentar a lente opacificada (cristalino3) em pequenos pedaços. Esses fragmentos12 são então aspirados através de uma sonda inserida no olho4.
Após a remoção do cristalino3 opacificado, uma lente intraocular dobrável é inserida através da mesma incisão13. A lente é colocada no lugar onde estava localizado o cristalino3 e expandida para ocupar seu espaço. Existem vários tipos de lentes intraoculares disponíveis, incluindo monofocais, multifocais e tóricas, que podem corrigir a visão2 para diferentes distâncias e tratar outros problemas oculares, como astigmatismo14.
A incisão13 na córnea11 fecha naturalmente ou pode ser fechada com uma sutura15 muito pequena que não requer remoção posterior. Terminada a cirurgia, o paciente será monitorado por um curto período e, em seguida, poderá retornar para casa no mesmo dia, com o olho4 coberto para evitar qualquer trauma e a entrada de qualquer impureza.
É recomendado o uso de colírios para prevenir infecções16 e ajudar na cicatrização. A recuperação completa pode levar algumas semanas, durante as quais é importante seguir as instruções do médico, evitar esforço físico intenso e proteger os olhos7 de qualquer trauma.
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Quais são as complicações possíveis com a cirurgia de catarata1?
As possíveis complicações são bastante raras, desde que a cirurgia seja realizada em uma clínica apropriada e por profissional habilitado. Entre todas as cirurgias oftalmológicas possíveis, esta é a que menos problemas ocasiona. Mais de 99% delas transcorrem sem complicações ou efeitos colaterais18. Contudo, em casos muito raros pode-se registrar, após a cirurgia, infecção19, perda vítrea ou, ainda, perda da visão2, em casos raríssimos.
A técnica de facoemulsificação não é isenta de riscos, sendo suscetível a algumas complicações que podem comprometer a visão2, a saber: queimadura da córnea11, traumatismo20 da íris5, infecção19, ruptura da cápsula posterior, edema macular21 e astigmatismo14 induzido.
Uma outra complicação possível é a opacificação da cápsula posterior do cristalino3. Normalmente, grande parte da membrana transparente fina que circunda o cristalino3 natural é deixada intacta durante a cirurgia de catarata1 e a visão2 do paciente, após a cirurgia, é muito clara. No entanto, em cerca de 20% dos pacientes, a parte posterior dessa cápsula torna-se turva, devido a que as células22 epiteliais remanescentes após a cirurgia experimentam um crescimento. Nesse caso, a visão2 pode ficar transitória ou permanentemente pior do que era antes. Contudo, essa opacificação pode ser tratada de maneira segura, eficaz e indolor, quase sempre recuperando-se a normalidade.
A nova lente intraocular colocada em substituição ao cristalino3 original pode se deslocar e a acuidade visual23 do paciente pode diminuir substancialmente. Isso pode acontecer porque o “saco capsular”, que é extremamente fino e dentro do qual a nova lente deve ficar, pode romper-se. Além disso, o próprio saco capsular pode se deslocar devido à fraqueza ou ruptura das fibras que o sustentam no lugar. Nesse caso, o cirurgião de catarata1 pode reposicioná-lo num segundo procedimento e as chances de êxito são muito boas, se o cirurgião agir prontamente.
O risco grave de perda definitiva de visão2 é muito raro e pode ocorrer como resultado de uma infecção19 ou hemorragia24 no interior do olho4. Algumas complicações da cirurgia de catarata1 ocorrem algum tempo depois. Por exemplo, o descolamento da retina6. Ainda outras complicações potenciais da cirurgia de catarata1 podem ser inchaço25 da córnea11 ou da retina6, aumento da pressão intraocular26 e ptose27 palpebral (pálpebra caída).
Como se dá a recuperação da cirurgia de catarata1?
A recuperação da cirurgia de catarata1 quase sempre é um processo rápido e indolor. Imediatamente após a cirurgia, o paciente será monitorado por um curto período. Depois da cirurgia é importante descansar os olhos7 por alguns dias. O médico pode recomendar que o paciente use um tamponamento protetor do olho4 operado durante os primeiros dias de recuperação. Além disso, o paciente poderá receber colírios ou pomadas para ajudar na cicatrização e prevenir infecções16.
O paciente pode ter visão2 turva e sensibilidade à luz logo após a cirurgia, o que melhora com o passar dos dias ou semanas e a visão2 se recupera completamente, podendo ficar melhor do que era antes. Se o paciente tiver uma sensibilidade à luz aumentada nos primeiros dias, o uso de óculos de sol pode ajudar.
Durante esses primeiros dias após a cirurgia o paciente pode ser instruído a evitar atividades físicas extenuantes, como levantar objetos pesados ou praticar esportes que possam envolver contato físico. A maioria das pessoas pode retomar as atividades diárias normais em poucos dias após a cirurgia.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Hospital de Olhos – São Paulo e do Instituto de Oftalmologia de Curitiba.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.