Atresia esofágica
O que é atresia1 esofágica?
A atresia1 do esôfago2 é uma malformação3 congênita4 rara na qual o esôfago2 termina cegamente a uma distância aproximada de 8 a 12 centímetros da entrada da cavidade oral5. É a malformação3 mais comum no período neonatal e deve ser diagnosticada logo após o nascimento.
Essa formação incompleta do esôfago2 muitas vezes é combinada com uma fístula6 que comunica esse órgão com a traqueia7. A fístula6 traqueoesofágica congênita4 sem atresia1 é um canal patológico revestido com tecido de granulação8 ou epitélio9, comunicando a luz inalterada do esôfago2 com a luz da traqueia7.
A frequência de atresia1 do esôfago2 é de 1 por 3000-5000 recém-nascidos.
Quais são as causas da atresia1 esofágica?
Na maioria das vezes, a causa da atresia1 do esôfago2 é desconhecida. Os investigadores acreditam que alguns casos podem ocorrer por anormalidades nos genes. Recentemente descobriu-se que uma idade avançada do pai e mulheres que engravidaram por meio de uma tecnologia de reprodução10 assistida tem mais possibilidade de gerar filhos com atresia1 do esôfago2.
Ela ocorre quando há um descompasso entre a velocidade de crescimento da traqueia7 e do esôfago2, bem como devido aos processos de vacuolização do esôfago2 no período do 20º ao 40º dia do desenvolvimento intrauterino.
Veja também sobre "Ultrassonografia11 na gravidez12", "Gestação semana a semana" e "Cariótipo fetal".
Quais são as características clínicas da atresia1 esofágica?
A atresia1 do esôfago2 é a variante mais comum da atresia1 do trato gastrointestinal. São conhecidas cerca de 100 variantes deste defeito, mas os 5 tipos principais são:
- O tipo mais comum, representando 85% dos casos, é quando o esôfago2 superior termina às cegas e a fístula6 traqueoesofágica se abre para baixo, isto é, é terminal em relação ao esôfago2.
- O segundo tipo mais comum consiste em 8% dos casos e é a atresia1 esofágica pura, sem formação de fístula6.
- Em terceiro lugar quanto à frequência, com 4% dos casos, estão aqueles casos que têm uma fístula6 "tipo H" entre a traqueia7 e o esófago.
- A atresia1 com fístula6 proximal13.
- A atresia1 esofágica com duas fístulas14.
Em mais da metade dos casos de atresia1 esofágica há malformações15 concomitantes, como defeitos cardíacos congênitos16, defeitos gastrointestinais, defeitos do aparelho geniturinário, defeitos do sistema musculoesquelético, defeitos na região craniofacial, etc.
Os sintomas17 mais chamativos da atresia1 esofágica no recém-nascido são:
- Abundante descarga de saliva espumosa da boca18 e do nariz19 da criança.
- Insuficiência respiratória20, como resultado da aspiração de muco de conteúdo digestivo21 para a traqueia7.
- Distensão abdominal devido à liberação de ar para o estômago22.
- Barriga afundada, quando na ausência de uma fístula6 distal23.
- Regurgitação24, tosse e cianose25 após tentativas de alimentação.
- Pneumonia26 por aspiração.
- Aumento do abdômen, pois ao gritar, o ar da traqueia7 é empurrado para o esôfago2 e o estômago22.
Quando uma criança passa a ser alimentada por sonda, todos os sintomas17 acima desaparecem. A presença de acúmulo de ar no estômago22 e nos intestinos27 ocorre sempre que a fístula6 traqueoesofágica é no esôfago2 inferior.
Como o médico diagnostica a atresia1 esofágica?
Dada a imensa importância do diagnóstico28 precoce, a suspeita de atresia1 do esôfago2 deve ser feita em todos os bebês29 que apresentam corrimento espumoso da boca18 e distúrbios respiratórios após o nascimento. O diagnóstico28 começa a ser feito quando é impossível passar uma sonda nasogástrica30 até o estômago22 em virtude da extremidade cega do esôfago2. A sonda encontra um obstáculo a uma distância de cerca de 10 centímetros da linha da mordida (8 a 12 cm).
Então, um cateter radiopaco pode ser introduzido no esôfago2 para determinar, através do raio X, a localização exata da atresia1. Em casos atípicos, pode-se usar uma pequena quantidade de contraste para determinar a anatomia do defeito congênito31.
Como o esôfago2 não é visto nos exames pré-natais, o diagnóstico28 de atresia1 do esôfago2 antes do nascimento é baseado em sinais32 indiretos, como estômago22 ausente ou pequeno, devido à incapacidade do feto33 de engolir. Raramente a atresia1 esofágica é diagnosticada durante a gravidez12.
Como o médico trata a atresia1 esofágica?
O tratamento da atresia1 do esôfago2 é, fundamentalmente, cirúrgico. As providências pré-operatórias da atresia1 de esôfago2 visam assegurar que a criança esteja em condições ideais antes do procedimento, bem como a prevenção de pneumonia26 por aspiração. Imediatamente após o reconhecimento da atresia1 esofágica, é urgente colocar a criança numa posição elevada (30 a 40°) e inserir um cateter acoplado a um sistema de aspiração contínua. É necessário, também, cancelar a alimentação e iniciar a terapia de infusão venosa, prescrever antibióticos de amplo espectro e medicamentos hemostáticos.
Se necessário (quase sempre é), deve-se proporcionar ao recém-nascido inalação de oxigênio umidificado para ajudar a eliminar a hipóxia34. A ventilação35 mecânica pode ser necessária. Se o peso corporal da criança for maior que 2 kg e não houver violações dos sistemas vitais, a cirurgia deve começar imediatamente. Se o peso corporal da criança for inferior a 2 kg e houver outros distúrbios e malformações15, a duração da preparação pré-operatória pode ser aumentada.
Em muitas ocasiões, dependendo das características de cada caso, a cirurgia pode ser feita por via toracoscópica. Na cirurgia, a fístula6 é ligada e o esôfago2 é reconstruído. Novas operações podem ser necessárias para corrigir distúrbios remanescentes.
Como evolui a atresia1 esofágica?
Nas formas não complicadas de atresia1 esofágica, o prognóstico36 é favorável. Nelas, a taxa de sobrevivência37 é de 90-100%. Com anomalias sérias combinadas com a atresia1, essa taxa cai para 30-50%. Nos anos que se seguem à cirurgia, podem ocorrer disfagia38 e transtornos alimentares associados ao refluxo gastroesofágico39 ou ao desenvolvimento de estenose40 esofágica.
Quais são as complicações possíveis com a atresia1 esofágica?
As complicações mais frequentes da atresia1 esofágica são o insucesso da anastomose41 e a formação de estenoses42 esofagianas. Após correção cirúrgica bem-sucedida, dificuldades de alimentação são frequentemente encontradas devido à motilidade prejudicada do esôfago2 distal23, que predispõe ao desenvolvimento do refluxo gastroesofágico39. Outras complicações possíveis são pneumonia26 e anemia43.
Leia sobre "Pré-natal", "Malformações15 congênitas44", "Sífilis45 congênita4", "Fumo e gestação" e "Síndrome46 alcoólica fetal".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NIH - National Institutes of Health (USA) e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.