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Cicatriz hipertrófica - quais as diferenças com os queloides?

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O que é cicatriz1 hipertrófica?

Cicatrizes2 são comuns durante o processo de cura de feridas, mas uma cicatriz1 hipertrófica é o resultado de uma resposta anormal a um trauma ou lesão3 da pele4. Uma cicatriz1 hipertrófica é uma cicatriz1 espessa, ampla e frequentemente elevada, que se desenvolve onde a pele4 é ferida.

Leia sobre "Tatuagem - informações importantes", "Peeling - tipos mais comuns", "Milium ou bolinhas na pele4" e "Cistos epidérmicos".

Quais são as causas da cicatriz1 hipertrófica?

A cicatriz1 hipertrófica deve-se à superprodução de colágeno5 no local de uma ferida. Isso pode acontecer simplesmente devido ao tipo de pele4 de uma pessoa e das tendências de cura de lesões6 cutâneas7, mas comumente ocorre quando uma ferida infecciona ou inflama, ou fica sob muita tensão ou movimento, como em lesões6 sobre uma articulação8, por exemplo, ou é deixada a cicatrizar sem pontos.

A tensão mecânica em uma ferida foi identificada como uma das principais causas de formação de cicatriz1 hipertrófica. Elas tendem a ocorrer mais comumente em tipos de pele4 mais escura e algumas pessoas parecem ter uma tendência hereditária para cicatrizes2 hipertróficas.

Qual é o substrato fisiológico9 da cicatriz1 hipertrófica?

Quando uma ferida está cicatrizando, o corpo produz novas fibras de colágeno5 a uma taxa que equilibra a degradação do colágeno5 antigo. Em certas pessoas, as células10 do corpo produzem mais colágeno5 que o normal durante a cicatrização de uma ferida, e isso faz a cicatriz1 hipertrofiar (crescer).

Uma cicatriz1 hipertrófica é caracterizada por depósitos de quantidades excessivas de colágeno5 que dão origem a uma cicatriz1 elevada, mas ainda não no grau observado com queloides. Como os queloides, as cicatrizes2 hipertróficas se formam com mais frequência nos locais de espinhas, piercings, cortes e queimaduras. Essas cicatrizes2 contêm nervos e vasos sanguíneos11 e quase sempre se desenvolvem após lesão3 que envolve as camadas profundas da derme12, e não se estendem além dos limites da ferida original, embora possam continuar a crescer e engrossar por até seis meses.

Saiba mais sobre "Cicatrização e cicatrizes2" e "Queloides".

Quais são as características clínicas da cicatriz1 hipertrófica?

As cicatrizes2 hipertróficas são semelhantes às cicatrizes2 de queloide13, mas tendem a ser menores e não ultrapassar os limites da lesão3 original. Nenhuma das duas, no entanto, são perigosas ou fatais. Elas podem coçar e causar dor, mas quase sempre constituem apenas um problema estético.

Como o médico diagnostica a cicatriz1 hipertrófica?

A cicatriz1 hipertrófica é diagnosticada pela sua aparência e deve ser diferenciada da cicatriz1 queloide13. Em geral, cicatrizes2 hipertróficas são elevadas, mas raramente sobem a mais de 4 milímetros acima da pele4, são de cor avermelhada ou rosa e podem se desenvolver em qualquer parte do corpo.

Por outro lado, as cicatrizes2 queloides são elevadas a mais de 4 milímetros da pele4, crescem além dos limites da incisão14 ou ferida original, são de cor rosa a roxo, continuam a evoluir e crescer ao longo do tempo e são muito mais comuns nos lóbulos das orelhas15, ombros, bochechas e tórax16 acima do esterno17.

Como o médico trata a cicatriz1 hipertrófica?

Não há um tratamento específico oficialmente estabelecido para as cicatrizes2 hipertróficas. No entanto, o médico pode recomendar uma variedade de tratamentos que podem ajudar a se livrar dela mais rapidamente, embora possa levar um ano inteiro para uma cicatriz1 diminuir ou desaparecer espontaneamente. Por isso, a maioria dos médicos não trata precocemente a cicatriz1 hipertrófica, e pedirão que o paciente espere esse tempo antes de iniciar qualquer tratamento.

