O processo de ossificação
Os ossos
O esqueleto1 ósseo é que dá sustentação ao corpo, e é parte do que confere a ele as suas características morfológicas peculiares. Existem 208 ossos no corpo humano2, classificados em cinco tipos principais:
- Ossos longos3, como o fêmur4, a tíbia5.
- Ossos curtos6, como os ossos do carpo e do tarso7.
- Ossos chatos, como os ossos do crânio8, as costelas9 e o esterno10.
- Ossos sesamoides11, pequenos e arredondados, como a patela12, por exemplo.
- Ossos irregulares13, que não se enquadram nas categorias anteriores, como o osso esponjoso e o osso pneumático (encontrado nas cavidades nasais).
As partes de um osso longo são:
- Diáfise: corpo do osso.
- Epífases: extremidades do osso.
- Metáfises: região intermediária localizada entre diáfise e epífase.
- Cartilagem14: localizada sobre a epífase; responsável por reduzir o atrito e, na criança, pelo crescimento ósseo.
- Periósteo15: membrana fina que reveste o osso.
- Cavidade medular: espaço interior do osso, onde se aloja a medula óssea16.
O que é o processo de ossificação?
O processo de ossificação, também chamado osteogênese, é o processo de formação do tecido ósseo17 a partir do tecido conjuntivo18 embrionário ou cartilaginoso. Durante a ossificação, as células19 ósseas, como os osteoblastos e osteócitos, depositam materiais calcificados na matriz extracelular, formando um tecido20 duro e resistente, que é o osso.
Um osteoblasto é um tipo de célula21 óssea primitiva que é responsável por construir e sintetizar um novo osso. Essas células19 sintetizam e secretam colágeno22 e outras proteínas23 que formam a matriz óssea24 e ajudam a mineralizar a matriz óssea24, tornando o osso duro e resistente. Elas são, por sua vez, derivadas de células19 ainda mais primitivas, de origem mesenquimal25.
Um osteócito é um tipo de célula21 óssea madura encontrada no tecido ósseo17. Derivadas dos osteoblastos, essas células19 têm muitas funções importantes, incluindo a regulação do metabolismo26 ósseo, a manutenção da matriz óssea24 e a detecção de estresse mecânico no tecido ósseo17. Elas também desempenham um papel importante na reparação de lesões27 ósseas e na resposta do tecido ósseo17 a mudanças na carga mecânica, como ocorre durante o exercício físico.
Existem dois tipos principais de ossificação: (1) ossificação endocondral28 e (2) ossificação intramembranosa. A ossificação endocondral28 ocorre quando o osso se desenvolve a partir de um molde de cartilagem14, como ocorre durante o desenvolvimento fetal e na formação de alguns ossos longos3 no corpo humano2. Já a ossificação intramembranosa ocorre quando o osso se desenvolve diretamente a partir do tecido conjuntivo18 embrionário, como no caso dos ossos chatos do crânio8.
A formação e desenvolvimento dos ossos é um processo importante para o crescimento do esqueleto1, bem como para a manutenção da integridade óssea ao longo da vida. No entanto, algumas condições médicas podem afetar os ossos, como a osteomalácia29, os tumores ou a osteoporose30, por exemplo.
O crescimento ósseo é um processo complexo que ocorre principalmente durante a infância e adolescência, regulado por fatores genéticos e ambientais, como a nutrição31, o exercício e as doenças por hormônios, incluindo o hormônio32 do crescimento, hormônios da tireoide33 e hormônios sexuais. Esses hormônios estimulam os osteoblastos a produzir mais matriz óssea24, aumentando o tamanho e a densidade dos ossos. O crescimento ósseo geralmente para quando os ossos atingem sua maturidade, que ocorre em torno dos 20 anos de idade.
O crescimento ósseo ocorre em duas etapas principais: (1) crescimento em comprimento e (2) crescimento em largura.
