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Desvios da coluna vertebral

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A coluna vertebral1 normal

A coluna vertebral1 é composta por 33 vértebras que são unidas por determinados componentes, como os discos intervertebrais e ligamentos2, por exemplo. Ela estende-se do crânio3 até a parte mais alta do cóccix4. No adulto, o comprimento da coluna pode variar de 72 a 75 centímetros. Na postura padrão, a coluna não é um empilhamento correto de vértebras, mas consta de quatro curvaturas côncavas e convexas, no sentido ântero-posterior e lateral, nas regiões cervical, torácica, lombar e sacra, adequadamente dispostas para sustentar eretamente o corpo, permitir a locomoção e o bom funcionamento dos órgãos respiratórios, equilibrar a cabeça5 e proteger a medula espinal6.

Quais são os desvios da coluna vertebral1?

A postura é correta quando o eixo da coluna vertebral1 encontra-se em harmonia com o corpo e diz-se que há desvio de coluna quando ocorre uma alteração no alinhamento da coluna vertebral1. Os tipos principais de desvios de coluna são cifose, lordose7 e escoliose8. Cifose corresponde à situação que é popularmente chamada “corcunda”, caracterizada pelo aumento anormal da curvatura torácica posterior; lordose7 é o aumento da curvatura anterior na região lombar9 e a escoliose8 (do grego skolios = torto) é caracterizada pelo desvio da curvatura lateral da coluna, que pode ser chamado de cervical, cervicotorácica, torácica, toracolombar, lombar ou lombossacra, conforme esteja localizado o ápice da curvatura.

Quais são as causas de desvios da coluna vertebral1?

As principais causas de desvios anormais da coluna são anomalias congênitas10, processos patológicos que afetem as vértebras, hábitos viciosos de postura e traumatismos, mas eles podem também ter causas desconhecidas (idiopáticas). A cifose torácica pode ser causada por osteoporose11, osteocondrose12 espinhal, erros posturais e traumas, ou ser multifatorial, envolvendo mais de uma dessas causas. A lordose7 em geral surge para compensar deformidades de quadril, principalmente em decorrência da obesidade13. Em mulheres, a curvatura pode ainda ser aumentada pelo uso excessivo do salto alto, práticas frequentes de dança como o balé ou na gravidez14. A escoliose8 é idiopática15 na maioria das vezes e pode ser originada na infância, na fase juvenil ou na adolescência, mas também pode ser decorrente de miopatias, osteopatias, alterações funcionais ou posturais. Pode haver cifose e lordose7 ao mesmo tempo, devidas a movimentos compensatórios de adaptação ou associação da cifose com a escoliose8 (cifoescoliose), normalmente por doença congênita16.

Quais são os principais sinais17 e sintomas18 de desvios da coluna vertebral1?

Alguns desvios de coluna são assintomáticos. Quando há sintomas18, eles dependem da causa, localização e intensidade do desvio. O maior e mais chamativo sintoma19 é a dor, principalmente nas costas20 ou na nuca. Podem ocorrer deformações esqueléticas compensatórias, o que acaba por sobrecarregar as articulações21, provocando um maior esforço e alterando a eficiência das suas funções. Os desvios de coluna habitualmente são de instalação lenta e podem causar alterações da sensibilidade e rigidez da coluna. Quando há uma enfermidade subjacente tem-se de contar também com os sintomas18 dessa enfermidade.

Como o médico diagnostica os desvios da coluna vertebral1?

Os desvios de coluna podem ser diagnosticados através das queixas dos pacientes, do exame clínico, que detectará uma curvatura anormal da coluna vertebral1, exame neurológico e do exame radiográfico. O exame neurológico evidenciará se a pessoa apresenta sinais17 e sintomas18 nessa área, decorrentes de compressões nervosas, como alteração da sensibilidade, dos reflexos e da função motora ou do equilíbrio, dor, adormecimento, sensação nas extremidades, espasmo22 muscular, alterações nos intestinos23 e/ou na bexiga24. O exame radiográfico permitirá identificar a existência de desvios e medir o alinhamento das curvaturas da coluna, as quais podem ser medidas, entre outras maneiras, pelo método de Cobb, conhecido dos especialistas. Ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizadas e cintilografias ósseas podem complementar o diagnóstico25.

Como o médico trata os desvios da coluna vertebral1?

Os tratamentos dos desvios de coluna dependem das suas causas, da idade do paciente e das eventuais deformidades vertebrais. Nos casos não cirúrgicos são indicados exercícios físicos, fisioterapia26, estimulação elétrica, sapatos com salto e sola especiais e/ou o uso de coletes. A intervenção cirúrgica é indicada para pacientes27 adultos, em casos especiais, por motivos funcionais, estéticos ou dolorosos e realizada normalmente em situações em que a curvatura é maior que 80º. Quando o desvio é causado pela obesidade13, a perda de peso é necessária para a correção ser mais eficaz.

Como prevenir os desvios da coluna vertebral1?

Os desvios anormais da coluna podem ser prevenidos se a pessoa fizer exercícios físicos regulares, alongamentos e mantiver uma postura correta desde a infância. Os adultos devem evitar o sedentarismo28 e a obesidade13 e também cuidar dos hábitos posturais. É importante, principalmente para as mulheres, cuidarem da prevenção da osteoporose11.

ABCMED, 2015. Desvios da coluna vertebral. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-saude/800764/desvios-da-coluna-vertebral.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Coluna vertebral:
2 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
3 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
4 Cóccix:
5 Cabeça:
6 Medula Espinal:
7 Lordose: 1. Convexidade anterior, normal, da coluna vertebral na região lombar. 2. Na ortopedia, é uma acentuação excessiva de tal convexidade.
8 Escoliose: Deformidade no alinhamento da coluna vertebral, que produz uma curvatura da mesma para um dos lados. Pode ser devido a distúrbios ósteo-articulares e a problemas posturais.
9 Região Lombar:
10 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
12 Osteocondrose: Distúrbio em um ou mais centros de ossificação de crianças, caracterizado por degeneração seguida por recalcificação.
13 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
14 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
15 Idiopática: 1. Relativo a idiopatia; que se forma ou se manifesta espontaneamente ou a partir de causas obscuras ou desconhecidas; não associado a outra doença. 2. Peculiar a um indivíduo.
16 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
19 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
20 Costas:
21 Articulações:
22 Espasmo: 1. Contração involuntária, não ritmada, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosa ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
23 Intestinos: Seção do canal alimentar que vai do ESTÔMAGO até o CANAL ANAL. Inclui o INTESTINO GROSSO e o INTESTINO DELGADO.
24 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
27 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
28 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
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