Os tratamentos médicos envolvem:

  1. injeções de corticosteroides na cicatriz1 para ajudar a aplainá-la e suavizá-la;
  2. terapia a laser, para queimar e aplainar a cicatriz1;
  3. bleomicina, que é a injeção18 na cicatriz1 de um metabólito19 de uma cepa20 de bactéria21 do solo;
  4. crioterapia22, em que o médico congela o tecido23 da cicatriz1 com nitrogênio líquido;
  5. por fim, depois de esperar pelo menos um ano, uma cicatriz1 hipertrófica pode ser excisada e fechada novamente com pontos, para que o fenômeno não se repita.

Tratamentos caseiros podem ser feitos com:

  1. silicone em folhas, espumas, sprays ou géis;
  2. aplicação de contrapressão na área, com bandagens ou fita adesiva e massagens;
  3. aplicação de cremes de extrato de cebola;
  4. bio oil, usado em todos os tipos de cicatrizes2, pode ser comprado em muitas lojas de produtos de beleza.

Como evolui a cicatriz1 hipertrófica?

As cicatrizes2 hipertróficas tendem a ser mais fáceis de tratar do que os queloides, que apresentam alta taxa de recorrência24 apesar do tratamento, mas mesmo assim elas podem levar um ou dois anos para melhorar e podem causar angústia devido ao seu aspecto ou à intensidade da coceira. Elas também podem restringir o movimento se estiverem localizadas próximas a uma articulação8.

Quais são as complicações possíveis com a cicatriz1 hipertrófica?

As cicatrizes2 hipertróficas em si já são uma complicação frequente em queimaduras, mas também podem se formar após furos, cortes ou até acnes.

Veja também sobre "Manchas escuras na pele4", "Tipos de pele4", "Pele4 oleosa - o que fazer" e "Detalhes importantes para fazer um curativo melhor".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do National Institutes of Health (USA) e da Cleveland Cosmetic Surgery.

ABCMED, 2021. Cicatriz hipertrófica - quais as diferenças com os queloides?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/1389255/cicatriz-hipertrofica-quais-as-diferencas-com-os-queloides.htm>. Acesso em: 13 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Cicatriz: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
2 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
3 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
4 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
5 Colágeno: Principal proteína fibrilar, de função estrutural, presente no tecido conjuntivo de animais.
6 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
8 Articulação: 1. Ponto de contato, de junção de duas partes do corpo ou de dois ou mais ossos. 2. Ponto de conexão entre dois órgãos ou segmentos de um mesmo órgão ou estrutura, que geralmente dá flexibilidade e facilita a separação das partes. 3. Ato ou efeito de articular-se. 4. Conjunto dos movimentos dos órgãos fonadores (articuladores) para a produção dos sons da linguagem.
9 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
10 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
11 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
12 Derme: Camada interna das duas principais camadas da pele. A derme é formada por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, glândulas sebáceas e sudoríparas, nervos, folículos pilosos e outras estruturas. É constituída por uma fina camada superior que é a derme papilar e uma camada mais grossa, mais baixa, que é a derme reticular.
13 Queloide: Cicatriz hipertrófica.
14 Incisão: 1. Corte ou golpe com instrumento cortante; talho. 2. Em cirurgia, intervenção cirúrgica em um tecido efetuada com instrumento cortante (bisturi ou bisturi elétrico); incisura.
15 Orelhas: Sistema auditivo e de equilíbrio do corpo. Consiste em três partes
16 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
17 Esterno: Osso longo e achatado, situado na parte vertebral do tórax dos vertebrados (com exceção dos peixes), e que no homem se articula com as primeiras sete costelas e com a clavícula. Ele é composto de três partes: corpo, manúbrio e apêndice xifoide. Nos artrópodes, é uma placa quitinosa ventral do tórax.
18 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
19 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
20 Cepa: Cepa ou estirpe é um termo da biologia e da genética que se refere a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas e/ou fisiológicas.
21 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
22 Crioterapia: Processo terapêutico baseado em aplicações de gelo, neve carbônica e outros veículos de frio intenso.
23 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
24 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
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