Dismenorreia membranosa
O que é dismenorreia1?
Dismenorreia1 é uma dor pélvica2 que ocorre antes ou durante o período menstrual, que afeta cerca de 50% das mulheres em idade fértil. Pode ser primária ou secundária, dependendo da existência ou não de alterações estruturais do aparelho reprodutivo. É causada por intensas contrações uterinas destinadas a expulsar o material menstrual.
O que é dismenorreia1 membranosa?
A dismenorreia1 membranosa é assim denominada porque, além da dor, pode-se identificar a eliminação vaginal de material elástico ou membranoso. A dismenorreia1 membranácea tem sido pouco descrita pela comunidade científica, embora se encontre relatos clínicos desde a década de 1950. Foi destacada inicialmente por Giovanni Bauttista Morgagni.
Veja sobre "Cólica menstrual ou dismenorreia1", "Mitos e verdade sobre menstruação3" e "Sintomas4 Precoces de Gravidez5".
Quais são as causas da dismenorreia1 membranosa?
Devido à sua baixa incidência6 e aos poucos casos identificados na literatura, a razão da dismenorreia1 membranosa ainda não é bem conhecida. Várias hipóteses têm sido propostas para explicar sua causa: o aumento da produção de estrogênio e progesterona com posterior eliminação incompleta do endométrio7 espessado, a vasodilatação intensa das artérias8 endometriais, seguida por vasoconstrição9 e eliminação do endométrio7 superdesenvolvido, a formação de microabscessos e altos níveis de progesterona determinando a decidualização do endométrio7 (uma reação que normalmente ocorre durante a implantação do blastocisto na parede do endométrio7), com posterior expulsão, sem que haja a sua dissolução prévia.
Alguns fatores mais podem estar associados a esse quadro, atuando como “gatilho” disparador, como baixo índice de massa corpórea, tabagismo, menarca10 precoce, ciclos menstruais longos, fluxo menstrual intenso, entre outros.
Qual é o mecanismo fisiológico11 da dismenorreia1 membranosa?
A membrana eliminada pela dismenorreia1 membranosa corresponde ao desprendimento parcial ou total do endométrio7 (revestimento interno do útero12). O pedaço membranoso eliminado geralmente reproduz o formato da cavidade endometrial. A menstruação3 dolorosa desencadeia uma contratilidade uterina exagerada, reduzindo o fluxo sanguíneo e aumentando a sensibilidade nervosa à dor. A dor é causada pela contração intensa do útero12 para expelir o tecido13.
Quais são as principais características clínicas da dismenorreia1 membranosa?
A dismenorreia1 membranosa predomina em mulheres na segunda e terceira décadas da vida e deve ser suspeitada em casos de dor associada a sangramento vaginal com eliminação de material elástico ou firme. Os outros sintomas4 extragenitais, menos comuns, acometem pelo menos 50% dos casos e são representados por náuseas14/vômitos15 (90% dos casos), desânimo e fadiga16 (85%), nervosismo (65%) e dor de cabeça17 (50%).
Como o médico diagnostica a dismenorreia1 membranosa?
Clinicamente, o diagnóstico18 deve ser suspeitado sempre que houver dor em cólica, com eliminação de fragmento19 membranoso pela vagina20. O diagnóstico18 final e radical deve ser feito a partir de uma avaliação histopatológica, que nunca deve ser dispensada, considerando a necessidade de estabelecer um diferencial com outras patologias. Os diagnósticos diferenciais mais importantes devem ser feitos com o abortamento21, o destacamento de um pólipo22 do corpo ou do colo uterino23 ou de um sarcoma24 botrioide (tumor25 embrionário de origem mesenquimal26, de aspecto polipoide).
Como o médico trata a dismenorreia1 membranosa?
Como não se sabe exatamente as causas, não há, ainda, um tratamento específico. O tratamento que se faz ainda é muito empírico e controverso. Algumas recomendações ainda carecem de evidência científica, como, por exemplo, altas doses de progesterona, supressão da ovulação27, terapia com andrógenos28, curetagem29, antibióticos e vasoconstritores (ergotamina).
Leia mais sobre "Ciclo menstrual", "Endometriose30", "Hiperplasia endometrial31" e "Câncer32 de endométrio7".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Cleveland Clinic e do UFRGS – Hospital de Clínicas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.