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Discopatias - causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

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O que são discopatias?

As discopatias, também chamadas degenerações dos discos intervertebrais, são alterações que afetam os discos intervertebrais, geralmente diminuindo o intervalo entre as vértebras e comprimindo as raízes nervosas1 emergentes entre elas. Apesar de serem mais comuns na região lombar, também podem afetar as outras partes da coluna.

O que são discos intervertebrais?

Há, ao todo, 23 discos entre as vértebras, cada um dos quais funciona como uma articulação2 entre os corpos das vértebras adjacentes, de modo a conferir sustentação e flexibilidade à coluna. Cada disco intervertebral3 é uma estrutura fibrocartilaginosa que possui a mesma forma das vértebras (anel).

É composto por um anel fibroso que contém em seu interior um núcleo pulposo flexível, formado por um gel semifluido, constituído por 80% de água. Ele funciona como um sistema hidráulico complexo capaz de absorver choques e permitir uma compressão transitória devido ao deslocamento do material semilíquido no interior de um continente elástico. Nesse sentido, ele pode ser comparado a um amortecedor mecânico de choques.

Saiba mais sobre "Desvios da coluna", "Espondilolistese" e "Dores nas costas4".

Quais são as causas das discopatias?

A grande maioria das discopatias é de natureza degenerativa5 e ocorre principalmente devido a fatores de desgastes em decorrência do envelhecimento, como desidratação6 do disco e consequente diminuição da sua espessura.

Além do envelhecimento, outros fatores podem acelerar a degeneração7 dos discos intervertebrais, entre eles:

Em alguns casos, pode haver uma predisposição congênita10 para o comprometimento dos discos.

Os fatores de risco mais comuns para as discopatias são:

  1. estilo de vida que possa ter um impacto nos discos da coluna vertebral11;
  2. história familiar de dor nas costas4 ou distúrbios musculoesqueléticos;
  3. tensão excessiva na região lombar12 causada por esportes, trabalho pesado frequente ou trabalhos intensivos;
  4. tensão nos discos da coluna lombar devido à má postura;
  5. músculos13 paravertebrais fracos;
  6. obesidade8 e fumo.

Qual é o substrato fisiopatológico das discopatias?

Com o envelhecimento, os discos intervertebrais perdem água e sofrem alterações em sua conformação. Durante a vida são eles que absorvem os impactos ao caminhar, movimentar, saltar ou rotacionar o tronco, garantindo que os atritos entre os ossos e outros componentes sejam minimizados.

A tensão, o peso do corpo e os movimentos realizados fazem com que, ao longo do tempo, os discos intervertebrais sofram um desgaste e fiquem desidratados e achatados. A perda de líquido e de volume dos discos reduz a capacidade de amortecimento deles, dificultando a movimentação, diminuindo o espaço entre as vértebras e comprimindo as raízes nervosas1 emergentes entre elas.

Quais são as características clínicas das discopatias?

A chamada cascata degenerativa5 é um processo lento, que leva de 10 a 30 anos, e geralmente consiste no seguinte ciclo:

  1. um estresse ou lesão14 inicial;
  2. rigidez e mobilidade limitada que podem ocorrer imediatamente após o estresse ou lesão14 inicial;
  3. o segmento espinhal afetado passa então por um longo período de relativa instabilidade;
  4. crises periódicas de dor lombar moderada ou intensa.

A discopatia degenerativa5 pode permanecer por muito tempo sem apresentar sintomas15. Por isso, quando os pacientes procuram ajuda, o quadro já está relativamente agravado. Quando há sintomas15, é comum que eles sejam dor na parte inferior das costas4 ou na parte superior do pescoço16.

A quantidade de degeneração7 não se correlaciona exatamente com a quantidade de dor que os pacientes experimentam. Se um paciente sente dor ou não, depende em grande parte da localização do disco afetado e da quantidade de pressão que está sendo colocada na coluna vertebral11 e nas raízes nervosas1 circundantes. Muitas pessoas não sentem dor, enquanto outras têm dor crônica intensa, embora exibam a mesma quantidade de danos.

