O que é ortóptica?
O que é ortóptica1?
A ortóptica1 (grego: ortho = direito, reto2 + optikos = olhos3) é uma ciência que existe há muitos anos e é amplamente praticada em países europeus e nos EUA. No Brasil, entretanto, ela é ainda pouco explorada e aplicada.
A ortóptica1 é uma especialidade da área da saúde4 que se dedica ao diagnóstico5, tratamento e reabilitação de distúrbios visuais relacionados à função binocular, motilidade ocular e problemas de coordenação entre os olhos3.
A função binocular refere-se à capacidade dos olhos3 de trabalharem em conjunto, permitindo uma visão6 nítida e tridimensional. A motilidade ocular refere-se aos movimentos oculares coordenados e suaves que permitem acompanhar objetos em movimento, realizar fixações visuais e mover os olhos3 de maneira eficiente.
A ciência ortóptica1 também pode auxiliar profissionais de áreas além da oftalmologia, como pediatria, pedagogia, neurologia, psicologia e em projetos científicos para desenvolvimento de programas de prevenção de doenças oculares. Os profissionais especializados em ortóptica1 são chamados de ortoptistas.
Em que trabalham os ortoptistas?
Os ortoptistas são especialistas em motilidade ocular e colaboram com os oftalmologistas no pré e pós-operatório. Eles são os técnicos que desempenham as atividades que a ortóptica1 assume em seu escopo. São profissionais que atuam em todas as idades, dos recém-nascidos aos mais idosos.
Eles realizam testes e avaliações para diagnosticar problemas visuais, como estrabismo7 (desalinhamento dos olhos3), ambliopia8 (olho9 preguiçoso) e disfunções de convergência (dificuldade em coordenar os olhos3 para focalizar objetos próximos). Com base no diagnóstico5, eles prescrevem e aplicam programas terapêuticos com vista à reeducação e reabilitação motora e funcional da visão6 binocular e da deficiência visual, por meio de exercícios e uso de prismas ou lentes especiais, para corrigir ou melhorar problemas visuais.
Eles também desenvolvem ações com o fim de potenciar as capacidades da pessoa com deficiência visual, de forma a facilitar a sua inserção social com inerentes repercussões na sua qualidade de vida.
Os ortoptistas trabalham em conjunto com oftalmologistas e optometristas para fornecer cuidados mais abrangentes aos pacientes com distúrbios visuais. Se necessário, eles encaminham os pacientes para outros profissionais de saúde4 visual para intervenções adicionais, como cirurgia ocular, por exemplo.
A prática e o escopo da ortóptica1 variam de acordo com o país e o sistema de saúde4 em que os profissionais se acham inseridos.
Veja também sobre "Estrabismo7", "Deficiência visual" e "Vista embaçada".
Por que fazer um exame ortóptico10?
Muitos problemas de vista, como visão6 dupla ou embaçada, ardência no olho9, cansaço, sonolência, lacrimejamento, sensibilidade à luz, dor de cabeça11, etc., podem ser devidos a distúrbios de visão6 binocular. Entre eles, ressalta-se o estrabismo7.
A maioria desses problemas pode ser tratado sem uso de óculos, com os recursos da ortóptica1, que não é, senão, uma fisioterapia12 dos músculos13 oculares. Embora pareçam simples, alguns desses problemas podem levar à perda da visão6 em um dos olhos3 e muitas vezes o problema pode não chegar a ser notado, pois em muitas ocasiões o cérebro14 compensa a perda da visão6 de um dos olhos3.
Com a fisioterapia12 ocular, é possível recuperar a visão6 binocular correta. O estrabismo7 ou danos nos nervos que controlam os músculos13 oculares também podem ser revertidos pela ortóptica1.
Em que consiste o exame ortóptico10?
O exame ortóptico10 visa analisar o correto alinhamento de ambos os olhos3. Este alinhamento é mantido pela musculatura extrínseca dos olhos3, composta dos seguintes músculos13:
- reto2 inferior, que tem, entre outras funções secundárias, a de olhar para baixo;
- reto2 superior, que também é responsável, entre outras funções, pelo olhar para cima (elevação do olho9);
- reto2 lateral, que faz a abdução do olho9 (olhar para fora);
- reto2 medial, que faz a adução do olho9 (olhar para dentro, em direção ao nariz15);
- oblíquo superior, que faz olhar para baixo e para fora;
- oblíquo inferior, que faz olhar para cima e para dentro.
Para que os olhos3 funcionem de maneira adequada em conjunto, é necessário que esses músculos13 e sua inervação estejam funcionando corretamente.
Na infância, o sincronismo entre os dois olhos3 é essencial para que a área do cérebro14 responsável pela interpretação das imagens vindas de ambos os olhos3 se desenvolva corretamente. Se isso não acontecer, pode ocorrer que o cérebro14 da criança deixe de captar a informação transmitida por um dos olhos3, instalando-se a ambliopia8, fazendo com que o outro olho9 se torne a única fonte da visão6.
O exame ortóptico10 atende crianças e adultos e é indicado para avaliar o alinhamento dos olhos3 em todas as posições do olhar para pacientes16 com suspeita de estrabismo7 e ambliopia8 ou que possuem visão6 dupla, visão6 embaçada ou queixas de dores de cabeça11.
Para sua realização, o teste ortóptico10 não exige nenhuma preparação. Nele é feita a avaliação do alinhamento ou desvio ocular em todas as posições diagnósticas do olhar, o que permite detectar a presença de alterações musculares que indiquem a possibilidade de tratamento clínico ou cirúrgico.
No relatório serão fornecidas medidas do desvio para diagnóstico5 e acompanhamento. O exame é feito sem dilatação de pupila com a medida da visão6 e definição da presença ou não de visão6 dupla para as várias distâncias de avaliação. A visão6 binocular pode ser medida, assim como a força muscular para manutenção do alinhamento dos olhos3.
As sessões de tratamento duram, em média, 40 minutos e trabalham ambos os olhos3 do paciente em conjunto com exercícios que fortalecem a musculatura ocular. Os equipamentos utilizados para o tratamento são equipamentos eletrônicos e ferramentas de estimulação motora e sensorial, para que o foco do paciente seja bem trabalhado.
Serão recomendados exercícios para que o paciente faça em casa, como abrir e fechar os olhos3 lentamente por 8 vezes consecutivas; olhar 10 vezes para todas as direções (laterais, acima, abaixo e central) e treinar o foco da visão6 10 vezes consecutivas, alternando a visão6 de um objeto distante com outro próximo.
Essa fisioterapia12 ocular ajudará no fortalecimento da musculatura ocular, na preservação da visão6 de pacientes com doenças neurológicas, tais como acidente vascular cerebral17, e na preservação da visão6 para pessoas que fadigam a visão6 devido ao trabalho e sentem a visão6 cansada, reduzindo o estresse visual e evitando dores de cabeça11 causadas por fadiga18 visual.
Leia sobre "Diplopia19", "Criança com dor de cabeça11" e "Ambliopia8".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Instituto de Oftalmologia de Curitiba e do Hospital de Olhos - São Paulo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.