Síndrome de Hoffa
O que é a síndrome1 de Hoffa?
A síndrome1 de Hoffa, também conhecida como síndrome1 da almofada patelar, é a inflamação2 do coxim gorduroso3 existente na região infrapatelar, que pode levar a lesões4 artrofibróticas. Esse coxim5 fica no compartimento anterior do joelho como uma massa de tecido adiposo6 intracapsular, mas extra sinovial (extra articular). Existem também outras almofadas gordurosas na articulação do joelho7, mas a síndrome1 de Hoffa se refere especificamente à almofada subpatelar.
A síndrome1 foi primeiramente descrita em 1904 pelo ortopedista alemão Albert Hoffa (1859-1907).
Quais são as causas da síndrome1 de Hoffa?
Há duas causas principais para a síndrome1 de Hoffa:
- ela pode se desenvolver agudamente devido a algum traumatismo8 aplicado sobre o joelho;
- ou pode se desenvolver gradualmente, ao longo de algum tempo, por uso excessivo do joelho, sobretudo se exigido para além de sua extensibilidade normal (hiperextensão9).
Alguns fatores de risco que tornam a síndrome1 de Hoffa mais propensa a acontecer são: uma contratura do músculo quadríceps10, história prévia de osteoartrite11 do joelho e lesão12 prévia da almofada de Hoffa.
Leia sobre “Água no joelho”, "Ruptura de menisco13", "Luxação14 da patela15" e "Cisto de Baker".
Qual é o substrato fisiopatológico da síndrome1 de Hoffa?
Existem várias almofadas gordurosas em torno do joelho, bem como em outras partes do corpo. Elas ajudam a proteger as estruturas subjacentes e facilitam a mobilidade dos órgãos.
A chamada almofada de Hoffa fica localizada na frente do joelho, na região sub patelar, entre a patela15 e a tuberosidade tibial. Ela exerce importantes funções na articulação do joelho7: distribui a pressão pela articulação16 patelo-femoral, facilita a deformação flexível fisiológica17 na articulação do joelho7 conforme os seus movimentos e dá suporte à estabilidade patelar. Além disso, tem também um importante papel como proprioceptor devido à densidade relativamente alta de nervos dentro dela.
Atua como um coxim5 protetor que separa a patela15 da pele18 e dos ossos da coxa19, mas se ela for pinçada, esmagada ou danificada de qualquer forma, a almofada de Hoffa incha, inflama e se torna dolorida.
Com a inchação, ela aumenta de tamanho e se torna mais possível de ser pinçada novamente, gerando, assim, um círculo vicioso que leva à dor no joelho, da qual é difícil de se livrar. A almofada é inervada principalmente pelo nervo tibial posterior, o que pode ser uma fonte de dor localizada no joelho, devido às muitas terminações nervosas aí existentes que podem ser ativadas por meio de deformação mecânica ou mediadores químicos.
Quais são as características clínicas da síndrome1 de Hoffa?
A síndrome1 de Hoffa é uma das causas mais comuns de dor patelo-femoral. Quando o joelho se move em flexão, o coxim5 adiposo fica relaxado, livremente expansivo e move-se posteriormente. Em extensão, ele situa-se entre a face20 lateral da patela15 e o tendão21 do quadríceps. Portanto, os sintomas22 mais comumente observados estão associados à extensão, embora também possam ser vistos em flexão, onde a dor é provocada por ficar preso entre o tendão21 da patela15 e o da face20 anterior do fêmur23.
Os sintomas22 incluem dor na parte frontal e lateral do joelho, que se exacerbam ao subir escadas, agachar, chutar ou mesmo assentar-se com os joelhos dobrados. Em alguns casos, pode haver uma dor aguda súbita e momentânea sobre um fundo doloroso permanente. Geralmente há também inchação abaixo do joelho e em torno dele e aumento da dor ao estender o joelho ou em caminhadas prolongadas. Tipicamente, a dor também piora nos movimentos de subidas ou descidas de planos inclinados.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Hoffa?
O médico ou fisioterapeuta especializados reconhecerão os sintomas22 e poderão proceder à chamada manobra de Hoffa. Com o paciente deitado de costas24, com o joelho dobrado, o profissional pressiona os dois polegares ao longo de cada lado do tendão patelar25, logo abaixo da patela15, e então o paciente deve estender a perna. O teste é positivo se ele sentir dor.
Infelizmente esse teste não é muito preciso ou específico e, por isso, a síndrome1 de Hoffa permanece subdiagnosticada, com apenas um diagnóstico26 genérico de “dor na parte frontal do joelho”. A confirmação do diagnóstico26 pode vir de exames de imagens que permitam ver as condições dos tecidos moles da articulação16, como a ressonância magnética27 ou a ultrassonografia28.
Como tratar a síndrome1 de Hoffa?
O tratamento da síndrome1 de Hoffa implica em, primeiramente, arrefecer a inflamação2, o que pode ser conseguido com tratamentos como acupuntura, ultrassom, crioterapia29, aplicação de gelo e repouso. O médico poderá aplicar uma injeção30 de anti-inflamatório para reduzir o volume da almofada de Hoffa.
Posteriormente, deve-se adotar medidas que evitem novos pinçamentos ou esmagamentos e proteger o joelho com exercícios de alongamento e reforço muscular, orientados por um fisioterapeuta.
De um modo geral, a cirurgia não é recomendável nos casos de síndrome1 de Hoffa, mas em casos específicos e raros, pode ser conveniente uma pequena cirurgia que vise diminuir a almofada inflamada.
Como prevenir a síndrome1 de Hoffa?
Para as pessoas que portam algum fator de risco31, a forma mais adequada de prevenir a síndrome1 de Hoffa é fazer alongamentos e fortalecimento dos músculos32 ao redor da região do quadril, tornozelo33 e joelho sob orientação de um fisioterapeuta, que aconselhará os exercícios apropriados.
Além disso, as pessoas devem evitar andar de salto alto que, ao provocar hiperextensão9 dos joelhos, favorece as lesões4 na almofada de gordura34.
Saiba mais sobre "Artroscopia35 do joelho", "Artroplastia do joelho", "Artrose36 do joelho" e "Dor nos joelhos".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da U.S. National Library of Medicine e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.