Gostou do artigo? Compartilhe!

Sedentarismo: o que é? Quais as consequências? Como abandoná-lo?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é sedentarismo1?

Chama-se sedentarismo1 à falta, ausência ou diminuição de atividades físicas, o que faz com que uma pessoa tenha um gasto calórico reduzido. Indivíduos com este hábito são ditos sedentários ou com hábitos sedentários. Objetivamente, considera-se sedentária a pessoa que gasta menos de 2.200 calorias2 por semana. O sedentarismo1 é mais perigoso para a saúde3 do que a obesidade4. Essa atitude, além de dever-se a um estilo de vida, é muito incentivada pela comodidade das novas descobertas e tecnologias, dotando a vida moderna de facilidades. De tal forma, o sedentarismo1 é um problema de saúde3 pública e o combate a ele pode diminuir nacionalmente a incidência5 de doenças e mortes prematuras.

Quais são as consequências do sedentarismo1?

Se o indivíduo passa a utilizar muito um determinado órgão, ele se desenvolve, tornando-se maior, mais forte e mais sensível. Por outro lado, se o indivíduo deixar de utilizá-lo, ele sofre atrofia6. Aplicando-se isso ao tema do sedentarismo1 pode-se dizer que ele faz minguar as estruturas e funções orgânicas enquanto o contrário, as atividades físicas, as fortalece e expande. 

Assim, é de se esperar que as pessoas sedentárias apresentarão atrofias7 orgânicas e deficiências funcionais em relação às pessoas não sedentárias. Aquelas que têm atividades físicas e esportivas que se podem considerar “normais” e aquelas que se dedicam a exercícios físicos especiais, como os desportistas e os fisioculturistas, por exemplo, adquirem condições físicas e funcionais superiores às comuns. Ao contrário, a pessoa de vida sedentária experimenta um processo de regressão estrutural e funcional, perda de flexibilidade articular, comprometimento do funcionamento de vários órgãos e hipotrofia8 de fibras musculares9.

Tudo isso pode ser causa de várias doenças, como, por exemplo, a diabetes mellitus10, a obesidade4, o aumento do colesterol11, o infarto do miocárdio12, além de dificultar a recuperação de muitas outras. Além disso, o sedentarismo1 pode acelerar o envelhecimento e, direta ou indiretamente, pode mesmo ser causa de morte súbita. Por outro lado, as atividades físicas ajudam a controlar o peso corporal e a diminuir a pressão sanguínea, reduzem o risco de desenvolver a hipertensão arterial13, diminuem o risco de desenvolver doenças cardíacas e a diabetes14, ajudam a manter saudáveis os ossos, músculos15 e articulações16 e a prevenir e diminuir a obesidade4.

O que fazer para sair do sedentarismo1?

As pessoas que, por estilo de vida ou pelo tipo de profissão, sejam sedentárias devem adotar uma mudança de hábitos de vida, na medida do possível, e se dedicar a atividades físicas ou esportivas como caminhar, correr, pedalar, nadar, dançar, praticar ginástica, exercícios com pesos e jogar bola. Essas atividades, no entanto, devem obedecer às orientações de um médico ou de um educador físico que procurarão adequar essas atividades às necessidades e capacidades individuais.

Embora fazer atividades físicas programadas possa ser desagradável para algumas pessoas, na sua fase inicial, o organismo se adapta a elas depois de algum tempo e passa mesmo a exigi-las. Além disso, fica mais fácil se a pessoa selecionar atividades das quais ela goste e que se encaixem no seu cotidiano. Todos conhecem pessoas para as quais as atividades físicas se tornam uma necessidade. Além dessas atividades planejadas, deve considerar-se também aquelas atividades ligadas ao dia-a-dia da pessoa, como caminhar até o trabalho, subir escadas, limpar a casa, realizar funções profissionais que requerem esforço físico, etc.

As pessoas que planejarem o início de uma atividade física programada devem começar devagar e aumentá-la gradualmente, para dar ao corpo a oportunidade de adquirir melhor condicionamento físico e para evitar lesões17. Aos poucos, as pessoas irão aumentando seu nível, até atingirem a quantidade desejada. As pessoas com problemas crônicos de saúde3 e os idosos precisam de programações especiais e devem consultar um médico antes de começar. As pessoas com deficiências físicas não precisam, por isso, ser sedentárias. A atividade física regular pode ajudá-las a melhorar sua força muscular e resistência, dar sensação de bem-estar e elevar a qualidade de vida ao melhorar a capacidade de desempenhar atividades cotidianas.

ABCMED, 2015. Sedentarismo: o que é? Quais as consequências? Como abandoná-lo?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/754592/sedentarismo-o-que-e-quais-as-consequencias-como-abandona-lo.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
2 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
3 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
4 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
5 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
6 Atrofia: 1. Em biologia, é a falta de desenvolvimento de corpo, órgão, tecido ou membro. 2. Em patologia, é a diminuição de peso e volume de órgão, tecido ou membro por nutrição insuficiente das células ou imobilização. 3. No sentido figurado, é uma debilitação ou perda de alguma faculdade mental ou de um dos sentidos, por exemplo, da memória em idosos.
7 Atrofias: 1. Em biologia, é a falta de desenvolvimento de corpo, órgão, tecido ou membro. 2. Em patologia, é a diminuição de peso e volume de órgão, tecido ou membro por nutrição insuficiente das células ou imobilização. 3. No sentido figurado, é uma debilitação ou perda de alguma faculdade mental ou de um dos sentidos, por exemplo, da memória em idosos.
8 Hipotrofia: Estado ou processo de crescimento ou desenvolvimento subnormal de qualquer coisa.
9 Fibras Musculares: Células grandes, multinucleadas e individuais (cilídricas ou prismáticas) que formam a unidade básica do tecido muscular esquelético. Constituídas por uma substância mole contrátil, revestida por uma bainha tubular. Derivam da união de MIOBLASTOS ESQUELÉTICOS com o sincício, seguida de diferenciação.
10 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
11 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
12 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
13 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
14 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
15 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
16 Articulações:
17 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.