Deficiência visual
O que é deficiência visual?
Deficiência visual é o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão1, podendo ser congênita2 ou adquirida. Não são classificadas como deficientes visuais as pessoas com miopia3, astigmatismo4 ou hipermetropia5, condições que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou de cirurgias.
Saiba mais sobre "Miopia3", "Astigmatismo4" e "Hipermetropia5".
A Organização Mundial da Saúde6 (OMS) divide as deficiências visuais em:
- Visão1 baixa (leve, moderada ou profunda).
- Deficiências próximas à cegueira.
- Amaurose ou cegueira.
Na primeira condição, a deficiência pode ser compensada com o uso de lentes de aumento, lupas ou telescópios. A baixa visão1 é devida a condições oftalmológicas, como degeneração macular7, glaucoma8, retinopatia diabética9 ou catarata10.
Na segunda condição (deficiências próximas à cegueira), a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra, mas já emprega o sistema Braille para ler e escrever e se locomove com a ajuda de uma bengala.
Na terceira condição (cegueira) não existe qualquer percepção de luz e normalmente são utilizados o sistema Braille e a bengala. A cegueira é a incapacidade total e irremediável de perceber qualquer tipo de luz e, assim, de cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento de objetos.
As principais causas de cegueira no Brasil são catarata10, glaucoma8, retinopatia diabética9, cegueira infantil e degeneração macular7. A constatação da deficiência visual pode ser feita desde muito cedo, na infância, exceto nos casos de doenças degenerativas11, como a catarata10 e o glaucoma8, por exemplo, que evoluem nos adultos ou idosos.
Leia sobre "Glaucoma8", "Catarata10", "Degeneração macular7" e "Retinopatia diabética9".
Como lidar com as deficiências visuais?
O primeiro passo é reconhecê-las. Nem sempre as deficiências mais leves são detectadas prontamente. Muitas delas só são reconhecidas pelas dificuldades que a criança tem na escola. Por isso, muitas escolas recomendam aos pais e responsáveis que busquem fazer de rotina um exame de acuidade visual12 das crianças, principalmente se notarem alguma dificuldade de leitura, dor de cabeça13 injustificada por outros motivos ou vista cansada durante as aulas. Detectada alguma dificuldade visual, a criança deve ser levada a um oftalmologista14, para corrigir o problema.
Mesmo adultos podem se adaptar às suas pequenas dificuldades e terem como normal uma visão1 deficiente e se surpreendem quando, movidos por quaisquer outras razões, são levados a corrigi-las. A baixa visão1 (ambliopia15, visão1 subnormal ou visão1 residual) comporta uma grande variedade de intensidade de comprometimento das funções visuais que vão desde a mera dificuldade de percepção de luz até a redução da acuidade do campo visual16. Uma pessoa com baixa visão1 sofre grande oscilação de sua condição, de acordo com o seu estado emocional e das condições de iluminação natural ou artificial.
A aprendizagem visual não depende apenas do olho17, mas também da capacidade do cérebro18 de capturar, codificar, selecionar e organizar as imagens captadas pelos olhos19.
Uma situação especial é o caso de alunos cegos. Nesse caso, o problema é reconhecido desde sempre. A alfabetização das crianças cegas ou com deficiências muito profundas de visão1 é simultânea à alfabetização das demais crianças, com o suporte de um atendimento especializado.
Segundo o Decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008, o Estado deve oferecer apoio técnico e financeiro para que o atendimento especializado esteja presente em toda a rede pública de ensino. O aluno cego deve ter o direito a usar materiais adaptados, como livros em Braille ou a reglete (instrumento criado para a escrita Braille).
A escola deve facilitar a disposição dos objetos em sala de aula e fora dela, a fim de facilitar o acesso e a mobilidade da criança cega. As carteiras, estantes e mochilas devem ser mantidas sempre na mesma posição, por exemplo. Os ambientes devem conter sinalização em Braille, os corredores devem estar desobstruídos e devem ser instalados sinais20 sonoros em pontos especiais, como nas áreas de entrada e saída de veículos, por exemplo.
Veja também sobre "Ambliopia15", "Fundo de olho21" e "Hipertensão22 intraocular".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.