Para o crescimento em comprimento, as células19 da cartilagem14 de crescimento se dividem e se multiplicam, formando novas células19, as quais se calcificam gradualmente e se transformam em osso. À medida que novas células19 de osso se formam, as células19 mais velhas são empurradas para a extremidade do osso, aumentando o comprimento dele. Esse processo continua até que o indivíduo atinja a idade adulta e a cartilagem14 de crescimento se feche completamente.
Durante o crescimento em largura, as células19 ósseas no exterior do osso se dividem e se multiplicam, produzindo novas células19 ósseas que se depositam na superfície externa do osso. Ao mesmo tempo, as células19 ósseas na camada interna do osso também se dividem e se multiplicam, aumentando a espessura do osso.
Veja sobre "Osteopenia", "Osteoporose30", "Raquitismo34" e "Deficiência de vitamina35 D".
Quais são os possíveis distúrbios do processo de ossificação?
Os distúrbios da osteogênese são um grupo de condições genéticas raras que afetam a produção de colágeno22 no corpo, o que leva a problemas no desenvolvimento e crescimento dos ossos. Esses distúrbios são caracterizados por ossos frágeis e quebradiços, que podem sofrer fraturas facilmente, com lesões27 mínimas ou sem causa aparente.
Os sintomas36 dos distúrbios da osteogênese variam de acordo com o tipo e gravidade da condição. Os sintomas36 mais comuns incluem:
- ossos frágeis;
- baixa estatura;
- problemas dentários, como dentes frágeis e formação imperfeita dos dentes;
- deformidades ósseas;
- esclera37 azulada (branco dos olhos38 com uma tonalidade azulada);
- e dificuldade de locomoção.
O diagnóstico39 dos distúrbios da osteogênese é baseado em exames clínicos, testes de imagem e testes genéticos, e geralmente não há cura para esses distúrbios, sendo o tratamento focado em prevenir fraturas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Entre os distúrbios mais comuns da osteogênese estão:
- Osteogênese imperfeita: doença genética que afeta a produção de colágeno22.
- Osteomalácia29: doença em que os ossos se tornam moles e frágeis devido à deficiência de vitamina35 D ou cálcio.
- Doença de Paget: a renovação óssea é acelerada, resultando em ossos maiores, mais espessos e mais frágeis do que o normal.
- Displasia40 fibrosa: o tecido ósseo17 é substituído por tecido20 fibroso e ósseo desordenado, resultando em ossos fracos e deformidades.
- Osteocondrite dissecante: o suprimento de sangue41 para um osso é interrompido, resultando em morte do tecido ósseo17 e eventual colapso42 da articulação43.
- Doença de Perthes: nessa doença o suprimento de sangue41 para a cabeça44 do fêmur4 é interrompido, resultando em morte do tecido ósseo17 e deformidade da articulação do quadril45.
Quais são as principais doenças ósseas que podem ocorrer depois do processo de ossificação?
As doenças ósseas são condições que afetam a estrutura, função e saúde46 dos ossos. Podem ser causadas por vários fatores, incluindo traumas, doenças, envelhecimento e estilo de vida. Algumas delas são:
- Osteoporose30, que torna os ossos mais fracos e propensos a fraturas.
- Artrite47, uma inflamação48 das articulações49 que pode afetar os ossos, cartilagens50 e tecidos ao redor das articulações49.
- Osteoartrite51, que é uma condição degenerativa52 das articulações49 que pode afetar os ossos próximos a elas.
- Tumores ósseos, que são crescimentos anormais de células19 nos ossos.
- Fraturas ósseas, que são quebras nos ossos que podem ser causadas por lesões27, quedas ou estresse repetitivo.
- Espondilite anquilosante, que é uma forma de artrite47 que afeta principalmente a coluna vertebral53.
- Doença de Osgood-Schlatter, que é uma condição que afeta adolescentes que praticam esportes.
Leia também sobre "Osteólise", "Fratura54 espontânea" e "Fratura54 do colo do fêmur55".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Unifal - Universidade Federal de Alfenas e da UFG - Universidade Federal de Goiás.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.