Valvulopatias cardíacas - entenda o que são
O que são valvulopatias cardíacas?
As valvulopatias cardíacas são condições em que uma ou mais das válvulas do coração1 não funcionam corretamente. O coração1 humano possui quatro válvulas principais:
- válvula mitral
- válvula aórtica
- válvula tricúspide
- válvula pulmonar
No ventrículo direito, a válvula de entrada é a válvula tricúspide e a válvula de saída é a válvula pulmonar. No ventrículo esquerdo, a válvula de entrada é a válvula mitral e a válvula de saída é a aórtica. Todas são válvulas unidirecionais que garantem que o sangue2 flua em uma única direção através do coração1, facilitando a oxigenação e o bombeamento eficiente do sangue2 para o resto do corpo.
Qualquer uma delas está sujeita a vários tipos de valvulopatias:
- Na estenose3 valvular, a abertura da válvula se estreita, dificultando o fluxo sanguíneo através da válvula.
- Na insuficiência4 valvular, a válvula não se fecha completamente, permitindo que o sangue2 vaze para trás (reflua) em vez de fluir na direção correta.
- No prolapso5 valvular, as válvulas se tornam muito flexíveis e se projetam para dentro da cavidade cardíaca oposta quando o coração1 se contrai. Isso pode causar insuficiência4 valvular.
Quais são as causas das valvulopatias cardíacas?
As valvulopatias podem ser congênitas6 (presentes ao nascimento) ou adquiridas devido a doenças cardíacas, infecções7, lesões8 ou outras condições médicas. Nas pessoas mais jovens as causas mais comuns são a febre reumática9, a endocardite10 e os distúrbios congênitos11.
Grande parte das valvulopatias é de natureza degenerativa12 e está associada ao envelhecimento. Ao longo de 70 anos, as válvulas cardíacas terão realizado o movimento de abrir e fechar mais de dois bilhões de vezes (2.575.440.000 de vezes, estimando-se uma frequência cardíaca média de 70 bpm), o que explica o seu envelhecimento, endurecimento e calcificação13.
Outras possíveis causas são um traumatismo14, doença coronária, hipertensão arterial15, aneurismas e alguns tumores, bem como o uso de drogas e a exposição a radiações.
Leia mais sobre "Cardiopatia reumática", "Insuficiência4 da válvula mitral" e "Estenose3 aórtica".
Qual é o substrato fisiopatológico das valvulopatias cardíacas?
A fisiopatologia16 das valvulopatias pode variar dependendo do tipo específico de problema da válvula cardíaca17 envolvida. No entanto, ela envolve sempre a circulação18 do sangue2.
Na estenose3 valvular, a válvula cardíaca17 está estreitada, o que dificulta o fluxo sanguíneo através dela e pode causar um aumento da pressão no lado do coração1 antes da válvula, eventualmente levando a hipertrofia19 ventricular, insuficiência cardíaca20 e outras complicações.
Na insuficiência4 valvular, a válvula cardíaca17 não se fecha adequadamente, permitindo que o sangue2 flua de volta para a câmara cardíaca de onde veio (regurgitação21 valvular). A insuficiência4 valvular leva a um volume aumentado de sangue2 na câmara cardíaca antes da válvula afetada e à dilatação da câmara, eventualmente levando à insuficiência cardíaca20.
As malformações22 congênitas6 das válvulas cardíacas podem variar desde anormalidades estruturais leves até defeitos graves que requerem intervenção cirúrgica.
Quais são as características clínicas das valvulopatias cardíacas?
Os sintomas23 de cada uma das válvulas cardíacas se manifestam de modo diferente, mas independentemente do tipo específico da valvulopatia24 o resultado é geralmente uma carga aumentada no coração1 afetado. As valvulopatias podem ser assintomáticas durante muito tempo, com o coração1 trabalhando para compensar pequenos defeitos.
Os sintomas23 fundamentais, no entanto, ocorrem após certo lapso de tempo e se acentuam após a realização de esforços físicos. Eles incluem:
- sensação de falta de ar;
- fadiga25;
- dor torácica;
- edema26;
- palpitações27;
- e síncope28 (desmaio).
Podem ainda causar arritmias29, com sensação de palpitações27, e quando a causa é uma infecção30 (uma endocardite10, por exemplo) surge febre31. As valvulopatias que afetam a válvula aórtica e a mitral são as mais importantes, pelo seu impacto no organismo.
Como o médico diagnostica as valvulopatias cardíacas?
O diagnóstico32 de valvulopatia24 frequentemente é feito por meio de ausculta33 cardíaca. A simples auscultação cardíaca permite a suspeita de muitos casos de valvulopatia24. Uma radiografia de tórax34 permite constatar algumas alterações morfológicas do coração1, se houver. O ecocardiograma35 fornece uma melhor definição da doença e da sua gravidade. Também pode ser útil a realização de um eletrocardiograma36 simples ou de esforço e, em alguns casos, uma cateterização cardíaca37.
Como o médico trata as valvulopatias cardíacas?
O tratamento das valvulopatias pode variar desde monitoramento regular e tratamento medicamentoso até intervenções cirúrgicas para reparar ou substituir a válvula comprometida. Embora não existam medicamentos para tratar uma valvulopatia24, um estilo de vida saudável e o uso de alguns fármacos podem aliviar os sintomas23 e prevenir complicações. Em conformidade com o caso clínico, pode ser recomendado o uso de antibióticos, anticoagulantes38 e/ou de medicamentos para controlar a pressão arterial39.
O tratamento cirúrgico da valvulopatia24 consiste na reparação ou substituição da válvula por uma prótese40 valvular sintética ou biológica. Em alguns casos, é possível realizar esse procedimento mediante a introdução de um cateter, sem necessidade de cirurgia.
Como prevenir as valvulopatias cardíacas?
Muitas valvulopatias não são preveníveis, mas em relação às outras deve-se tratar prontamente toda amigdalite acompanhada de febre31 que dure mais do que 48 horas, para prevenir a febre reumática9. Além disso, é importante manter controle da pressão arterial39, do diabetes41 e da aterosclerose42.
Deve-se evitar fumar, só consumir bebidas alcoólicas com moderação, manter uma dieta equilibrada, realizar exercício físico regularmente e manter um peso saudável.
Quais são as complicações possíveis com as valvulopatias cardíacas?
Se a doença não for convenientemente tratada, pode ocorrer infarto do miocárdio43, acidente vascular cerebral44, formação de coágulos sanguíneos ou morte súbita por parada cardíaca.
Veja sobre "Cardiopatias congênitas6", "Insuficiência cardíaca20" e "Sopro cardíaco45".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.