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Gastrite. Como são o diagnóstico e o tratamento?

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Como é feito o diagnóstico1 da gastrite2?

Embora um médico vá suspeitar de gastrite2 após ouvir a sua história clínica e fazer o seu exame físico, você pode necessitar de alguns exames complementares para definir a causa exata da gastrite2. Estes exames incluem:

  • Exame de sangue3. Pode detectar a presença de anticorpos4 para o Helicobacter pylori. Um exame positivo mostra que você esteve em contato com a bactéria5 em algum momento da sua vida, mas não necessariamente indica uma infecção6 atual. Este exame também ajuda a avaliar a presença de anemia7, que pode ser resultado de sangramento no estômago8 associado à gastrite2.
  • Exame de fezes. Verifica a presença de parasitoses e de sangue3 nas fezes, sinal9 de sangramento no estômago8. Nas fezes também pode ser vista a presença da bactéria5 Helicobacter pylori. Um resultado positivo sugere infecção6 atual.
  • Endoscopia10 digestiva alta. É o exame mais importante e mais solicitado para visualizar a mucosa11 do estômago8, testar a presença do Helicobacter pylori e colher amostra de tecidos para biópsias12 caso seja necessário.


Como é feita a endoscopia10 digestiva alta?

Para fazer uma endoscopia10 é necessário jejum absoluto de pelo menos 8 horas. Você não deve ingerir nem mesmo água.

Durante o exame, é feita uma sedação13 no paciente, para que ele durma durante o exame e não se sinta incomodado.

Um médico especializado em realizar endoscopia10 digestiva coloca um tubo flexível (endoscópio) que entra pela boca14, passa pelo esôfago15, chega ao estômago8 e vai até a primeira parte do intestino. Se em algum momento do exame for encontrada uma lesão16 suspeita, pode ser colhida uma amostra de tecido17 para enviar ao patologista18. Durante o procedimento testa-se a presença da bactéria5 Helicobacter pylori.

O exame dura em torno de 20 a 30 minutos, após este período a pessoa acorda e vai até uma sala de espera onde geralmente recebe um lanche e descansa um pouco. Você só é liberado para ir para casa quando os efeitos das medicações de sedação13 acabam – geralmente varia de 30 minutos a duas horas após o procedimento.

Os riscos associados ao exame são mínimos e incluem sangramentos ou perfurações. A complicação mais comum é uma dor na garganta19 provocada pela passagem do endoscópio, que melhora rapidamente, sem necessitar de medicações.


Como é o tratamento da gastrite2?

O tratamento depende da causa. A gastrite2 aguda causada pelo uso de anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) ou álcool pode ser aliviada se a pessoa deixar de ingerir essas substâncias. A gastrite2 crônica causada pelo Helicobacter pylori é tratada pela erradicação da bactéria5 com o uso de antibióticos.

A maioria dos planos de tratamento para a gastrite2 incluem medicações que tratam a acidez do estômago8 com o objetivo de reduzir os sinais20 e sintomas21 que a pessoa está sentindo e promover a cicatrização da mucosa11 do estômago8.


Quais as medicações que tratam a acidez do estômago8?

A acidez no estômago8 irrita um tecido17 inflamado, causando dor e inflamação22 futura. Por isso, para a maioria das gastrites23 o tratamento envolve o uso de medicações que reduzam ou neutralizem os ácidos como:

  • Antiácidos24: medicamentos antiácidos24 de venda livre como Alka-Seltzer, Sal de Frutas Eno, Maalox-Plus, Mylanta-Plus, Simeco plus e Riopan em forma líquida ou comprimidos são a forma mais comum de tratamento para a gastrite2 leve ou moderada. Os antiácidos24 neutralizam a acidez estomacal e fornecem alívio para a dor. Mas, como apresentam efeitos colaterais25, não devem ser usados sem a supervisão de um médico.
  • Bloqueadores de ácido ou bloqueadores H2: quando os antiácidos24 não promovem alívio, o médico pode prescrever cimetidina, ranitidina, nizatidina ou famotidina, que ajudam a reduzir o ácido produzido pelo estômago8. Estas drogas dão um alívio temporário.
  • Medicações que bloqueiam a atividade da bomba de prótons: são os medicamentos chamados bloqueadores da bomba de prótons que reduzem o ácido bloqueando a ação de minúsculas bombas que secretam ácido nas células26 do estômago8. Esta classe de medicações inclui o omeprazol, lansoprazol, rabeprazol e esomeprazol.
  • Medicações para tratar o Helicobacter pylori: os médicos podem prescrever uma combinação de antibióticos com inibidores da bomba de prótons. O antibiótico destroi a bactéria5 e o bloqueador de bomba alivia a dor e as náuseas27, melhora a inflamação22 e pode aumentar a efetividade do antibiótico.

Todos os medicamentos devem sempre ser prescritos por médicos. A auto-medicação pode trazer problemas maiores para a saúde28 ao invés de aliviar temporariamente os sintomas21.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic e da Johns Hopkins Medicine.

ABCMED, 2009. Gastrite. Como são o diagnóstico e o tratamento?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/41898/gastrite-como-sao-o-diagnostico-e-o-tratamento.htm>. Acesso em: 7 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
2 Gastrite: Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Manifesta-se por dor na região superior do abdome, acidez, ardor, náuseas, vômitos, etc. Pode ser produzida por infecções, consumo de medicamentos (aspirina), estresse, etc.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
5 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
6 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
7 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
8 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
9 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
10 Endoscopia: Método no qual se visualiza o interior de órgãos e cavidades corporais por meio de um instrumento óptico iluminado.
11 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
12 Biópsias: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
13 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
14 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
15 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
16 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
17 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
18 Patologista: Estudioso ou especialista em patologia, que é a especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo.
19 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
23 Gastrites: Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Manifesta-se por dor na região superior do abdome, acidez, ardor, náuseas, vômitos, etc. Pode ser produzida por infecções, consumo de medicamentos (aspirina), estresse, etc.
24 Antiácidos: É uma substância que neutraliza o excesso de ácido, contrariando o seu efeito. É uma base que aumenta os valores de pH de uma solução ácida.
25 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
26 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
27 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
28 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
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Comentários

28/11/2012 - Comentário feito por fca
Re: Gastrite. Como são o diagnóstico e o tratamento?
eu tenho gastrite. meus sintomas sao: acordo as vezes na madrugada com bastante cansaço e arrotando muito e um desconforto horrivel fico cerca de 30 minutos arrotando meu medico disse q isso pode vim acontecer na madrugada porq nosso corpo nessa hora produz muito acido. alguns alimentos e sucos tbm podem causar esse cansaço, suco de maracuja ,limao,abacaxi,laranja,goiaba. comidas sanduiches,salgados.frituras, pao com queijo katchup, bolachas recheadas principalmente de chocolate devem ser evitadas,leite e achocolatado,leite com nescau,pois faz com que nosso estomago aumente a produçao de acido!

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