Doença de Stargardt - Causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é doença de Stargardt?
A doença de Stargardt, também conhecida como distrofia1 macular de Stargardt, é uma doença degenerativa2 progressiva que atinge a mácula3, região central da retina4. Ela afeta, pois, a visão central5, impossibilitando distinguir cores e a percepção de detalhes.
Embora seja uma doença rara, acometendo cerca de 1 em 10.000 pessoas, ela é a forma mais comum de degeneração macular6 hereditária. Manifesta-se quase sempre na infância ou adolescência, embora os sintomas7 possam começar a se desenvolver mais tarde na vida, porém sempre mais precocemente que a degeneração macular6 que costuma acontecer nos idosos.
Quais são as causas da doença de Stargardt?
A doença de Stargardt é uma doença genética, causada por mutações no gene ABCA4, localizado no cromossoma 1, comumente transmitida através de um padrão de herança autossômica8 recessiva. Essas mutações também podem causar outras distrofias9 retinianas. A maioria das pessoas com doença de Stargardt recebeu a doença de forma recessiva, o que significa que os pais das pessoas afetadas não sofrem da patologia10, mas carregam o gene que a causa e transmitiram uma mutação11 do gene responsável pela doença do indivíduo.
A perda progressiva da visão12 na doença de Stargardt é causada pela degeneração13 das células14 fotorreceptoras na porção central da retina4, chamada mácula3.
Qual é o substrato fisiopatológico da doença de Stargardt?
O gene ABCA4, quando normal, fornece instruções para a fabricação da proteína que tem um papel importante no transporte de substâncias tóxicas para fora das células14 fotorreceptoras do cone. Mutações nesse gene levam ao acúmulo de resíduos metabólicos, formando uma substância (lipofuccina) que se acumula nas células14 fotorreceptoras da mácula3, fazendo com que elas morram.
A doença de Stargardt então se dá por uma degeneração13 progressiva das células14 da retina4, responsáveis pela conversão da luz em impulsos nervosos que o cérebro15 transforma em imagens.
Quais são as características clínicas da doença de Stargardt?
A doença de Stargardt costuma ser diagnosticada na infância ou na adolescência e, por isso, a condição é chamada de degeneração macular6 juvenil. Os principais sintomas7 da doença situam-se no âmbito da visão central5 e incluem:
- perda gradual e progressiva da visão central5;
- visão12 turva ou embaçada;
- dificuldade em ler e em adaptar-se às mudanças de iluminação;
- manchas ou pontos escuros na visão12;
- sensibilidade exagerada à luz;
- e diminuição da percepção das cores.
A visão periférica16 geralmente permanece preservada. A doença não costuma causar cegueira total, mas pode levar a uma perda significativa da acuidade visual17 e afetar significativamente a qualidade de vida.
Veja sobre "Sinais18 e sintomas7 oftálmicos que precisam de avaliação médica" e "Hipertensão19 intraocular".
Como o médico diagnostica a doença de Stargardt?
O diagnóstico20 deve ser feito por um oftalmologista21 especializado em distúrbios da retina4. O profissional se valerá, então, dos seguintes recursos diagnósticos:
- Exame oftalmológico completo, incluindo avaliação da acuidade visual17, exame do fundo de olho22 e avaliação da retina4.
- Retinografia23, em que é tirada uma fotografia colorida do fundo de olho22, que permite ao médico observar quaisquer alterações na área macular e na região ao redor.
- Angiografia24 fluoresceínica, em que um corante é injetado em uma veia do braço do paciente e, em seguida, são tiradas fotografias do fundo de olho22, que podem ajudar a identificar a presença de anormalidades nos vasos sanguíneos25 da retina4.
- Tomografia de coerência óptica, um exame não invasivo que utiliza ondas de luz para criar imagens em alta resolução das diferentes camadas da retina4, o que permite que o médico observe quaisquer alterações na estrutura da retina4.
Se um membro da família for diagnosticado com doença de Stargardt, é altamente recomendável que outros membros da família também façam um exame de vista com um oftalmologista21 especialmente treinado para detectar doenças da retina4.
Como o médico trata a doença de Stargardt?
Atualmente, não há cura para a doença de Stargardt. No entanto, existem tratamentos em desenvolvimento, como terapia genética, terapia com células-tronco26 e uso de medicamentos para retardar a progressão da doença, o que traz esperanças de melhorias terapêuticas futuras. Além disso, auxílios visuais, como óculos especiais e lentes de contato telescópicas, podem ser usados para melhorar a visão12 e ajudar na realização de atividades diárias.
Existem três estratégias que os médicos recomendam para redução potencial de danos:
- Reduzir a exposição da retina4 à luz ultravioleta prejudicial.
- Evitar o excesso de vitamina27 A, com a esperança de diminuir o acúmulo da lipofuccina patogênica28.
- Manter boa saúde29 geral e dieta equilibrada.
Os avanços na tecnologia trouxeram dispositivos que ajudam os pacientes com doença de Stargardt que estão perdendo a visão12 a manterem sua independência. Os auxílios para visão12 subnormal podem variar de lentes de mão30 a dispositivos eletrônicos e podem permitir que aqueles que perdem a visão12 sejam capazes de realizar atividades diárias rotineiras.
Como evolui a doença de Stargardt?
A doença de Stargardt é progressiva, mas a progressão da doença varia de pessoa para pessoa. De modo geral, os sintomas7 vão aumentando com o tempo até que o paciente tenha uma visão12 identificada como subnormal. A partir desse ponto, o uso de recursos ópticos como óculos, lupas e telescópios são de suma importância para que a pessoa consiga manter suas tarefas diárias.
Além disso, o uso de óculos escuros na presença de luz solar é muito indicado, pois a luz acelera a progressão da doença.
Na medida em que a pessoa envelhece, a tendência é que perca cada vez mais a visão central5 e, aos poucos, vá diminuindo a capacidade visual periférica.
Leia também sobre "Miopia31 degenerativa2", "Deficiência visual" e "Cirurgia refrativa".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da U.S. National Library of Medicine e da American Academy of Ophthalmology.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.