Microagulhamento no tratamento dermatológico
O que é microagulhamento no tratamento dermatológico?
O microagulhamento ou “indução percutânea de colágeno1 por agulhas”, uma alternativa ao laser, é um procedimento de rejuvenescimento da pele2 que consiste em micro perfurações da pele2 com finas e curtas agulhas metálicas.
Qual a fisiologia3 do procedimento de microagulhamento no tratamento dermatológico?
A técnica funciona de duas maneiras:
- Estimulando a produção natural de colágeno1 em resposta ao processo inflamatório gerado pelas micro perfurações.
- Facilitando o acesso transdérmico a ingredientes, conhecido como método “drug delivery”. Ou seja, a técnica facilita a penetração das substâncias terapêuticas aplicadas na pele2, pois há um aumento da permeabilidade4 da pele2 aos ativos aplicados sobre ela.
O primeiro desses processos resulta em vasodilatação dérmica e migração dos queratinócitos5 para restauração dos danos epidérmicos e na maturação de um colágeno1 mais duradouro que persiste por um período que varia de cinco a sete anos.
O segundo cria micro canais para o interior da pele2 e faz com que os cosméticos ou formulações aplicadas na pele2 penetrem e atuem com muito mais eficácia e rapidez.
Ao auxiliar no processo de formação do colágeno1, o microagulhamento dérmico reconstrói as fibras rompidas, promovendo o preenchimento da pele2. Alguns cuidados, no entanto, devem ser tomados na aplicação da técnica. O equipamento, que deve ser autorizado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), deve ser desengordurado com água e sabonete e esterilizado, e a pele2 deve ser previamente limpa com álcool 70%.
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Como é o procedimento de microagulhamento no tratamento dermatológico?
Os pacientes devem preparar a pele2 com cremes contendo vitamina6 A e C tópicas e outros antioxidantes, com pelo menos três semanas de antecedência. Para o procedimento, o paciente pode estar sob anestesia7 tópica, local ou geral, conforme o caso, e não deve estar com a pele2 bronzeada nem apresentar infecções8 ou lesões9 locais.
Nesse tipo de tratamento, a pele2 recebe múltiplas punções com um dispositivo em forma de tambor, chamado roller (rolo), dotado de um grande número de microagulhas, que é a técnica mais comum, embora também existam canetas elétricas ou “carimbos” com a mesma finalidade.
Esses dispositivos possuem finas agulhas de aço inoxidável ou titânio que penetram na superfície da pele2 para estimular a produção de colágeno1 e elastina. O número delas varia de 190 a 450 e o seu comprimento de 0,25 mm a 2,5 mm.
As agulhas de 0,25 mm e 0,5 mm são utilizadas para aplicação de medicamentos em rugas finas e para melhorar o brilho e a textura da pele2; as de 1,0 mm e 1,5 mm são usados para flacidez de pele2, rugas médias e rejuvenescimento global; as de 2,0 mm e 2,5 mm são utilizadas para cicatrizes10 distensíveis deprimidas, estrias, cicatrizes10 onduladas e retráteis.
As agulhas de 0,2 mm a 0,3 mm dispensam o uso de anestesia7, enquanto as de 0,5 mm a 2,0 mm necessitam de anestésico tópico11, e as de 2,0 mm a 2,5 mm necessitam de anestesia7 geral.
As agulhas penetram na epiderme12, mas não a removem. A aplicação do rolo deve ser por quadrante e feita em quatro direções (vertical, horizontal, diagonal direita e esquerda). O rolo deve ser aplicado dez vezes em cada direção, com cinco movimentos recíprocos em cada uma.
Essa técnica é minimamente invasiva e o procedimento pode ser realizado apenas com creme anestésico. Nas suas aplicações mais radicais, o procedimento é feito com o paciente anestesiado e em ambiente cirúrgico.
Usualmente, a técnica minimamente invasiva oferece resultados após uma sequência de aplicações em intervalos regulares (normalmente mensais), enquanto a técnica cirúrgica, mais agressiva, pode já oferecer resultados visíveis em apenas uma sessão. A recuperação costuma ser rápida, mesmo nos casos de técnica cirúrgica, e o paciente é instruído a já tomar banho no dia seguinte à aplicação.
Por que fazer microagulhamento em tratamentos dermatológicos?
Há quem acredite que o tratamento a laser seja o mais eficaz para o rejuvenescimento da pele2 facial. Ele é usado para destruir a epiderme12, resultando em reação inflamatória pós-traumática normal que reconstitui uma nova epiderme12. No entanto, o microagulhamento obtém o mesmo resultado sem destruir a epiderme12 original. Afinal, ela é a primeira camada de proteção contra o meio ambiente.
Para que uma pessoa pareça rejuvenescida, é necessário ter uma epiderme12 saudável, uniformemente colorida, lisa, perfundida e hidratada. A técnica das agulhas quebra os fios de colágeno1 antigos, remove o colágeno1 danificado, e induz a deposição de novo colágeno1 imediatamente sob a epiderme12, realizando, assim, uma indução percutânea de colágeno1.
O microagulhamento pode ser realizado tanto por homens quanto por mulheres que buscam o rejuvenescimento da pele2. As principais indicações são:
- Restaurar a tensão da pele2 nos estágios iniciais do envelhecimento facial.
- Melhorar as cicatrizes10, especialmente as de acne13.
- Tratar estrias e rugas finas.
- Tratar a flacidez da pele2.
- Ajudar no tratamento da calvície14.
- Ajudar no tratamento do melasma15.
- Dar às cicatrizes10 esbranquiçadas um tom mais próximo ao tom da pele2.
- Facilitar o drug delivery.
Embora seja um tratamento seguro e eficaz, há algumas situações em que o microagulhamento não é recomendado:
- Em áreas da pele2 que estejam infectadas ou inflamadas, pois pode piorar a condição.
- Se a pessoa tem herpes ativo em seu rosto deve evitar o microagulhamento até que a infecção16 tenha desaparecido completamente, porque, do contrário, pode espalhá-lo.
- O microagulhamento pode piorar cicatrizes10 hipertróficas ou queloides existentes, aumentando a produção de colágeno1 nessas áreas.
- Ele pode também piorar a acne13 grave, especialmente se ela estiver ativa.
- Se a pessoa tem algum distúrbio de coagulação17 sanguínea ou se está tomando medicamentos anticoagulantes18, o microagulhamento não é recomendado, pois pode aumentar o risco de sangramentos.
- Como não há evidências suficientes para determinar a segurança do microagulhamento durante a gravidez19, é recomendado evitar o procedimento durante a gestação.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia e da RBCP – Revista Brasileira de Cirurgia Plástica.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.