Tratamento da obesidade
Sobre a obesidade1
A obesidade1 é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura2 no corpo, a ponto de prejudicar a saúde3. Esse acúmulo pode ser maior ou menor em cada caso, sendo medido pelo chamado índice de massa corporal4 (IMC5), que é calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pela medida da altura do indivíduo ao quadrado. O IMC5 é classificado da seguinte maneira:
- Sobrepeso6: IMC5 entre 25,0 e 29,9 Kg/m²
- Obesidade1 grau I: IMC5 entre 30,0 e 34,9 Kg/m²
- Obesidade1 grau II: IMC5 entre 35,0 e 39,9 Kg/m²
- Obesidade1 grau III: IMC5 maior do que 40,0 Kg/m²
A obesidade1 é considerada uma doença crônica e multifatorial, resultante de uma combinação de fatores genéticos, ambientais, comportamentais e metabólicos. Ela está em aumento no mundo todo e já é considerada uma pandemia7. Entre 1980 e 2013, ela aumentou de 28% para 38%, e o IMC5 mundial aumentou 0,4 a 0,5 kg/m².
É difícil determinar o número exato de mortes causadas pela obesidade1, pois a condição está frequentemente relacionada a outras doenças. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde3 (OMS), a obesidade1 é responsável por cerca de 2,8 milhões de mortes por ano em todo o mundo, e esse número pode variar em diferentes regiões do globo, dependendo de diferentes fatores, como localização geográfica, nível socioeconômico e estilo de vida. Embora o problema afete também os homens, ele é maior entre as mulheres.
A obesidade1 está associada a um maior risco de desenvolver uma variedade de condições de saúde3, incluindo:
- doenças cardiovasculares8;
- diabetes9 tipo 2;
- hipertensão arterial10;
- certos tipos de câncer11;
- distúrbios respiratórios;
- problemas articulares;
- e distúrbios psicológicos, como a depressão.
Além disso, a obesidade1 em si mesma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, causando limitações físicas, baixa autoestima e discriminação social.
Veja também sobre "Macronutrientes12", "Micronutrientes13", "O que afeta o comportamento da glicemia14" e "Como funciona o controle do apetite".
Como é o tratamento da obesidade1?
O tratamento da obesidade1 deve envolver uma abordagem que combine:
- Mudanças na alimentação
- Aumento da atividade física
- Intervenções médicas adicionais
- Apoio emocional
Em alguns casos, está indicado fazer uma cirurgia bariátrica15, que diminui a absorção dos alimentos pelo trato gastrointestinal, promovendo a perda de peso.
O tratamento completo da obesidade1 demanda uma equipe multidisciplinar que conte com endocrinologista16, nutricionista17, cirurgião bariátrico, educador físico e, em alguns casos, psicólogo, para tratar eventuais comportamentos que podem causar compulsão alimentar ou para ajudar o paciente a não desistir do tratamento.
Melhor que o tratamento é a prevenção da obesidade1. Ela envolve hábitos de vida saudáveis desde a infância, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, redução do tempo de sedentarismo18 e promoção de uma cultura de bem-estar.
No entanto, uma vez que a obesidade1 já exista, a perda de peso deve ser gradual e sustentável, o que exigirá atitudes diferentes a cada momento do processo de emagrecimento. Uma vez conseguido o peso ideal, é necessário mantê-lo relativamente inalterado. Isso exige uma mudança permanente no estilo de vida.
Algumas opções comuns de tratamento da obesidade1
Controle de calorias19 e alimentação saudável
O peso de uma pessoa está relacionado, entre outros fatores, à quantidade de calorias19 ingeridas e gastas a cada dia. Se a ingesta for maior que o dispêndio, a pessoa tende a ganhar peso e, se for menor, tende a perder peso. Calorias19 correspondem à quantidade de energia armazenada em cada alimento.