É comum que pessoas com mais de 40 anos apresentem sinais17 de desgaste nos discos intervertebrais. A forma de apresentação dos sintomas15 varia em cada indivíduo: eles podem persistir por semanas e até meses ou desaparecer em poucos dias e retornar esporadicamente. Essa condição é progressiva e afeta mais os discos intervertebrais localizados na região lombar12, embora também possa afetar a parte cervical ou torácica da coluna.

Conforme o local que afete, além de dor na nuca ou na região lombar12, pode causar formigamento, rigidez e perda da sensibilidade em braços ou pernas. A discopatia pode também causar rigidez e fraqueza na coluna, reduzindo a capacidade motora do paciente e prejudicando o desempenho no cotidiano.

Leia sobre "Dor na coluna", "Artrodese da coluna" e "Fisioterapia18".

Como o médico diagnostica as discopatias?

Como a discopatia é uma condição progressiva, é importante identificar os sintomas15 o mais cedo possível para dar início ao tratamento com um especialista. De início, o médico tomará o histórico clínico do paciente visando detectar os sintomas15 e os fatores de risco. Além disso, imagens como as de uma radiografia, ressonância magnética19 ou tomografia computadorizada20 ajudam a esclarecer as especificidades do caso.

Como o médico trata as discopatias?

Não há como chegar há uma solução definitiva do problema. Os tratamentos usualmente empregados visam aliviar os sintomas15 e desacelerar a evolução do quadro. Eles implicam no uso de medicamentos e exercícios de fortalecimento muscular, com o objetivo de recuperar a funcionalidade motora dos locais afetados.

São usados analgésicos21, anti-inflamatórios e medidas não medicamentosas, como sessões de alongamentofisioterapia18.

Como prevenir as discopatias?

É possível prevenir a discopatia degenerativa5 ou as crises da doença ao adotar hábitos posturais mais saudáveis: manter a coluna sempre ereta, fazer alongamentos e praticar exercícios físicos orientados.

Veja também sobre "Estenose22 do canal vertebral23" e "Instabilidade da coluna".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site do NIH - National Institutes of Health.

ABCMED, 2022. Discopatias - causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-saude/1429995/discopatias-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Raízes nervosas:
2 Articulação: 1. Ponto de contato, de junção de duas partes do corpo ou de dois ou mais ossos. 2. Ponto de conexão entre dois órgãos ou segmentos de um mesmo órgão ou estrutura, que geralmente dá flexibilidade e facilita a separação das partes. 3. Ato ou efeito de articular-se. 4. Conjunto dos movimentos dos órgãos fonadores (articuladores) para a produção dos sons da linguagem.
3 Disco intervertebral: É um disco de cartilagem fibrosa presente entre os corpos das vértebras, nas articulações intervertebrais. São estruturas cartilaginosas que possuem o mesmo formato do corpo da vértebra. Ele é formado por um anel fibroso e um núcleo pulposo, o que garante a absorção de impactos e certa mobilidade entre as vértebras.
4 Costas:
5 Degenerativa: Relativa a ou que provoca degeneração.
6 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
7 Degeneração: 1. Ato ou efeito de degenerar (-se). 2. Perda ou alteração (no ser vivo) das qualidades de sua espécie; abastardamento. 3. Mudança para um estado pior; decaimento, declínio. 4. No sentido figurado, é o estado de depravação. 5. Degenerescência.
8 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
9 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
10 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Coluna vertebral:
12 Região Lombar:
13 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
14 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Pescoço:
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
19 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
20 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
21 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
22 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
23 Canal vertebral: Numa imagem de uma vértebra há um “buraco“ separando o corpo de sua extremidade. Esse buraco é o forame vertebral. O encaixe entre as vértebras da coluna é mais ou menos simétrico e isso forma um canal, que é conhecido como o canal vertebral. É por ele que passam a medula espinhal. O canal vertebral segue as diferentes curvas da coluna vertebral. É grande e triangular nas regiões onde a coluna possui maior mobilidade (cervical e lombar) e é pequeno e redondo na região que não possui muita mobilidade (torácica).
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