Complicações da cirurgia de catarata
O que é catarata1?
A catarata1 é uma doença caracterizada pela perda de transparência do cristalino2, lente natural cuja função é propiciar o foco da visão3 em diferentes distâncias. A catarata1 é uma das principais causas de prejuízo visual e cegueira no mundo. A causa mais comum da catarata1 é a opacificação do cristalino2 que ocorre com o evoluir da idade. Porém pode estar também associada a alterações metabólicas que ocorrem em certas doenças como, por exemplo, diabetes4, uveítes5, tabagismo, alcoolismo ou ser secundária ao uso de certos medicamentos ou a trauma ocular.
O que é a cirurgia de catarata1?
A cirurgia de catarata1 consiste na remoção do cristalino2 natural do olho6 que tenha se tornado opaco e na substituição dele por outro, artificial, totalmente transparente. A cirurgia é realizada através de microincisões nos olhos7 (em média 1,75mm), pelas quais o cristalino2 opaco é retirado com a ajuda de um aparelho de facoemulsificação e uma lente intraocular é colocada no lugar. A técnica da cirurgia de catarata1 evoluiu muito e muito rapidamente nos últimos anos.
Há alguns poucos anos, ela exigia internação hospitalar, era feita com o uso de anestesia8 geral e demandava uma recuperação de até 45 dias. Atualmente, pode ser feita em ambulatório, através de facoemulsificação, com anestesia8 local e, de maneira geral, minutos após a realização da cirurgia o paciente pode voltar para casa e ter uma rotina normal, respeitando apenas algumas recomendações médicas simples.
A facoemulsificação consiste na fragmentação do cristalino2 por ultrassom emitido pela ponteira de uma “caneta”, facilitando sua extração através de uma abertura menor, e a extração dele por meio de aspiração por uma pequena cânula inserida no interior do globo ocular9. Através dessa mesma abertura pode ser inserido o novo cristalino2 dobrável, que é desdobrado já no interior do olho6.
Por uma questão de segurança, deve-se operar um olho6 de cada vez. O intervalo entre a cirurgia de cada olho6 deve ser de, no mínimo, dois dias, podendo ser muito maior.
Leia sobre "Catarata1", "Blefarite10", "Descolamento de retina11", "Conjuntivite12" e "Uveíte13".
Quais são as complicações com a cirurgia de catarata1?
Em geral, a cirurgia de catarata1 é bastante segura, desde que realizada em uma clínica apropriada e profissional, sempre seguindo a orientação do médico. Entre todas as cirurgias oftalmológicas possíveis, esta é a que menos problemas ocasiona. Mais de 99% delas transcorrem sem complicações ou efeitos colaterais14. Contudo, em casos muito raros pode-se registrar, após a cirurgia, vista embaçada, infecção15, perda vítrea ou, ainda, perda da visão3 em casos raríssimos.
A técnica de facoemulsificação não é isenta de riscos, sendo suscetível de algumas complicações que podem comprometer a visão3, a saber: queimadura da córnea16, traumatismo17 da íris18, infecção15, ruptura da cápsula posterior, edema macular19 e astigmatismo20 induzido.
Uma das complicações possíveis é a opacificação da cápsula posterior do cristalino2. Normalmente, grande parte da membrana transparente fina que circunda o cristalino2 natural é deixada intacta durante a cirurgia da catarata1 e a visão3 do paciente, após a cirurgia, é muito clara. No entanto, em cerca de 20% dos pacientes, a parte posterior dessa cápsula torna-se turva, devido a que as células21 epiteliais remanescentes após a cirurgia experimentam um crescimento. Nesse caso, a visão3 pode ficar transitória ou permanentemente pior do que era antes. Essa opacificação pode ser tratada de maneira segura, eficaz e indolor, quase sempre recuperando-se a normalidade.
A nova lente intraocular colocada em substituição ao cristalino2 original pode se deslocar e a acuidade visual22 do paciente pode diminuir substancialmente. Isso pode acontecer porque o “saco capsular”, que é extremamente fino e dentro do qual a nova lente deve ficar, pode romper-se. Além disso, o próprio saco capsular pode se deslocar devido à fraqueza ou quebra das fibras que o seguram no lugar. Nesse caso, o cirurgião de catarata1 pode reposicioná-lo num segundo procedimento e as chances de êxito são muito boas, se o cirurgião agir prontamente.
Outras complicações potenciais da cirurgia de catarata1 variam de inflamação23 ocular à perda da visão3. O risco grave de perda definitiva de visão3 é muito raro e pode ocorrer como resultado de uma infecção15 ou hemorragia24 no interior do olho6. Algumas complicações da cirurgia de catarata1 ocorrem algum tempo depois. Por exemplo, o descolamento da retina11. Ainda outras complicações potenciais da cirurgia de catarata1 podem ser inchaço25 da córnea16 ou da retina11, aumento da pressão no olho6 e ptose26 palpebral (pálpebra caída).
Saiba mais sobre "Blefaroplastia27 ou plástica nas pálpebras28", "Sinais29 e sintomas30 oftálmicos que precisam de avaliação médica" e "Distúrbios pupilares".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do IMO – Instituto de Moléstias Oculares e do IOBH - Instituto de Olhos de Belo Horizonte.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.