Febre Mayaro - transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção
O que é febre1 Mayaro?
A febre1 Mayaro, também chamada poliartrite epidêmica, é uma doença viral aguda, endêmica na América Central e do Sul, inclusive no Brasil (principalmente na região amazônica), que compartilha algumas semelhanças clínicas com a dengue2 e a chikungunya. Casos associados a viagens foram relatados em cidadãos europeus que retornaram de áreas endêmicas.
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Quais são as causas da febre1 Mayaro?
A febre1 Mayaro é causada pelo arbovírus Mayaro (MAYV), da família Togaviridae e gênero Alphvirus, transmitido por mosquitos artrópodes encontrados na Amazônia que guardam semelhanças com os transmissores da chikungunya e da dengue2. A transmissão ocorre durante a picada de mosquitos Haemagogus, Aedes aegypti e Aedes albopicutus infectados, entre outros. No Brasil, isso é especialmente importante em virtude da grande circulação3 desses vetores, inclusive em áreas urbanas.
Embora o MAYV tenha sido descoberto em 1950 e continue prevalecendo nas áreas tropicais das Américas, ele permanece negligenciado e pouco estudado. Contudo, sabe-se que não há casos de transmissão entre humanos.
Como se espalha o vírus4 da febre1 Mayaro?
O vírus4 Mayaro foi isolado pela primeira vez nos anos 50 do século XX, na cidade de Mayaro, em Trinidad e Tobago, no Caribe. Hoje, o vírus4 Mayaro é encontrado na metade norte da América do Sul e na bacia do Caribe (Brasil, Colômbia, Bolívia, Trinidad e Suriname), intimamente relacionado ao vírus4 da Floresta de Semliki, em Uganda.
O vírus4 é contraído de animais silvestres pelos mosquitos vetores, presentes nas florestas tropicais úmidas da América do Sul e do Caribe, e transmitido a humanos, nos quais geram a doença. Os trabalhadores das florestas, como as pessoas que trabalham nas plantações de borracha, por exemplo, estão em maior risco de infecção5 e de desenvolverem poliartrite.
O MAYV compartilha semelhanças com o vírus4 da chikungunya e da dengue2 e, como elas, nos últimos anos tem havido surtos e pequenas epidemias de febre1 de Mayaro em vários países do norte da América do Sul e do Caribe.
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Quais são as principais características clínicas da febre1 Mayaro?
Infecções7 pelo vírus4 Mayaro têm aumentado principalmente nas zonas rurais das regiões central e norte do Brasil e há grande receio de que ele se espalhe por regiões urbanas, uma vez que alguns dos vetores do vírus4 já atingiram essa condição.
O tempo entre a picada do mosquito e o aparecimento dos sintomas8 (período de incubação9 do vírus4) é de 3 a 11 dias. A febre1 Mayaro gera poliartrite e febre1, com dores musculares e articulares similares às da dengue2, e dura, em geral, de 3 a 5 dias, melhorando sem tratamento.
As características clínicas da febre1 Mayaro incluem, além da febre1, poliartrite, calafrios10, dor retro-orbital, erupção11 maculopapular12 (erupção11 avermelhada na pele13), prurido14, tontura15 e, raramente, linfadenopatia. A febre1 Mayaro atualmente é mais comum em comunidades rurais e indígenas, mas teme-se que ela possa alcançar comunidades urbanas, sob a forma de epidemia.
Como o médico diagnostica a febre1 Mayaro?
Por ser muito similar a outras viroses e melhorar rapidamente sem tratamento, a febre1 Mayaro raramente é diagnosticada. Quando diagnosticada, deve ser levado em conta o histórico médico do paciente e de seus sintomas8. Depois disso, podem ser pedidos exames para identificar o vírus4 e fechar o diagnóstico16: isolamento do vírus4, hemaglutinação17, soroneutralização, imunofluorescência e testes moleculares. Muitas vezes, no entanto, o diagnóstico16 pode ser feito sem esses exames.
Como o médico trata a febre1 Mayaro?
Não há vacina18 nem tratamento específico para a febre1 Mayaro, somente tratamento para aliviar os sintomas8, como analgésicos19, anti-inflamatórios e antipiréticos20.
Como evolui a febre1 Mayaro?
Em geral, a febre1 Mayaro é autolimitada e se cura sozinha em cerca de cinco dias após o aparecimento dos sintomas8. No entanto, em alguns casos, pode perdurar por mais longo tempo, às vezes durante alguns meses. Foram registrados alguns casos graves de complicações neurológicas, miocardite21, hemorragia22 e até morte. Contudo, casos como esses são raros. Na grande maioria das vezes, a doença é leve e os sintomas8 somem espontaneamente.
Como prevenir a febre1 Mayaro?
Métodos de controle para MAYV são similares àqueles usados para outros arbovírus silvestres. A prevenção é a mesma que para a dengue2, para a chikungunya, para a zika e para a febre amarela23, ou seja, controle vetorial, eliminando os criadouros do mosquito.
Deve-se evitar frequentar as áreas de maior risco nos períodos em que os vetores silvestres estão mais ativos, ou seja, nos meses da primavera e verão, que são os mais quentes e úmidos do ano, e diminuir ao máximo a exposição do corpo às picadas do mosquito, com o uso de repelentes e de roupas compridas, por exemplo.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.