Queda em idosos
A realidade da queda em idosos
Um terço da população de idosos e 60% dos residentes em asilos sofrem pelo menos uma queda a cada ano, com diversas repercussões de maior ou menor gravidade. As quedas são frequentemente associadas a uma morbidade1 significativa e são uma das principais causas de mortes acidentais em pessoas com mais de 65 anos.
A taxa de mortalidade2 por quedas aumenta drasticamente com a idade, chegando a 70% das mortes acidentais em pessoas acima dos 75 anos de idade. Mais de 90% das fraturas de quadril ocorrem como resultado de quedas, com a maioria dessas fraturas ocorrendo em pessoas com mais de 70 anos de idade.
Saiba mais sobre "Queda da própria altura" e "Fratura3 óssea".
Quais são as causas e os fatores de risco da queda em idosos?
Os fatores de risco responsáveis por quedas em idosos podem ser intrínsecos ou extrínsecos. No primeiro caso, pode ser devido a alterações fisiológicas4 relacionadas com o próprio aumento da idade, como déficits motores e sensoriais, devido a doenças, incluindo comprometimento cognitivo5, ou devido ao uso de medicamentos. Os fatores extrínsecos podem ser devidos a perigos ambientais. É essencial lembrar que uma única queda pode ter múltiplas causas e várias quedas repetidas podem ter, cada uma, uma etiologia6 diferente.
A frequência da queda está relacionada ao efeito acumulado de múltiplos transtornos, sobrepostos às mudanças relacionadas à idade. A literatura reconhece uma miríade de fatores de risco para quedas, e a probabilidade de ocorrência aumenta com o número de fatores de risco, os principais dos quais são: idade mais avançada, raça branca, morar sozinho, uso de bengala ou andador, quedas anteriores, doença aguda, distúrbios neuromusculares crônicos, uso indiscriminado de medicamentos, déficits físicos, comprometimento cognitivo5 e visão7 e/ou audição reduzidas. O risco de sofrer uma lesão8 devido a uma queda depende da suscetibilidade do paciente.
Quais são as consequências da queda em idosos?
O mecanismo mais comum de lesão8 na população idosa está diminuindo, graças a um maior cuidado com os idosos e a novos equipamentos de ajuda. Cerca de 30% a 50% das quedas em idosos resultam em ferimentos leves, incluindo contusões, escoriações9 e lacerações, mas estima-se que 10% de todas elas causem ferimentos graves, incluindo lesões10 intracranianas e fraturas. 1% de todas as quedas nesta população resultam em fraturas de quadril, que representam um risco significativo de morbidade1 e mortalidade2 pós-queda. As quedas são a principal causa de mortes relacionadas ao traumatismo11 cranioencefálico em pessoas com 65 anos ou mais.
Nos idosos, geralmente ocorre diminuição da resistência óssea, o que os expõe mais significativamente a fraturas decorrentes de quedas e outros traumatismos. Nas mulheres, sobretudo, a osteoporose12 é uma causa importante de enfraquecimento dos ossos, o que pode levar a fraturas por traumas mínimos ou inclusive a fraturas espontâneas. Uma fratura3 comum nelas, e que pode gerar graves consequências, é a fratura3 do colo do fêmur13. Muitas vezes a pessoa (geralmente uma mulher) “caiu porque fraturou” e não “fraturou porque caiu”. Por outro lado, os idosos sofrem também uma diminuição do equilíbrio e da força muscular que os ajudaria a se reequilibrarem.
Quais são as principais características clínicas da queda em idosos?
A avaliação de um paciente que caiu inclui uma história clínica, um exame físico direcionado, testes simples de controle postural e função física global. Pacientes idosos que sofreram queda devem ser submetidos a uma avaliação completa para determinar e tratar a causa subjacente da queda. Isso pode devolver os pacientes à função de base e reduzir o risco de novas quedas.
As consequências das quedas em idosos vão desde lesões10 facilmente curáveis até a morte, passando por sequelas14 e incapacidades permanentes. Algumas das quedas levam a traumatismos cranianos que podem ocasionar a morte e outras, como as que produzem fratura3 de colo do fêmur13, por exemplo, podem demandar cirurgia e a utilização de próteses.
É comum que após uma queda com fratura3 a qualidade de vida do idoso decaia muito, seja pela dor ou pelo incômodo, seja pelas limitações que impõe a ele. Muitos pacientes, após uma fratura3, passam a usar bengalas, muletas, andadores ou mesmo cadeiras de roda.
Leia sobre "Traumatismos cranianos", "Fratura3 do colo do fêmur13", "Dor no quadril" e "Artroplastia de quadril".
Como o médico trata a queda em idosos?
O tratamento médico é direcionado para as consequências e para as causas subjacentes da queda, visando retornar o paciente à sua função basal.
Como prevenir a queda em idosos?
Um fisioterapeuta pode adotar várias intervenções, trabalhando a marcha, o equilíbrio e o fortalecimento muscular nas pernas. Além disso, a prevenção pode ser ajudada pela suplementação15 de vitamina16 D e intervenções multifatoriais, que envolvam a criação de um plano personalizado com base na avaliação de risco individual.
Exemplos de coisas que poderiam ser abordadas incluem equilíbrio e marcha, saúde17 psicológica, cognição18, visão7, condições ambientais, dieta, nutrição19 e medicamentos. Essas recomendações se aplicam principalmente a adultos com 65 anos ou mais e que não tenham osteoporose12 conhecida ou deficiência marcante de vitamina16 D. O benefício potencial dessas intervenções é uma diminuição da taxa de quedas em pessoas de maior risco.
Quais são as complicações possíveis da queda em idosos?
As complicações dependem da gravidade das quedas. Algumas podem levar à morte; outras podem resultar em cirurgias.
Veja também sobre "Osteoporose12", "Musculação para idosos" e "Deficiência de vitamina16 D".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.