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Radiografia: como é feita? Para que serve? Quais são as vantagens e as desvantagens médicas?

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O que é uma radiografia?

Uma radiografia é uma fotografia do interior do corpo e, a princípio, interessou tanto aos fotógrafos quanto aos médicos. Sem saberem dos perigos da radiação, passaram a usá-la indiscriminadamente para fins lúdicos. A técnica e os aparatos da radiografia foram desenvolvidos por Wilhelm Roentgen em 1895, na Alemanha. O primeiro aparelho de radiografia para uso médico chegou ao Brasil em 1897 e a primeira radiografia foi feita em 1898. A tomada das radiografias antigas era muito demorada (30 a 40 minutos) e expunha os pacientes por um tempo prolongado aos raios X. Não se conhecia ainda os riscos da radiação a que as pessoas eram submetidas, mas todos estavam maravilhados com os raios desconhecidos (daí a denominação de raios X) que podiam atravessar corpos opacos e “fotografar” o interior deles, incluindo o corpo humano1.

Como geralmente acontece na história da ciência, não foram poucos os que pagaram com graves lesões2 ou com a própria vida pelo desconhecimento que inicialmente se tinha dos efeitos nocivos do novo. Com o tempo, o uso da radiação se tornou normatizada e controlada e a radiografia veio a se tornar o mais tradicional e conhecido dos métodos de se obter imagem do interior do corpo e Roentgen ganhou o prêmio Nobel de Física de 1901 pelo seu invento.

Em que se baseia a radiografia?

A radiografia baseia-se no fato de que o feixe de raios catódicos emitidos por uma ampola de raios X (por isso a radiografia é também chamada de Raios X) pode atravessar de modo diferente os diversos tecidos orgânicos e atingirem uma película (“filme”) a eles anteposta, gerando imagens. Como esses raios atravessam com mais facilidade as partes aeradas e os tecidos moles do corpo (de menor densidade), chegam ao filme com maior intensidade e o impressionam mais fortemente na projeção desses órgãos, gerando registros mais escuros. Os tecidos mais densos, como os ossos, por exemplo, os retém mais e eles chegam ao filme com menor intensidade e geram, na projeção desses órgãos, registros mais claros. Assim, depois de revelados, os filmes mostram imagens dos órgãos em diferentes tons de cinza. Na verdade, as imagens projetadas correspondem a áreas de sombra dos raios X emitidos.

A radiografia representou um grande avanço para a Medicina diagnóstica e terapêutica3. Considerada atualmente, a grande desvantagem do método está em imagens de superposição em um único plano de diversos órgãos e na pouca nitidez da imagem dos tecidos moles. Já para a época de sua descoberta ela representou uma revolução.

Hoje em dia, embora ainda continue a ser largamente usada com grande proveito, ela está superada em qualidade como método de obtenção de imagens do interior do corpo (embora não em praticidade e em custo), pela tomografia computadorizada4 e pela ressonância magnética5. A tomografia computadorizada4, afinal, é uma evolução técnica da própria radiografia. As radiografias tornaram-se tão simples e úteis que podem ser feitas mesmo em domicílio e passaram a ser usadas por dentistas e em exames admissionais6 (abreugrafia).

Como se proceder para obter-se uma radiografia?

O exame é rápido e simples. Em geral o equipamento utilizado consta de um tubo de raios X suspenso sobre uma mesa onde o paciente deve deitar-se ou é sustentado sobre um painel vertical ante o qual ele deve colocar-se, interposto entre o filme que registrará a imagem e a fonte emissora de raios X. Uma rápida emissão de raios é então disparada para produzir as imagens e ao paciente é pedido apenas que adote determinadas posturas ou suspenda a respiração durante a passagem dos raios (alguns segundos). Uma caixa debaixo da mesa ou atrás do painel deve conter a placa7 que registrará as imagens.

Para que são utilizadas as radiografias?

As radiografias são utilizadas em muitas situações médicas diferentes. No exame dos ossos elas podem diagnosticar fraturas, tumores, distúrbios de crescimento e de postura, osteoporose8, entre outras coisas. Nos pulmões9 podem detectar de pneumonia10 ao câncer11, passando por várias patologias e por sinais12 indiretos de afecções13 em outros órgãos (sobretudo no coração14). Por outro lado, pode localizar corpos estranhos ou outros objetos que hajam penetrado os pulmões9 (lâminas, projéteis, etc.). Os dentistas geralmente a usam para descobrir cáries15 e fraturas dos dentes ou para estudar o interior e as raízes dos dentes. Associada a contrastes, a radiografia permite diferenciar tecidos de características bem similares, tais como os músculos16 e vasos sanguíneos17, por exemplo, e serem empregadas em estudos como o das vias urinárias.

Os raios X têm várias outras aplicações fora da Medicina, na Engenharia e na indústria, por exemplo.

Quais são as vantagens e desvantagens médicas das radiografias?

Vantagens:

  • Normalmente, as radiografias não têm efeitos secundários. A radiação atualmente é baixa e não fica no organismo.
  • Permite uma visualização rápida dos órgãos examinados.
  • As radiografias são relativamente baratas quando comparadas, por exemplo, à tomografia ou à ressonância magnética5.

Desvantagens:

  • Expõe os pacientes e os técnicos à radiação, embora pequena. Esse risco é mais importante para os técnicos que lidam com ela de forma mais permanente.
  • Não pode ser usada em mulheres grávidas, pelo risco de danos ao feto18.
ABCMED, 2013. Radiografia: como é feita? Para que serve? Quais são as vantagens e as desvantagens médicas?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/347409/radiografia-como-e-feita-para-que-serve-quais-sao-as-vantagens-e-as-desvantagens-medicas.htm>. Acesso em: 7 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Corpo humano: O corpo humano é a substância física ou estrutura total e material de cada homem. Ele divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A anatomia humana estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano.
2 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
3 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
4 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
5 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
6 Exames admissionais: É um exame médico simples e obrigatório solicitado pelas empresas antes de firmar a contratação de um funcionário com carteira assinada (CLT). O exame médico admissional está previsto no artigo 168 da CLT e é necessário para comprovar o bom estado de saúde físico e mental de um novo funcionário para exercer a função a que será destinado. Ele é realizado por um médico com especialização em medicina do trabalho.
7 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
8 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
9 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
10 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
11 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
14 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
15 Cáries: Destruição do esmalte dental produzida pela proliferação de bactérias na cavidade oral.
16 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
17 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
18 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
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Comentários

09/07/2014 - Comentário feito por Leonan
gostei muito de conhecer o assunto pois era lei...
gostei muito de conhecer o assunto pois era leigo, logicamente e uma profição de risco que deve ter todo um suporte técnico .
hoje gostaria de saber mais sobre o assunto pois me interessou agradeço desde já pela explicação minuciosa muito obrigado mesmo

27/08/2013 - Comentário feito por renan
Re: Radiografia: como é feita? Para que serve? Quais são as vantagens e as desvantagens médicas?
eu gosteivou tirar um dez na prova

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