Pré-natal: o que é? Em que consiste? Quais os exames a serem feitos? O que deve ser observado?
O que é pré-natal?
Em senso estrito, pré-natal é a assistência médica e de enfermagem prestada à mulher durante todos os nove meses em que esteja grávida. O pré-natal destina-se a garantir o melhor estado de saúde1 possível para a mãe e para o bebê no momento do parto. Pode-se mesmo dizer que o pré-natal deve começar antes da gravidez2, como uma preparação para engravidar. Essa assistência deve visar não só as questões biológicas, mas também as atinentes à saúde1 emocional da mãe, o desenvolvimento do feto3, bem como acentuar a importância do papel do pai. Geralmente o pré-natal reduz o número de nascimentos prematuros, evita cesarianas desnecessárias, reduz os nascimentos com baixo peso e as complicações como a hipertensão arterial4 e a transmissão vertical (da mãe para o feto3) de patologias transmissíveis.
Em que consiste o pré-natal?
O pré-natal consiste no acompanhamento da gestante durante a gravidez2 por um médico ou uma equipe de saúde1. O pré-natal deve começar tão logo a mulher descubra que está grávida (ou no momento que decide que quer engravidar) e seguir com no mínimo seis consultas durante os nove meses de gestação, sendo uma no primeiro trimestre da gravidez2, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre. Se a gravidez2 padecer de qualquer anormalidade ou for uma gravidez2 de risco, as consultas devem ser mais frequentes, a critério médico. Nessas consultas, além de serem examinadas clinicamente e fazerem exames laboratoriais, as mulheres devem receber informações sobre as mudanças físicas e psicológicas que ocorrem durante a gravidez2, os medicamentos que deve evitar ou que deve tomar neste período, quais os hábitos saudáveis que deve adotar e receber informações sobre sinais5 e sintomas6 que podem ocorrer e sobre riscos próprios de cada etapa da gravidez2. A gestante deve portar um Cartão da Gestante onde serão anotadas as intercorrências da sua gestação e que ela levará consigo para entregar ao obstetra, no momento do parto, sobretudo se ele não for o mesmo médico que conduziu o seu pré-natal. Dele devem constar não só as doenças surgidas durante a gravidez2 como as pré-existentes.
Quais são os exames que a gestante deve fazer durante o pré-natal?
Os exames a que a mulher grávida deve se submeter no pré-natal compreendem:
- Hemograma, para determinar se há anemia7 ou infecções8.
- Glicemia9, para controlar o nível de açúcar10 sanguíneo que pode aumentar durante a gravidez2.
- Sorologia, para identificar se há HIV11/AIDS no sangue12 da mãe.
- Exame para detectar a sífilis13.
- Exame para detectar a toxoplasmose14.
- Exame para detectar a rubéola15.
- Exame para detectar a presença do vírus16 da hepatite17 B.
- Tipagem sanguínea e fator Rh.
- Exame de urina18 e/ou urinocultura19.
- Exame de fezes.
A gestante deve fazer também três ultrassonografias, idealmente uma no primeiro trimestre, para avaliar o tempo de gravidez2, outra no segundo trimestre, quando os órgãos do bebê já estão formados e o sexo do bebê já pode ser conhecido, e a última no terceiro trimestre para avaliar o crescimento do feto3.
Conforme a finalidade e os resultados desses primeiros exames, eles podem ser repetidos e outros mais podem ser solicitados, a critério do médico assistente. No caso de acusarem alguma anormalidade, a gestante deve ser tratada ou devem ser adotadas providências para que o feto3 não seja contaminado ou sofra quaisquer danos.
Quais são os principais pontos a serem observados durante o pré-natal?
É comum que durante a gestação a mulher se sinta sensível e insegura. Por isso é importante que ela tenha confiança no médico que a acompanhará. Idealmente, o médico que a acompanha no pré-natal deve ser o mesmo que fará o parto, embora nem sempre isso seja possível.
O médico deve se informar sobre os hábitos alimentares da paciente, corrigir eventuais desvios e aconselhar a alimentação mais apropriada para o período gestacional, além de orientar sobre a adoção de um estilo saudável de vida.
Deve ser verificado se a paciente ou seus familiares carregam alguma carga genética que possa ser transmitida ao feto3. Em caso afirmativo, pode-se optar por um aconselhamento genético.
Da mesma forma, deve ser verificado se a mãe tem alguma doença pré-existente como diabetes mellitus20, hipertensão arterial4 (pressão alta) ou outras patologias.
O peso da mãe deve ser monitorado, para que ela não ganhe mais peso que o necessário.
Por ocasião da gravidez2, o médico deve fazer a atualização das vacinas necessárias.
O médico deve verificar também se o pai ou a mãe tomam medicamentos, fumam, usam álcool ou algum tipo de droga e, se possível, interrompê-los.
O médico assistente provavelmente recomendará o uso de ácido fólico, que tem muitos efeitos benéficos na gestação e que, quando possível, deve ser tomado desde antes da gravidez2.
A paciente deve ser advertida sobre a diabetes gestacional21 e a pré-eclampsia22, condições transitórias que podem aparecer como intercorrências durante a gravidez2.
A paciente deve procurar saber se o médico que conduz seu pré-natal também fará seu parto. Se não for, peça ao seu obstetra para indicar um colega para realizar o pré-natal.
Se possível, deve ser decidido com antecedência se o parto será normal ou cesariano e em que maternidade se dará. Algumas vezes a decisão pelo parto cesariano tem de ser feita no momento do nascimento, mesmo quando a opção anterior era pelo parto normal.
A gestante deve visitar a maternidade e o berçário antes de seu parto, para fazer sua escolha e para não ficar, posteriormente, entregue a fantasias.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.