Para manter seu peso, uma pessoa precisa ingerir, em média, 2000 calorias19 por dia, mas esse número pode variar na dependência da idade, sexo e atividade física de cada um. Essas calorias19 são utilizadas nas atividades diárias da pessoa, como andar, pensar, respirar e nas demais atividades cotidianas. Os homens normalmente necessitam de mais calorias19 que as mulheres e as pessoas que se exercitam necessitam de mais calorias19 que as sedentárias.
Uma alimentação saudável é aquela que fornece todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo sem ultrapassar o equilíbrio calórico necessário para a manutenção do peso. Uma alimentação saudável deve ser equilibrada, variada e adequada às necessidades individuais de cada pessoa. Isso inclui:
- consumir uma ampla variedade de alimentos, como frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas20 magras (peixes, aves, legumes, nozes e sementes) e laticínios com baixo teor de gordura2, evitando os excessos;
- limitar o consumo de alimentos processados21, como refrigerantes, salgadinhos, doces e fast food em geral;
- reduzir o consumo de gorduras saturadas22 e trans, presentes em alimentos como carnes gordurosas, manteiga, margarina, óleos hidrogenados e alimentos fritos;
- aumentar a ingestão de fibras, presentes em frutas, vegetais, legumes, grãos integrais e sementes;
- hidratar-se adequadamente, bebendo água fartamente, evitando bebidas açucaradas e limitando o consumo de álcool;
- e moderar o consumo de sal e açúcar23.
Uma tal alimentação saudável e equilibrada é essencial no tratamento da obesidade1 e deve ser mantida para a conservação do peso ideal.
Prática de atividade física
Aumentar a atividade física é fundamental para queimar calorias19. Além disso, a queima de calorias19 ajuda também a melhorar a saúde3 cardiovascular, além de promover a perda de peso.
Recomenda-se a prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida, natação ou ciclismo, além do treinamento de força para fortalecer os músculos24. Eles podem contribuir de diversas maneiras para a perda de peso e a manutenção de um estilo de vida saudável, ajudando:
- na queima de calorias19, aumentando o déficit calórico necessário para a perda de peso;
- a acelerar o metabolismo25, aumentando a quantidade de calorias19 que o corpo queima em repouso (metabolismo25 basal);
- a preservar a massa muscular, que geralmente é perdida nos processos de emagrecimento;
- a melhorar a composição corporal músculos24/gordura2;
- e a controlar o apetite e a compulsão alimentar.
Mudanças no estilo de vida
Mudanças no estilo de vida e no comportamento são importantes para alcançar e manter a perda de peso a longo prazo. Isso pode envolver:
- a adoção permanente de uma alimentação saudável;
- o controle do tamanho das porções consumidas, praticando a moderação;
- o comer apenas nas horas estipuladas, deixando de “lambiscar” de vez em quando;
- a inclusão do exercício físico como uma atividade regular;
- a manutenção de hábitos saudáveis de sono;
- e o gerenciamento do estresse.
Terapia cognitivo26-comportamental
A terapia cognitivo26-comportamental pode ser útil no tratamento da obesidade1, ajudando os indivíduos a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamentos relacionados à alimentação e ao exercício físico.
Uso de medicamentos
Em alguns casos, podem ser prescritos medicamentos para ajudar no controle do peso corporal, especialmente quando há riscos à saúde3 associados à obesidade1. Alguns exemplos deles incluem:
- inibidores de apetite;
- inibidores de absorção de gordura2;
- e medicamentos que aumentam o metabolismo25.
Esses medicamentos devem ser usados sob a supervisão de um médico porque envolvem riscos de efeitos colaterais27 graves.
Cirurgia bariátrica15
Em casos de obesidade1 mórbida ou quando outras formas de tratamento não foram eficazes, a cirurgia bariátrica15 pode ser considerada. Essa é uma opção mais invasiva e irreversível, que envolve a redução do tamanho do estômago28 ou a alteração do processo de absorção dos alimentos.
Leia sobre "Como funciona o controle do apetite", "Os mecanismos da fome" e "Dez dicas para mulheres perderem peso sem sofrer".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do CDC - Centers for Disease Control and Prevention e da WHO - World Health Organization.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.